Se esperarmos pelo governo, vamos voltar à idade da pedra.

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Homem de Neandertal no museu de Mettmann, na Alemanha.

(AP Photo/Heinz Ducklau, File)

Na idade da pedra, o homem era um predador. Um selvagem que, como definia Montesquieu, é o homem que derruba a macieira para comer uma maçã.

Quando o governo é desacoplado da sociedade sua presença é selvagem e predadora. Ao invés de ser parte da solução, acaba virando parte do problema.

Um exemplo desta distorção burra do governo analógico brasileiro é o caso do agronegócio. Como sabe qualquer pessoa medianamente informada, o agronegócio está salvando o país. Deveria ser louvado, celebrado, reconhecido.  Mas é tratado pelo governo petista com como se fosse arte do Belzebú.

O setor do agronegócio tem adotado tecnologias avançadas e investido na busca de alta produtividade. Para crescer, o setor se desenvolveu ao largo do Estado. O governo e suas “tropas” do MST tem feito o possível para criar obstáculos e só não impediram a modernização do campo porque não conseguiram. Tentar, bem que tentaram, mas a modernização do agronegócio se tornou um fato consumado antes do governo se dar conta.

Dado que os burocratas e seus aliados da esquerda predadora são, em sua maioria, pragas urbanas, sair das cidades para enveredar pelo interior para ver o que acontece no campo é coisa que não fazem. Com isto, o agronegócio tem conseguido ficar sempre abaixo da linha de radar dos burocratas de Brasília.

O MST tem feito incursões em áreas produtivas e agido com o discernimento do Homem de Neandertal. Suas pretenções são de tal modo estapafúrdias que derrubam as macieiras e nem conseguem comer a maçã. No melhor estilo “gentalha, gentalha, gentalha…”

As evidências comprovam que o Brasil possui o melhor conjunto de recursos do planeta para incrementar a produção agrícola: terra agriculturável abundante, água, luz, calor, tecnologia e empreendedores capacitados. E o setor é um dos mais conscientes das possibilidades digitais.

A história da Soja no Brasil é um exemplo.

Hoje soja é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a cêrca de 49% da área plantada em grãos do país.

O aumento da produtividade está associado aos avanços tecnológicos, com participação decisiva da tecnologia digital, mas a mola mestra é a eficiência dos produtores.

No cerrado, o cultivo da soja tornou-se possível graças aos resultados obtidos pelas pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com produtores, industriais e centros privados de pesquisa. Os avanços nessa área possibilitaram também o incremento da produtividade média por hectare, atingindo os maiores índices mundiais.

Além disto, o cultivo do soja no Brasil se orienta por um padrão ambientalmente responsável, com práticas de agricultura sustentável, à exemplo do sistema integração-lavoura-pecuária e da utilização do plantio direto.

São técnicas inteligentes que permitem o uso intensivo da terra e reduzem o impacto ambiental, o que significa menor pressão pela abertura de novas áreas de cultivo e contribui para a preservação do meio ambiente.

Mas esta cultura é uma sobrevivente dos maus governos e dos burocratas.

Durante decênios a soja era apenas uma curiosidade agrícola. Existem registros de que algumas sementes teriam vindo dos Estados Unidos para à Escola de Agronomia da Bahia em 1882. Também se sabe que foram realizados estudos com a planta em 1891, no Instituto Agronômico de Campinas, no Estado de São Paulo. Ao que consta, a entidade, distribuiu sementes a alguns produtores. Mas nada de prático resultou destas iniciativas.

A primeira região em que a cultura perdurou fica no Estado do Rio Grande do Sul. Foi em 1914 que as sementes chegaram à região da cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul.

O pastor luterano de origem norte-americana, Albert Lehenbauer, que viveu na região, trouxe sementes de soja dos Estados Unidos e as distribuiu a meia dúzia de famílias da comunidade luterana. Cada agricultor tinha de fazer o mesmo com os vizinhos. Três anos depois, a cultura da soja havia se alastrado, e não houve mais volta.

O grão ajudou no combate à pobreza e a impulsionar a suinocultura na região, uma vez que galinhas e porcos engordavam bem mais com a forrageira do que os alimentados com abóbora ou mandioca.

Ainda assim, durante muito tempo a expansão da soja ficou restrita à região. Foi só a partir de 1960 que se criou um mercado para o produto e a cultura expandiu.

Um episódio interessante desta história é relatado pelo site da Corretora Granos – especializada em commodities agrícolas, e tem como personagem o ex-ministro Delfim Neto:

“A ditadura militar ainda estava em seu início quando o então presidente do Banco do Brasil, Nestor Jost, apresentou ao ministro Delfim Netto uma “espécie” de feijão que começava a ganhar terreno no Rio Grande do Sul. Era um tal de “o soja”, cuja colheita somava menos de 1 milhão de toneladas em meados da década de 1960.

Naqueles idos, o café era o carro-chefe da agricultura brasileira e um dos principais responsáveis por trazer divisas externas para a economia nacional. Em 1965, as exportações de café renderam ao país US$ 706,5 milhões, o equivalente a 44,6% de todas as exportações do Brasil, conforme os dados da publicação “Estatísticas do Século XX”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Um dia, o doutor Nestor Jost chegou e disse: Delfim, lá no Rio Grande do Sul apareceu um tal de o soja. Temos sucesso e já produzimos 300 mil toneladas”, conta Delfim. Começava ali uma revolução na agricultura nacional que faria do café mero coadjuvante.

A partir da criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973, houve um salto tecnológico que adaptou a produção de soja ao Centro-Oeste do país. “Partindo do nada, o Brasil descobriu a soja e produziu, em cinco ou seis anos, seis milhões de toneladas”, afirma o ex-ministro.

De fato, a colheita nacional de soja teve um expressivo aumento, passando de 1,056 milhão de toneladas em 1969 para 7,8 milhões de toneladas em 1974, conforme os dados do IBGE. Com o avanço da colonização agrícola do Centro-Oeste esse número só fez aumentar, chegando a 15,1 milhões de toneladas em 1980.

“Era um outro momento, um outro instante. O país estava investindo para burro, construindo portos, estradas, permitindo que as pessoas invadissem, vendessem um pedaço de terra no Rio Grande do Sul e fossem comprar um grande pedaço de terra em Mato Grosso. O país estava ‘importando’ a gauchada para produzir”, lembra Delfim.

A bem-sucedida incursão da agricultura no Centro-Oeste brasileiro ajudou a soja a ‘desbancar’ o café do posto de carro-chefe do agronegócio. Conforme a mais recente estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a soja será responsável por R$ 83,2 bilhões, ou quase 20% dos R$ 422,7 bilhões do Valor Bruto da Produção Agropecuária em 2013.

Dos anos 1960 para cá, a produção de soja cresceu mais de 80 vezes. Na safra 2012/13, cuja colheita se encerrou oficialmente em junho, a produção totalizou 81,4 milhões de toneladas, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).”

Mas todas as vezes que pode, o governo tem feito tudo ao seu alcance para atrapalhar.

Esta sanha vem nas vísceras de qualquer governo que pense só em engordar o erário. Tanto na direita como na esquerda.

Este episódio da história da soja no Brasil aconteceu em 1980. Já que os agricultores estavam ganhando dinheiro com a soja, o governo encheu os olhos.

E no Brasil, arrecadar é sempre prioridade. No afã de, como sempre, arrancar tudo o que podia, o então ministro Delfim Neto criou um “confisco cambial” de 30% sobre a exportação de soja em grão.

Mas não combinou com o Russos, no caso com os gaúchos. O fato é que a revolta foi imediata. Os gaúchos tem um ponto fraco: não gostam de ser tomados com tolos e não gostam de ser passados para trás. Em poucos dias, mais de 700 mil produtores de soja saíram às ruas e paralisaram o sul do país.

A ameaça foi a paralização, pura e simples, da colheita da soja. E para provar que a ameaça era para valer, os tratores e colheitadeiras foram para as praças públicas das cidades da região produtora. A mensagem era óbvia: colheitadeira na praça era igual a colheitadeira parada. E colheitadeira parada era soja deixada no campo para apodrecer.

O governo levou um susto. Não estava acostumado a ver povo trabalhador disposto à brigar. Era comum, na época, arruaceiros da esquerda irem para a rua criar confusão, mas agricultores em época de colheita, não.

O próprio ministro Delfim foi a Porto Alegre, tentar algum acordo, mas não teve boa acolhida e chegou a ser hostilizado. Moral da história: o governo engoliu em seco e recuou. Isto durante o regime militar, convem lembrar.

Um outro exemplo, mais recente, que também tem a ver com o soja, mas inclui outros cultivares, é o dos transgênicos.

O Brasil ocupa hoje o segundo lugar entre os países que mais cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Isto conforme o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês).

Em 2013, os produtores brasileiros cultivaram 40,3 milhões de hectares com soja, milho e algodão transgênicos, enquanto os Estados Unidos, país líder no plantio de transgênicos, semearam 70,2 milhões de hectares.

O começo da história dos transgênicos no Brasil, no entanto, foi tumultuado. No começo dos anos 90, produtores do sul do País iniciaram o cultivo de soja geneticamente modificada vinda da Argentina. Era uma opção de cultivo mais competitiva e ninguém ainda havia visto propriedades, digamos, mefistofélicas, nestas sementes.

Também ninguém ainda tinha se dado conta do alto potencial ongístico (bandeira de alta visibilidade e rentabilidade para ONGs) dos transgênicos. Todavia, isto não demorou nadinha, já que nossos concorrentes internacionais da oleaginosa trataram de arregimentar “especialistas” e ONGs “especializadas” em um esforço para bloquear a elevação da produção brasileira pelo uso de sementes mais produtivas e resistentes.

O ataque aos transgênicos era um objetivo estratégico das esquerdas, notadamente dos lulopetistas anti empresas multinacionais, bem como de outros interessados em atrasar o Brasil. Assim, não parecia ser uma tarefa complicada, já que o Brasil sempre teve um multidão de ambientalistas e agrobiólogos de bar prontos a opinar, entre um chope e outro, em questões ligadas a biocatástrofes e ao fim dos tempos de modo geral.

De toda forma, como o assunto demorou para no radar da imprensa e do governo, a produção se expandiu. Quando, finalmente, a gritaria patrocinada dos anti-transgênicos, encontrou eco, em 1998, a venda dos transgênicos foi proibida por uma ação judicial.

Por pouco o Brasil não perdeu sua competitividade no mercado internacional do soja. Até que, em 2003, com a edição de uma MP (Medida Provisória), foi para autorizada a comercialização.

Finalmente a Lei da Biosegurança, de 2005, criou regras que disciplinaram a pesquisa e o uso das sementes transgênicas. Como resultado, houve significativo incremento da produtividade, ajudando a competitividade do agronegócio brasileiro.

Estes exemplos mostram duas coisas:

  • É perigoso deixar os políticos soltos quando o interesse nacional está em jogo. Político solto é perigo em dobro. A sociedade brasileira, para obter o espaço e a liberdade que precisa para se desenvolver, vai precisar recuperar a capacidade de decidir sem intermediários. Vai precisar desenvolver e estabelecer os meios para participar diretamente da definição de seus interesses. E a saída digital vai nesta direção.
  • Se formos esperar pelo governo, vamos voltar à idade da pedra.

Ceska – O digitaleiro


 

Abrindo caminho a golpes de mouse

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O grande trunfo desta geração digital é que sabe abrir caminho a golpes de mouse.

Felizmente, são mais hábeis, rápidos, mais criativos e mais ágeis no manejo da internet e da rede mundial do que os burocratas profissionais e oportunistas de plantão. Estes se esforçam, mas não conseguem criar obstáculos e dificuldades na mesma velocidade. Os criadores de dificuldades profissionais tem ampliado sua performance no disparo de normas, restrições e exigências. O testemunho é dos Diários Oficiais, que tem engrossado com o ritmo das metralhadoras normatedeiras. Contudo, o mundo digital é mais ágil. Quando os burocratas chegam com suas garras, o alvo já não está mais lá. O jogo de esconde-esconde seria hilário se não fosse tão caro.

Mas como é que estes coveiros do progresso iriam acompanhar e deter os avanços do mundo virtual se seus tridentes ficam enredados em suas capas de vampiros analógicos?

A força do Século Digital está na velocidade, na resolubilidade, na capacidade de armazenar e consultar informações, na capacidade de simular cenários e fazer escolhas, enfim, na capacidade de pular na frente. As soluções, sistemas e aplicativos vem de todos os lugares e voam em volta dos políticos e burocratas com a precisão de morcegos em sua caverna. Os políticos e burocratas ficam zonzos, atordoados, aparvalhados. Os vultos digitais zunem velozes e os circundam e os envolvem e eles vão ficando cada vez mais ilhados, cada vez mais presos nas teias digitais, cada vez mais tontos e patéticos.

As coisas acontecem em velocidade alucinante. Todo dia novos dispositivos, novos aplicativos, novos espaços, novas soluções se apresentam ao mundo.

A automação, o big data, a computação em nuvem, as mídias sociais, a conectividade, a “internet das coisas”. A lista não tem fim. E cresce sem parar. Em todos os campos, uma miríade de novas tecnologias vem mudando o mundo de modo implacável. E estas tecnologias vem em avalanche e com força avassaladora. Quem ficar em seu caminho será atropelado.

O mais importante, para o Brasil, é que este futuro está pronto para ser usado. Novos modos de entender e lidar com a realidade estão ao alcance e à disposição das mentes mais iluminadas e mais capazes para sua adoção.

Tecnologias que podem ajudar o homem a inspirar-se, a viver melhor, a ganhar qualidade de vida, a se livrar da pobreza, da escassez e das carências que o acompanham desde sempre. E, particularmente importante no caso do Brasil, a se livrar dos burocratas, parasitas e criadores de dificuldades interessados em vender facilidades.

E a vantagem relativa do Brasil, fator que favorece a saída da “crise pixuleco” pela porta da tecnologia digital, é que o Brasil reúne uma das maiores, mais criativas e mais ativas comunidades com know-how das tecnologias digitais do planeta.

Seis em cada dez brasileiros se conectam diariamente à internet. E o fazem para cortar etapas. Os smartphones, os tablets, os notebook e dispositivos móveis dispensam a infraestrutura mais dispendiosa das redes baseadas em cabos. Esta facilidade de conexão, que em princípio seria uma desvantagem dado nosso extenso território e nossas limitações econômicas, acaba se revelando um benefício ao criar condições ideais para a adoção da estratégia digital como caminho para a recuperação do país.

Ao invés de lamentarmos as mazelas que nos trouxeram a esta crise sem precedentes, podemos transformar o limão em uma limonada e converter nossa atitude de lamentação e crítica em um vigoroso impulso para o ressurgimento. Sobretudo porque estamos preparados.

Outro ponto a favor da saída pela tecnologia digital é que a nova geração tem pressa. Os jovens, nativos da era digital, sabem que as soluções do mundo digital são rápidas e podem apresentar resultados “para ontem”.

Enquanto os burocratas pensam em termos de “amarrar seu burro na sombra”, os jovens da geração digital pensam em termos de alcançar as nuvens. Sua aspiração está centrada em objetivos que possam ser alcançados em um mundo mais amplo, que conhecem pela janela online. Todos buscam o sentimento de realização pessoal que vêm em seus contemporâneos de outros lugares do mundo; desejam viver de modo saudável, obter sucesso, alcançar a prosperidade e ter segurança, como eles. Desejam fazer amigos entre as pessoas com que convivem, mas também cultivar amigos com quem possam compartilhar sonhos e interesses pelas mídias sociais. Desejam, ainda, dedicar esforços na realização de seus projetos, viver em harmonia com sua família e sua comunidade e desejam um futuro melhor. É isto o que querem. É por isto que lutam. São desejos simples, mas que só podem ser alcançados em um contexto pleno de liberdade.

Para as novas gerações, focadas em seus objetivos, bem preparadas e ambiciosas, protelar, enrolar e empurrar com a barriga não faz parte de seu dicionário.

Para elas o momento é agora. Reconhecer que o Brasil foi colocado pelo destino diante de uma encruzilhada que permite decidir e avançar é um estímulo para a união de esforços e de empenho criativo. Horácio, o poeta Romano, o dizia: “A adversidade tem o efeito de despertar talentos que em circunstâncias mais prósperas ficariam dormentes”.

Assim, se o Brasil souber mobilizar suas forças criativas e inovadores, tomando o rumo certo, irá não apenas dar a volta por cima. Poderá revelar seus potenciais ocultos e transformar-se na nação líder na adoção de um novo jeito de fazer um país.

Com a coragem e o descortino de sua gente mobilizada, o Brasil pode tornar-se a primeira nação digital do mundo. As condições materiais e humanas existem. O conhecimento existe. A vontade política já maturou em grande parte da sociedade brasileira e, pelo que indicam as tendências, o futuro virá no bojo de um debate franco e aberto por todo o país.

A ideia é que o debate sobre o Brasil Digital aborde os problemas do mundo real com objetividade. O debate deve se propor a identificar os equívocos, os abusos, os desvirtuamentos, as dificuldades criadas para vender facilidades e os desvios de conduta com o intuito de apontar as falhas e tirar do caminho o entulho burocrático e o lixo parasita que “está aí”.

De fato, para esta geração da mudança chega de o país dar tiro no pé e depois reclamar que está difícil caminhar. E chega do Estado tratar o cidadão com suspicácia e desrespeito.

A era digital chegou e o Brasil vai mudar a golpes de mouse. Rapidinho. Antes que muita gente imagina.

Ceska – O digitaleiro


 

A metamorfose do Brasil

Lao Tzu, o grande estrategista chinês, dizia: “Se você não mudar de direção, vai acabar lá para onde você está indo.”

Esta é uma ameaça arrepiante quando se vê para onde levam os caminhos que este governo corrupto e incompetente que temos no Brasil tem escolhido.

A questão é que não adianta fingir que não é conosco. Não adianta olhar para o outro lado. Antes que seja tarde demais, mudar de rumo é preciso. Portanto, pode-se dar como certo que a mudança é necessária, está acontecendo e vai continuar seu curso inexorável.

Neste sentido, a crise cria um momento propício para ampliar o escopo da mudança. aproveitando o vento que sopra a favor.

Aliás, esta crise extrapola tudo o que país já viveu neste terreno, que é fértil em farsas, comédias e operas bufas. Basta lembrar do Baile da Ilha Fiscal, a maior festa da monarquia brasileira e que tinha, como um dos objetivos, reforçar a posição do império. Reforçou tanto que seis dias depois se dava a Proclamação da República. Depois, na Revolução de 1930, tivemos a Batalha de Itararé, que acabou entrando para a história como a “Batalha Que Não Houve”. (Deste episódio nasceu a figura do “Barão de Itararé”, personagem de Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, um dos grandes humoristas políticos brasileiros, que se elegeu vereador no Rio, em 1947, com o slogan: “mais leite, mais água e menos água no leite”). Também Torelly foi autor de outra memorável exortação ao povo brasileiro: “Nunca desista de seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra”.

Outro episódio das lendas revolucionárias foi a fuga de Leonel Brizola – o novo “herói do povo brasileiro” da esquerda brasileira – vestido de mulher.

O que vemos hoje, com personagens como Dilma, Lula, Eduardo Cunha e Renan Calheiros é mais do que uma crise; é uma autêntica opera bufa ambientada nos trópicos.

Dilma, no papel da Rainha de Copas de Alice no País das Maravilhas, que quer decapitar todo mundo; Lula, que se imagina um Hércules tropical, mas está mais para o Quasimodo, Eduardo Cunha o bufão da república, Renan Calheiros, o chupa-cabras da Dilma. E mais um elenco de coadjuvantes trapalhões.

Mas nem por assistirmos um governo em frangalhos, caindo de maduro, autor de uma crise no melhor estilo esquerdista, podemos imaginar que mudar seja tarefa simples. A resistência dos parasita e potentados que desfrutam dos privilégios do Estado será tremenda.

Ainda assim, a mudança virá. O casulo pode não gostar, mas a borboleta o deixará para trás ao metamorfosear-se para cumprir o curso de seu destino. Chegou a hora da metamorfose do Brasil.

Muitas mudanças morrem na praia porque chegaram cedo demais, ou por terem sido mal encaminhadas. Mas mudanças institucionais se assemelham à revoluções: as que morrem o fazem por chegarem fora do tempo certo. Ou por estarem no rumo errado e não contarem com a adesão popular, especialmente da classe média e dos jovens.

A questão chave, assim, nem é saber se vai mudar. A mudança vai ocorrer por força dos fatos. O governo não cabe no orçamento e está falido. Existe um déficit fora do controle. A presidente está perdida, aturdida, entontecida, atuando na base da raiva e do revanche. Então mudar vai, de qualquer jeito. Ou muda ou muda!.

A questão é saber o quanto vai mudar, quando vai mudar e como vai mudar. Se será uma mudança apenas para manter a cabeça fora d’agua ou se será profunda o suficiente para mudar a direção para a qual estamos indo por inércia. O mais relevante é saber se vamos sair vivos desta mudança.

O problema é que, na medida em que adotamos soluções paliativas, tipo “meia boca”, o grande problema de fundo não se resolve. Nossa história econômica é uma gangorra feita de crise sim, crise não. Ora ficamos sóbrios e adotamos políticas econômicas consistentes, como em parte do governo militar e no governo Fernando Henrique Cardoso, ora caímos no porre e vamos para a sarjeta econômica, como nos governos petistas de Lula e Dilma.

Agora, nesta “crise pixuleco”, estamos no vale e ainda afundando. Nossa moral está ao nível do rés do chão.

Em algum ponto, no futuro, vamos chegar ao fundo do poço. Até lá, se não tomarmos cuidado, a tendência nacional de acreditar em soluções mágicas pode se manifestar e parte do povo pode se encantar com algum novo menestrel de feira livre. Neste caso existe o risco de se deixar engabelar pelos especialistas no “conto da felicidade”.

E, sendo que temos uma inesgotável abundância de demagogos, tudo o que é construído com esforço pode voltar a ser destruído pelo primeiro pilantra que sai à cata de votos fáceis.

Na sequência, podemos entrar em um novo ciclo recorrente da miséria.

E seguirmos mais uma vez pela conhecida trilha do desgoverno. Saques ao Estado, privilégios sem medida e descontrole no ritmo do samba do “Crioulo Doido”.

Sem governo, as estradas voltam a ser sucateadas, hidroelétricas ficam pela metade, a transposição do São Francisco continua incompleta, a Ferrovia Norte-sul, paralisada. É paralisia passando pelo “Minha Casa Minha Vida”. É menos atendimentos no “Mais Médicos”. É a “Pátria Corruptora” substituindo o “Pátria Educadora”.

Diante do descalabro, se parecemos um país em guerra é porque, de fato, estamos em guerra. Em guerra contra o bom senso. Em guerra contra o futuro. E perdendo.

A questão da desvalorização da vida também faz parte desta equação. O noticiário policial mostra uma guerra civil não declarada. Uma guerra que vem sendo travada no dia a dia e que leva angústia à periferia abandonada de nossas cidades. Uma guerra que, antes de ser do tráfico e das milícias, é da falta de oportunidades e de perspectivas. Mas nem por isto menos mortal ou destrutiva. As baixas se contam aos milhares. O fato de ocorrerem nas franjas da sociedade não as tornam menos brutais ou menos cruéis.

As mortes no cotidiano das periferias do Brasil tem histórico diferente das mortes em combate no Oriente Médio, na África e outras regiões de conflito armado. Mas são mortes também.

Neste sentido deveriam preocupar a sociedade. O desperdício de vidas ocorre pela ausência do Estado, pelos equívocos de políticas que se pretendem “sociais”, pela falta de líderes verdadeiramente preocupados em buscar soluções baseadas em evidências, que comprovadamente funcionam, e não naquelas mais falaciosas, enganadoras e falsas.

O estrago é grande. Mas tudo pode mudar da noite para o dia. O Brasil tem  jeito, e o jeito é digital. Crie seu Grupo de Ação Online e ajude a fazer a metamorfose do Brasil. Com inovação e colaboração chegaremos lá.

Ceska – O digitaleiro


 

Big Data: arma do cidadão

Big Data quer significar “os grandes dados” e se refere a captura e interpretação das informações digitais obtidas por meio da rede mundial de computadores à partir dos cadastros de redes sociais, e-commerce, pesquisa em sites, buscadores como o Google e outras fontes que contenham dados pessoais, preferências, interesses, hábitos de consumo, etc.

Esta nova fronteira do processamento massivo permite saber em tempo real o que se passa no âmbito da sociedade e do mercado. Reunindo e organizando bilhões de dados que circulam online, os computadores que processam o Big Data permitem identificar quais os temas que atraem a atenção do grande público, quais as opiniões e tendências que predominam sobre os mais variados assuntos e, até rastrear interesses pessoais como modelo de carro, destinos turísticos de interesse e outros. Também é possível usar o Big Data para rastrear problemas de saúde pública como epidemias ou surtos localizados de doenças, por exemplo.

O uso do Big Data permite que empresas e instituições conheçam o mercado com grande intimidade e possam tomar decisões estratégicas mais acertadas. Isso pode significar mais rapidez na tomada de decisões, melhor eficiência no uso dos recursos, menores riscos e custos e melhor desempenho da organização, seja uma empresa ou um governo. No caso do governo, saber o que desejam os cidadãos pode permitir melhorar a gestão, antever necessidades, atender expectativas.

A crítica mais comum ao uso do Big Data é o de invasão da privacidade. O problema é que hoje a privacidade já virou ficção para o usuário convencional da internet. Existem maneiras de criar espaços razoavelmente protegidos e que podem ser gerenciados pelo usuário, mas que não oferecem segurança absoluta. E, depois, uma invisibilidade para o Big Data pode ser mais perigosa do que a presença administrada por uma boa arquitetura de gestão dos dados. Por exemplo, câmaras de vigilância podem identificar ameaças potenciais. Imaginemos o caso de uma mulher sob ameaça de feminicídio por um ex marido ou namorado. – O Mapa da Violência Contra a Mulher apontou que, em 2013, 13 mulheres foram assassinadas POR DIA no Brasil – Sob autorização de um juiz, câmaras de vigilância públicas, ou localizadas em seu edifício ou local de trabalho, podem ser programadas para o reconhecimento da pessoa em risco e identificar se o antigo parceiro se encontra nas proximidades em atitude suspeita. Em caso positivo o aplicativo pode emitir um alarme via celular. Ou, ainda, via “Internet das Coisas”, bloquear acessos para o suspeito e ativar a segurança.

O fato é que o Big Data já é um realidade. Trata-se de uma arma poderosa. E perigosa em mãos inescrupulosas. Se utilizada de forma inteligente, pode servir aos cidadãos e contribuir para melhorar a gestão pública e a qualidade de vida. Se o governo não se preparar para reconhecer seus riscos, pode se transformar num instrumento de intromissão e de uso inescrupuloso.

O ponto chave é que a sociedade precisa compreender o Big Data e usá-lo a seu favor. Grupos de Ação Online, como propostos por este blog para a participação da cidadania na governança online, poderiam atuar de modo a aproveitar seu potencial modernizador.

O Brasil tem jeito. E o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro

Qualidade de vida é tudo de bom

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Montagem de fotos de dois momentos tecnológicos: Posse do Papa Benedito XVI, em 2005, e Papa Francisco I, 2013. O mar de celulares é eloquente por si mesmo. (Fotos: Luca Bruno/AP e Michael Sohn/AP, CNN)

O objetivo da tecnologia é oferecer melhor qualidade de vida. Para os nativos da era digital isto está meridianamente claro. A tecnologia digital é o seu mundo. A internet é a sua realidade. O jeito digital é o seu jeito.

Muitas pessoas das gerações anteriores, do tempo das missivas formais, do telegrama, do telex, do fax, da foto de papel, presumem que os nativos da era digital sejam obcecados por tecnologia pela própria tecnologia. Aos mais velhos, o mar de celulares que existe em qualquer espaço público parece quase alienígena. (A montagem da foto acima é ilustrativa desta diferença abissal que ocorreu em oito anos e que separa os dois flagrantes).

Estudos realizados nos Estados Unidos, pelo MIT e pela Delloite, entretanto, demonstram que os usuários de tecnologia tem perfeitamente clara a noção de que a tecnologia permite “reimaginar digitalmente” a maneira como as coisas são feitas.

Segundo estes estudos sugerem, é uma combinação de estratégia, cultura, talento e liderança que promovem o avanço das oportunidades digitais. E existe boa compreensão do processo entre os membros das gerações jovens. O pressuposto é que exista uma sociedade motivada, bem como os meios materiais e econômicos, bem como um clima de liberdade, que leve à uma aspiração coletiva pela melhoria.

No caso brasileiro, um tanto intuitivamente, é verdade, já existe a percepção do desdobramento de uma inovação. A geração digital adquire experiência diária sobre o rito de passagem de um modo analógico para sua contraparte digital. E sabe comparar os dois estágios da civilização, que é disto que se trata. Daí a impaciência com as limitações e a rigidez do modo analógico.

As gerações mais jovens não vêm razões para engolir o anacronismo. Não importa quanta conversa mole venha embalada no pacote. Preferem deixar o passado mofando no olvido e abraçar o futuro, que é onde vão viver suas vidas. Biblicamente: à esar o que é de Cesar e ao sarcófago o que é do sarcófago.

Se queremos qualidade de vida, vamos empurrar o passado para seu lugar na história. E vamos construir o futuro, que quem sabe faz a hora e não espera acontecer, certo?

O Brasil com qualidade de vida será tudo de bom.

Ceska – O digitaleiro


 

Quer mudar o Brasil para valer? Então mude!

A praga se chama “maldição do petróleo”. Países com abundância de recursos naturais, hoje predominantemente petróleo e gás, tendem a achar que a riqueza não vai terminar nunca. Não se previnem e nem se preparam. O dinheiro vem fácil e parece não ter fim. Governos populistas e inescrupulosos criam sistemas de “distribuição de riquezas” que tem o rótulo de “sociais”, mas são sistemas de compra de votos e de apoio político disfarçados.

O Brasil achou que tinha ganho o bilhete premiado com o pré-sal. Mas hoje vemos que esta riqueza não passou de ilusão.

Nosso período colonial foi cheio de ilusões desta “riqueza inesgotável”: o Pau Brasil, o ciclo do açúcar, o ciclo da borracha. O “Pré-sal” foi apenas mais um destes momentos de “felicidade geral”.

O progresso sustentável, no entanto, é feito de esforço continuado e de luta diária.

Delmiro Gouveia, o industrial nordestino que criou suas indústrias no sertão de Alagoas, já dizia que o nordestino que morava na praia não servia para a dura rotina de suas fábricas: acostumado à indolência, vivia de um peixinho que pegava na rede e do coco que caia na areia. Era o sertanejo acostumado à dureza de um ambiente inóspito que se dispunha ao labor duro e ficava feliz ao vencer as dificuldades e ver frutificar seu trabalho.

Embalados na quimera da abundância sem fim e da riqueza sem esforço, os atuais governantes do país iludem-se com o dinheiro fácil e usam os recursos públicos com a liberalidade irresponsável dos néscios. Sobretudo em politicas sociais paliativas e fins eleitorais.

Nas últimas seis décadas todos os governos que tivemos, exceto os do PT, sempre se pautaram pela crise. Ora a enfrentando com golpes de loucura, como Juscelino, Jânio ou Collor, ora com a ortodoxia dolorosa – mas eficaz – como Castelo Branco ou Fernando Henrique Cardoso, ora jogando a toalha com impotência sem ambições, como Itamar e Sarney. Todos, de alguma forma, mostravam-se conscientes da crise e do desafio que representava.

O ciclo do PT, com Lula e Dilma, foi diferente – para pior – desde o começo. Lula e Dilma são delirantes. Vindos da escola dos aloprados, voluntariosos, despreparados e pretenciosos, acreditam ambos na geração espontânea da riqueza. Na crença infame do “faz que o dinheiro pinta”.

O pior é que se acham acima das limitações humanas e dotados de poderes paranormais. Lula, que herdou de FHC um país razoavelmente em ordem e foi abençoado por uma conjuntura internacional favorável, se mostrou uma espécie de Rasputim de Garanhuns: um bruxo da demagogia capaz de dar nó em pingo d’agua com o gogó. Dilma, por seu lado, a rainha da macacheira, criou sua própria realidade paralela e vive alucinada no mundo das pedaladas. O problema é que os cidadãos do país vivem dificuldades que a realidade impõe. Parece cenário de filme de terror, mas a crise que enfrentamos não é outra coisa senão a briga com os fatos.

Cabe aos brasileiros que vivem as agruras desta realidade, tão cruel quanto desnecessária, dizerem um “basta”. Assim não é mais possível continuar.

É hora de começarmos a discutir nosso futuro de forma séria. Não apenas jogando os erros para debaixo do tapete, mas criando um alternativa real de mudança. Uma mudança feita pela sociedade, a seu jeito de ser e para seu futuro.

Não precisamos – e não QUEREMOS – mais de tutela dos políticos e burocratas. Sabemos o que queremos e como queremos. Sabemos que o futuro será digital. Que será diferente deste arranjo social feito para servir aos poderosos.

Quer mudar o Brasil para valer? Então mude!

Ceska – O digitaleiro


 

Crie seu Grupo de Ação Online. Seja atuante.

Grupos de Ação e Comunidades Anticrise

Criar um “Grupo de Ação” é uma das melhores maneiras de enfrentar a crise. Do jeito que as coisas estão, e do jeito como estão evoluindo, só juntando forças e reunindo pessoas decididas a agir é que vamos encontrar saídas. Quem ficar à espera do governo está morto. Então cada um deve ser protagonista de sua própria solução e buscar saída para as dificuldades que enfrenta.

Para fundar seu “Grupo de Ação” o ponto de partida é definir o seu escopo, seu espaço de atuação. Certamente, seus colegas, parceiros e amigos compartilham sua visão do problema e os aspectos da crise que afetam a todos. Debater sua realidade, o contexto em que você atua e o que você e cada um pode fazer para ajudarem-se mutuamente é o caminho.

Os grupos podem ser organizados para tarefas práticas. Para desenvolver inovações em sua área, para permutar ou compartilhar aparelhos e equipamentos, para combinar compras coletivas e similares. O uso das mídias sociais, da internet e de planilhas do Google, por exemplo, podem facilitar a organização dos grupos. E eventualmente, de Comunidades de Ação que reúnam diversos grupos em Comunidades.

Então é o seguinte: a saída está em suas mãos. Reclamar não adianta. O que precisamos fazer é nos organizarmos para acharmos uma solução para nossos problemas e para, no segundo momento, termos uma plataforma de atuação na instância institucional, isto é, social, política, etc.

Tudo indica que a sociedade do futuro será formada por uma complexa constelação de comunidades, cada uma articulando seus interesses com as demais por meio do mecanismos de entendimento compartilhado. E que irão operar por meio de plataformas de compartilhamento, como o Google, por exemplo

De uma coisa podemos ter certeza: a saída é digital. Para darmos um mínimo de racionalidade ao futuro, precisamos botar abaixo esta estrutura de poder analógico, com seus condicionantes arcaicos e suas estruturas abarrotadas de burocratas e repartições jurássicas, e substitui-la por uma estrutura digital, baseada nas novas tecnologias e nos novos formatos de cooperação.

Partir para a ação é o único jeito. Ainda vemos, por aí, muita gente imaginando que a crise vai passar por mandinga. Que este governo corrupto e incompetente vai ser capaz de reagir. Que alguém vai resolver nosso problema. Ou, areditem, que o problema vai se resolver por si só. Não vai. Infelizmente, não vai. E a questão é que não podemos esperar mais.

Organize seu “Grupo de Ação”. Venha para o lado da luz. Que a força esteja com você.

Ceska – O digitaleiro


 

Eleição não é “terceirização” do poder

Vivemos em uma era em que as pessoas aspiram ter um papel relevante no dia-a-dia do mundo em que vivem. Especialmente, querem participar democraticamente das decisões que afetam suas vidas.

A definição mais aceita de “Democracia” é a do discurso de Gettysburg, proferido pelo presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, segundo a qual “Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”. É importante notar que Lincoln fala em “governo” e não em mera “eleição”.

A “eleição” não é uma “carta branca”, uma procuração irrevogável que dá “Plenos Poderes”. Uma “terceirização” do poder. A eleição é um mandato para o cumprimento de uma proposta, de um plano, de um projeto que foi apresentado na campanha eleitoral. O entendimento de que “eleição” seja sinônimo de “democracia” vem dos regimes comunistas, que sempre usaram e abusaram da palavra para encobrir eleições manipuladas e regimes de partido único.

No caso brasileiro, que conta com uma sociedade diversificada e uma classe média poderosa, os esforços da esquerda de instalar no país um governo de partido único nunca deu certo. A ultima tentativa, a que estamos vivendo, com o esquema de cooptação lulopetista, vem esboroando por suas própria incongruências.

A prática da “Democracia”, no Brasil, com governo presidencialista e voto proporcional, se constitui em uma democracia de faz-de-conta. A eleição acaba sendo uma “democracia enganosa”, em que os candidatos vendem sonhos e entregam pesadelos. No Brasil, o que se pretende seja “democracia”, é pouco mais do que ir votar a cada dois anos: para prefeitos e vereadores em um dado ano e, dois anos depois, para os demais cargos eletivos, presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.

Este processo é vicioso por favorecer o balcão de negócios e por servir aos interesses corporativos de grupos econômicos. Poderia até se justificar quando as comunicações eram precárias e não se dispunha das facilidade e tecnologias digitais de hoje. Atualmente, porém, não faz mais qualquer sentido.

Enquanto a economia estava à todo vapor, a sociedade se mantinha relativamente desinteressada de um participação efetiva no cotidiano da política. Ainda que houvessem avisos e indicadores alarmantes, ainda que muitos observassem o cenário com preocupação, não havia massa crítica para uma ação coletiva mais concreta.

Nesse meio tempo, a cultura digital se tornou mais acessível e se popularizou. Milhões de jovens e outros nem tanto, juntaram-se na utilização massiva da internet e das mídias sociais. A tecnologia digital, pervasiva e conveniente, foi se espalhando e se tornando onipresente, moldando os mais diversos campos da vida brasileira contemporânea. Desde coisas simples, como trocar mensagens, estabelecer contatos sociais, comprar online , pagar contas, enviar vídeos e imagens ou juntar-se na mobilizando milhões de pessoas para saírem para a rua para protestar.

Mas naquilo que é fundamental, que decide sobre coisas públicas, sobre a estrutura e a organização social, o tamanho do Estado, o futuro do país e de seus cidadãos, as pessoas ainda enfrentam barreias e bloqueios. Quando o cidadão encontra algum espaço, mesmo quando supostamente democrático, mesmo nas eventuais “consultas públicas”, quase sempre a participação tem se revelado mera mistificação.

Acresce que, a democracia brasileira, com o calendário rígido do presidencialismo e do voto proporcional, nunca se mostrou um bom sistema. Copiado dos Estados Unidos, por imitação populista latino americana, o sistema não funciona adequadamente nem mesmo no país de origem. La, ao menos, as eleições para a câmara são distritais e ocorrem a cada dois anos. Se poderia até desconfiar que sua adoção, ao sul do equador, se deu precisamente por ser o mais conveniente à entranhada cultura da corrupção.

Portanto, se o presidencialismo, que reúne na mesma pessoa o chefe do Estado e o Chefe do Governo, já não era o melhor modelo de governo num tempo de comunicações precárias e difíceis, hoje não há mais razão nenhuma para o Brasil manter vigente o regime de perfil barroco que temos.

De maneira que, como a nação só pode sair desta enrascada com o esforço de todos, nada mais natural que os cidadãos estabeleçam suas condições para se engajar. Em que condições se disporiam a participar com sua parte.

Ceska – O digitaleiro


 

Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos.

nelson-rodrigues
Charge: Latuff 2012 (100 anos de Nelson Rodrigues) “Subdesenvolvimento não se improvisa: é obra de séculos!” – Nelson Rodrigues

As novas gerações, todavia, se mostram dispostas a enfrentar o desafio e desmontar o complexo emaranhado de interesses que dão sustentação a esta praga que absorve e dissipa os recursos do país e não permitem que o Brasil alce voo e alcance seu destino como nação.

Entranhada no contexto cultural e onipresente ao longo de toda a história brasileira, a corrupção é aceita com complacência por parcela importante da população.

Resignadamente, muitos a têm como uma manifestação inescapável da brasilidade e do caráter nacional. Faria parte do panorama social amoral, assim como a malandragem carioca ou o Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, do paulista Mário de Andrade.

Entre as causas para a transigência coletiva com a corrupção está a pouca percepção pelo povo de que o dinheiro desviado dos cofres – ou empresas públicas – é dinheiro que pertence ao povo. Dado o baixo nível de educação geral e o virtual analfabetismo cívico, com um olhar aborrecido sobre as contas públicas, é muito comum as pessoas pensarem que o dinheiro do governo seria ilimitado. Que nasce por geração espontânea. Seria um dinheiro que o governo “cria”, ou dado o pendor para o pensamento mágico de muitos brasileiros, um dinheiro que “pinta”. (Faz que o dinheiro “pinta”…)

A propósito, atribui-se a Nelson Rodrigues, o agudo observador da cultura social brasileira, o desabafo, “toda vez que vejo um brasileiro ligar causa a efeito, tenho um orgasmo…”

Nelson Rodrigues, porém, acreditava no Brasil. O jornalista, dramaturgo, escritor e mordaz crítico da sociedade brasileira de sua época e um dos intelectuais brasileiros mais lúcidos dos meados do século XX, achava que faltavam ao Brasil lideranças que o compreendessem e o amalgamassem. Uma de suas frases deixava claro este ponto de vista: “O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe, porém, um rajá, isto é, um líder que o monte”.

Esse líder ainda não se apresentou até hoje. De todos os que passaram, após o tempo de Nelson Rodrigues, dois líderes se destacaram no perfil preconizado por ele: Juscelino Kubistchek – o construtor de Brasília – e Fernando Henrique Cardoso, que domou a inflação e provou ser possível colocar o Brasil nos eixos sem necessidade de um governo de força. Mas a obra permanece inacabada. O Brasil continua um elefante geográfico e continua sem um líder para montá-lo.

Nelson Rodrigues, por sua parte, não considerava essa uma tarefa fácil. Compreendia a dificuldade de circunscrever os traços culturais que produziam o subdesenvolvimento: “Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos”.

O subdesenvolvimento brasileiro sempre se sustentou na aceitação, por parte da sociedade, de desempenhos medíocres disfarçados por retórica ufanista e bombástica. Promessas irrealizáveis e arroubos insuflados por mentira e ignorância foram a marca do governo lulopetista.

A explicação pode ser encontrada no “complexo de vira-lata”, a que aludia Nelson Rodrigues. Inicialmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros com a derrota da Seleção Canarinho para a Seleção Uruguaia de Futebol em 1950, na final da Copa do Mundo e em pleno Maracanã. Mas acabou incorporada à cultura do subdesenvolvimento.

Para Rodrigues, o complexo não se limitava somente ao futebol. Segundo explicava ele o “complexo de vira-lata” seria a inferioridade que grande parte dos brasileiros sentem em relação ao resto do mundo.

Ainda segundo Rodrigues, “o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima”.

Sempre se menciona que Pero Vaz de Caminha fez o primeiro pedido ao Rei de Portugal, dom Manuel I, já na ”Carta do Achamento do Brasil” , a primeira carta escrita nesta Terra de Santa Cruz.

A cultura, na definição do antropólogo Edward B. Tylor, é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”[i].

A “cultura social”, em complemento, pode ser definida como o conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. Mais sutil é o conjunto de “valores”, as crenças fundamentais, que norteiam o comportamento.

Dentro do contexto da filosofia, a cultura está a serviço das necessidades, aspirações e desejos humanos. A cultura, vista pela ótica da civilização, reúne a maneira como o homem foi resolvendo seus problemas ao longo da história. Cultura, assim, algo que o homem criou ao longo de gerações. Como somos “animais sociais” – e nenhum homem é uma ilha – o “Homo-sapiens” só se torna homem porque vive em meio a um grupo cultural. Dentro deste grupo cultural predominam as ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais que estabelecem o que é aceitável e o que não é. Ou seja, o que é bom e o que não é, que estabelece a noção do bem e do mal para aquele grupo social.

A “cultura social” é, em consequência, um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que confere sentido à vida de seus membros. Representa, portanto, uma força poderosa que permeia todo o tecido social. Dela deriva uma matriz de estímulos e condicionamentos que influenciam o comportamento dos membros do grupo e os recompensam na medida que adotam os comportamentos alinhados com os valores do grupo.

Reconhecendo a força da “cultura social” como indutora de comportamentos, o Vice-Primeiro Ministro e Ministro da Fazenda de Singapura, Tharman Shanmugaratnam, a definiu como a “Mão Invisível da Cultura Social”. Com esta definição, o Ministro Tharmam estabelece uma comparação com a “Mão Invisível do Mercado” de Adam Smith.

“Mão invisível” foi, como se sabe, uma expressão introduzida por Adam Smith em “A Riqueza das Nações”, para descrever o processo virtuoso que ocorre em uma economia de mercado, onde, apesar de não ser visível uma entidade coordenadora do interesse coletivo, a interação econômica dos indivíduos que buscam seus interesses pessoais tende a resultar no “bem comum”. É como se houvesse uma “mão invisível” dirigindo a tomada de decisões dos investimentos e negócios. A “mão invisível”, a que o filósofo iluminista se refere, explicava o que hoje chamamos de lei da “oferta e procura”.

Ainda que o conceito original da “Mão Invisível” de Adam Smith tenha sido questionado em muitas ocasiões, a verdade é que sua lógica intrínseca sobreviveu aos seus críticos pela simples razão de que ela apenas dá nome aos fatores ocultos que intervêm na tomada de decisão dos indivíduos. E que são, estes sim, inteiramente visíveis.

O Ministro Tharman, ao reconhecer a força da “Mão Invisível da Cultura Social” no comportamento das nações, afirma que a construção de “uma boa sociedade” se firma sobre os valores e condutas, especialmente o desejo das pessoas de tomar responsabilidade sobre si mesmas e suas famílias, bem como contribuir para o êxito dos demais.

Para o Ministro Tharman, uma vez que se entenda e aceite o conceito da “Mão Invisível da Cultura Social” se pode usa-lo para mudar a sociedade. Em uma relação de causa e efeito, quando a Cultura Social muda, muda o comportamento da sociedade. A boa notícia é que a cultura social não é imutável. Ela muda em resposta às políticas adotadas.

O Ministro Tharman usa a expressão “Compacto Social” para definir o “acordo” que deve ser estabelecido entre os membros de uma sociedade organizada, ou entre os governados e o governo definindo e limitando os direitos e deveres de cada um.

Ele exemplifica mostrando que as pessoas tendem a agir segundo regras do contexto politico, social e econômico em que vivem. E o sucesso destas sociedades é ditado pela maior ou menor excelência das regras e conceitos adotados neste “Compacto Social”. Quando o “Compacto” reúne políticas saudáveis e adesão da sociedade, a “Mão Invisível” se encarrega de promover o desenvolvimento e distribuir prosperidade. É pelo resultado obtido que se pode avaliar a qualidade dos “Compactos”, a exemplo do resultado em sistemas como o comunismo, a social democracia ou capitalismo de livre-mercado. Para Tharman políticas redistributivas no contexto do “Compacto” podem apenas obter sucesso se forem desenhadas para encorajar uma cultura de responsabilidade pessoal e se promoverem a responsabilidade coletiva entre todos.

Na opinião do Vice-Primeiro Ministro, a quatro áreas que concernem à Cultura Social e devem estar no eixo das politicas do governo são: 1) A mobilidade social sustentada; 2) Acordo claro entre a responsabilidade individual e a responsabilidade coletiva; 3) Cultivar uma cultura de inovação e de aceitar riscos; 4) Crescimento do bem publico e o papel dos espaços públicos e da sociedade civil.

A noção de que a “Cultura Social” tende a moldar o comportamento das pessoas que vivem em um determinado ambiente social não é nova.

A noção de que a “mão invisível” da “Cultura Social” tem efeitos sobre o comportamento social das pessoas equivalente aos efeitos que a “mão invisível” de Adam Smith tem sobre a economia. Para mudar o Brasil, a mão invisível da “Cultura

Social” virá somar-se com a “Cultura Digital”.

“Quem não lê, não quer saber; quem não quer saber, quer errar”. (Pe. Vieira)

Ceska – O digitaleiro


[i] (LARAIA, Roque de Barros. Cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006)

Se queixar não é uma estratégia

Queixar
“O que devemos fazer é sempre nos inclinarmos para o futuro. Quando o mundo muda ao seu redor ou quando muda contra você o que costumava ser um vento de cauda – à seu favor – passa a ser um vento de proa. Então você precisa reconhecer isso e descobrir o que fazer, porque se queixar não é uma estratégia.”
Jeff Bezos – Fundador da Amazon.com

Existem dois tipos fundamentais de “Inovação”

  1. Evolucionária e
  2. Disruptiva

Tipo Um – Evolucionária

Esta é uma inovação que adiciona algum atributo ou característica a algo pré-existente.

  • Evolutiva – Melhora algum aspecto de algo existente. Por exemplo, aperfeiçoa um dado dispositivo constitucional ou modifica para melhor uma lei, uma norma, um procedimento.

Exemplo: A Lei Complementar 131/2009 – a chamada lei da Transparência, que altera a redação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O texto inova e determina que sejam disponíveis, em tempo real, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É um bom passo, mas não tem o condão de mudar a natureza do Estado.

– Revolucionária – Inovação radical ou inesperada. Muda muitos aspectos dos processos em uso, mas que não afeta o contexto existente.

Exemplo: Lei da Ficha Limpa ou Lei Complementar nº. 135 de 2010, que torna inelegível por oito anos candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou tenha sido condenado por decisão de órgão colegiado, que seja composto por mais de um juiz, mesmo que ainda exista a possibilidade de recurso. Esta lei foi pensada para “depurar” o processo eleitoral, mas ainda altera muito pouco sistema atual.

Tipo Dois – Inovação disruptiva

Este conceito foi proposto inicialmente por Clayton Christensen, Professor na Harvard Business School, em seu livro “O Inovador Disruptivo”.

O que Christensen trouxe como novidade é a consciência de que existem maneiras diferentes de se trocar de tecnologia. Alguns avanços tecnooógicos são passos em um mesmo caminho, enquanto outros são como saltos para outro mundo: rompem com todas as noções e regras pré-existentes.

Sendo o homem o ser inquieto, perscrutador e ambicioso que é, novos conhecimentos são incorporados a cada dia e novas soluções permitem uma evolução constante. Um aspecto relevante é que o conhecimento nos diversos campos evoluem em paralelo, mas recebem influências cruzadas todo o tempo.

Quando estes conhecimentos cruzados maturam, novas combinações permitem saltos evolutivos radicais, que “rompem” com modelos baseados em crenças do passado.

Assim, possibilidades que eram limitadas pelo nível de conhecimentos anteriormente disponíveis subitamente se transformam em “invenções” ou “descobertas” transformadoras, ou seja, “disruptivas”.

Embora pudéssemos listar milhares de exemplos contemporâneos, é óbvio que a evolução do conhecimento e os saltos disruptivos ocorrem desde que o homem aprendeu a aprender.

E a inovação disruptiva é uma conquista no campo do saber que se incorpora ao repertório de conhecimentos humanos disponíveis para mudar a vida e o destino do homem. Exemplos clássicos são o uso do fogo e a descoberta da roda.

Outro exemplo de inovação disruptiva, neste caso uma que teve impacto decisivo em nossa história, foi a descoberta da chamada “vela latina” e sua adoção no velame das caravelas portuguesas.

Embora a “vela latina” já fosse conhecida desde os gregos, foi sua adoção nas caravelas e, mas tarde nas naus portugueses, que possibilitou os grande descobrimentos.

Os navios à vela anteriores às grandes descobertas usavam velames retangulares que aproveitavam com eficiência a força dos ventos. Mas que só funcionavam bem na navegação “empopada”, quando o vento sopra da popa para a proa, ou seja, alinhado com a rota do destino.

Cerca de 1420 da nossa era, então, as “velas latinas” foram introduzidas nas caravelas. A vela latina, que apareceu no mundo árabe cerca de 200 a.C., era uma vela triangular que permitia “navegar à bolina”, ou seja, navegar contra o vento. O avanço se dava em um tipo de zig-zag, com a vela posicionada em um ângulo de 45º com o mastro. Mudando de lado, em intervalos regulares, possibilitava o aproveitamento dos ventos laterais e de popa. Este tipo de vela possibilitou ao homem, pela primeira vez, navegar com precisão para um destino pré-estabelecido.

contituiçõ da caravela
A “vela latina” permitiu à Portugal uma vantagem estratégica na descoberta e exploração do novo mundo.

O uso crescente da vela latina permitiu a exploração na costa africana, seguida de trajetos mais longos, como é o caso das viagens para a Índia. Sem a vela latina os navegadores portugueses estariam condenados à imobilidade e à amargura da irrelevância. Um destino que será o nosso se não rompermos com a mediocridade que nos envolve e imobiliza.

Esta mesma situação se apresenta ao Brasil do século XXI: precisamos navegar contra o vento para superar a crise e as dificuldades que temos pela frente.

Neste contexto que enfrentamos, a tecnologia digital pode ser nossa vela latina. A vela que nos vai permitir navegar à bolina contra a crise. Que vai permitir Introduzir um novo conjunto de soluções e remodelar o sistema organizacional do país.

Ceska – O digitaleiro


 

Só a revolução digital poderá nos socorrer

 

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O povo unido jamais será vencido, o povo conectado jamais será derrotado!

O poder do povo pode resolver: o Brasil precisa de uma mudança libertadora. E só a revolução digital poderá nos socorrer.

Remendos não vão resolver. Já somos uma espécie de “Patch work” institucional.

Em uma frase: Precisamos nos converter em nossos próprios libertadores. Vivemos em um país colonizado. Esta crise e seus desdobramentos mostram que estamos aprisionados. Somos servos de nossa própria casta dirigente.

De tanto termos sido colônia, de tanto termos sido servis, de tanto termos sido escravos, de tanto termos sido roubados, de tanto termos apanhado no lombo, pegamos o cacoete. Como cavalos de tração, não sabemos viver sem os arreios. Condicionados a nossa condição de servos e subalternos, aceitamos como natural a divisão do país em duas esferas: a dos senhores e a de nós, o povo.

Essas reminiscências estão de tal modo entranhadas em nossa cultura que aceitamos como normal.

E antes de buscarmos uma nova trilha para mudarmos nosso destino, vale a pena fazermos uma pequena viagem pela nossa história. Podemos, deste modo, tomar consciência de como somos cordeiros, de como nos fizeram submissos, de como foi grande o estrago causado pela dominação colonial. Podemos nos olhar no espelho e perceber as marcas do patrimonialismo que ainda perduram, provocando inequidades centenárias e impondo limites ao nosso potencial.

Podemos examinar, com espírito crítico, eventos, fatos e episódios do país que temos sido e dos costumes prevalentes nos quinhentos anos de nossa história.

O fato é que precisamos entender melhor os nossos “demônios”, os “porquês” de nosso atraso, nossos medos e aflições, para podermos enxergar melhor a profundidade da reforma a ser feita. E para nos darmos conta da urgência da reconstrução.

Esta visita aos fantasmas de nosso passado permitirá um olhar em perspectiva e nos dará mais confiança ao enfrentarmos os desafios da reconstrução.

De início, o mais importante, ao partirmos para esta jornada rumo ao nosso destino digital, é mantermos alta a nossa autoestima.

Estamos com problemas. Muitos são grandes, outros esdrúxulos, outros são pequenos, mas ardidos. Problemas não nos faltam, posto que nosso governo atrai problemas como o imã atrai limalhas. A variedade é grande e são numerosos. Mas o que faz da vida brasileira um inferno é o enredado de problemas-cipó que parece ter vindo direto das profundezas. O que dificulta a caminhada numa floresta, como se sabe, não é a altura das árvores, mas o cipós que nos prendem os pés.

O mais trágico paradoxo de nossa geração é que o Brasil tem tudo – tamanho, clima, áreas agriculturáveis, população – para estar entre os melhores do mundo. Já teve momentos de crescimento em torno de 10% ao ano, mas hoje se encontra imobilizado na areia movediça de suas próprias escolhas e equívocos.

Identificar – sem preconceitos ou paixões – os erros e equívocos e atacar as causas deve estar no centro de qualquer esforço de reconstrução.

O sentimento de frustração que vem de nossa impotência histórica, de nossa incapacidade de superarmos nossos erros, impacta particularmente os jovens, que se vêm perplexos diante de um futuro opaco, que parece não apontar saídas.

Mas o Brasil é veterano em enfrentar crises. No geral, a população brasileira é formada por gente capaz, inteligente e razoavelmente informada. Seu maior pecado é a ingenuidade. É sua propensão em acreditar na retórica e nos demagogos. E dar crédito demasiado aos poderosos, quaisquer que sejam. Figuras que ainda vê aureoladas de atributos que antes eram próprios da realeza.

De uma forma ou outra, entra crise, sai crise, sempre nos safamos. Portanto, essa não é a dúvida. A dúvida é como vamos nos safar desta vez. O preço que vamos pagar e que tipo de novo ciclo estaremos abrindo. Vamos avançar e sair da areia movediça ou, depois de sacrifícios ingentes, vamos voltar a correr atrás do próprio rabo e patinar no mesmo lugar?

Se desejarmos sair deste entra e sai de crises, temos que escolher uma saída que altere o contexto em que o país funciona. Entre as saídas possíveis, como vimos, temos, de um lado, as tradicionais: cortes perfunctórios e superficiais, já que ninguém vai largar o osso sem estrilar, em tandem com aumento da carga de impostos e de outro, para onde seremos empurrados pelas circunstIancias, o salto para o futuro, para o Brasil Digital.

A primeira opção sempre nos tem levado a uma montanha russa de crises recorrentes. Assim que se arruma a casa, voltam os parasitas, penduram-se no Estado e tudo começa de novo. A segunda, a saída digital, é o rumo natural. É um caminho diferente e cheio de promessas. Para muitos dos velhos políticos e atuais detentores do poder, poderá ser uma alternativa assustadora. Como nada conhecem do novo mundo, preferem ficar no velho. Mas para as novas gerações, que se sentem à vontade no mundo digital, o velho é o velho.

Por outro lado, se vamos pensar em uma saída verdadeiramente inovadora, precisamos ter clara a noção de que a “inovação” vem a ser uma nova ideia, um novo conceito ou uma nova solução destinada a atender uma necessidade específica de modo melhorado, novo ou original. De modo melhor.

Ceska – O digitaleiro


 

 

A tornozeleira socialista que nos acorrenta

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Acorrentados com passado. A gente não merece.

Luís XIV, o Rei-Sol, (1638 – 1715), dizia: “L’État c’est moi”. (O Estado sou eu). Mais ou menos como seu xará contemporâneo, o Luís Inácio Lula da Silva.

A visão de Luís XIV era compartilhada, em maior ou menor grau, pelos demais reis da era medieval. O Rei era o Estado. Por direito divino. E porque suas ordens decidiam os ganhadores e perdedores.

Os imperadores, reis, monarcas e similares estabeleciam as regras, ditavam as ordens, cobravam os impostos, faziam guerras para aumentar seus domínios e quem não gostasse corria o risco de ser enviado para as masmorras, quando não queimado vivo ou enforcado, como foi Tiradentes.

Vale ressalvar, entretanto, que mesmo o Rei detentor de poder absoluto, podia muito, mas não podia tudo. No meio desta equação sempre havia o imponderável: o homem.

O homem sonha e busca seu destino. A história é uma sucessão de lutas de conquista e de heróis que se sacrificam em defesa de sua liberdade.

Por poderoso que fosse o Rei, contudo, ele não tinha como evitar que no reino surgissem conflitos, desavenças e revoltas. E, o mais perigoso: ambições. O fato é que sempre existiam disputas por poder, territórios, recursos, etc.

E os reis tinham concorrência. Por rivalidade, por cobiça ou outras razões, o mundo sempre viu guerras de conquista, invasões e pilhagens. Nós tivemos a guerra do Paraguai, para ilustrar a história.

O benefício para a humanidade deste processo foi que os reis melhores e mais competentes acabavam sobrepujando os reis piores e mais incompetentes. E na base do sucesso de um rei estavam seus súditos. Sua disposição para o trabalho, criatividade, lealdade.

Nesta tarefa de assegurar a lealdade dos súditos é que a Religião tinha um papel fundamental. Os reis se apresentavam como ungidos por Deus. O Imperador do Japão é, ele próprio, uma divindade.

A mensagem das religiões sempre foi baseada em prometer aos seus membros uma vida melhor após a morte, condicionada a que as pessoas se submetessem às regras de seus líderes durante a vida.

Pela importância do papel das religiões junto ao povo, elas sempre foram aliadas e sempre fizeram parte da estratégia dos reis e governantes. Isto quando este não eram “dublês” de chefes religiosos e governantes. O exemplo mais moderno do poder das religiões está no Islamismo e no “jihad”, a guerra santa dos muçulmanos.

Do ponto de vista dos indivíduos, sobreviver no ambiente de conflagração permanente que foi a história, sempre foi muito difícil. Viver era muito perigoso. Não apenas as pessoas do povo viviam praticamente sem direitos, como dependiam da boa vontade do Rei ou de seus prepostos, como, na Idade Média, do senhor feudal para quase tudo.

Com poder sobre a vida e a morte, déspotas de todos os tempos tratavam as pessoas comuns como sua propriedade. Servos podiam ser destituídos de seus bens a qualquer tempo e serem mortos a qualquer pretexto.

Sem quaisquer garantias, podiam ser envolvidos em guerras, aprisionados e transformados em escravos. Portanto, para as pessoas da idade média, pertencer a um reino bem governado e protegido era, de certa forma, uma benção.

Felizmente evoluímos. A civilização avançou. Veio o renascimento. A Revolução Francesa. A Constituição Americana. Os ventos da mudança arejaram as mentes, veio a Revolução Industrial e, em nosso tempo, a Revolução Digital. Mas a modernidade não chegou a todo o  o planeta, infelizmente. E entre as partes do mundo civilizado ainda existem redutos de arraigada estupidez. Boa parte do Brasil vive ainda imerso na idade do arco e flecha. Em uma pajelança ideológica canibal. Estamos melhor do que a África. Mas a tornozeleira socialista que nos aacorrenta nos mantém distantes do país de ponta que podemos – e estamos destinados – a ser.

Ceska – O digitaleiro


 

O Brasil tem os meios. Falta o protagonismo.

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O desafio é fazer as engrenagens girar

O Brasil tem os meios. Falta o protagonismo.

Vivemos a pior crise desde 1964, é verdade. Mas estamos em condições de mudar o cenário.

Chega de esperarmos por Brasília. Como diria o Barão de Itararé, de onde menos se espera, de lá é que não vem nada mesmo.

Queremos sair da crise? Queremos encontrar um novo caminho? Então, suponho, é o que devemos fazer.

Você vê coisas erradas? Eu também. Mas estamos saturados de criticas. Já sabemos que o caminho do governo petista não nos levará a lugar nenhum. Podemos chegar ao impeachment. Ainda assim, os problemas do patrimonialismo, do populismo e do presidencialismo monárquico vão continuar.

A mudança que precisamos não é de pessoas. É de contexto. É de sistema. É da forma como organizamos o Estado. Precisamos sair do casulo analógico para voarmos nas possibilidades do mundo digital.

Muita gente concorda: o Brasil tem jeito, e o jeito é digital.

Mas como criarmos uma visão comum da mudança que queremos? Como chegarmos a um consenso sobre a plataforma de desenvolvimento que atenderia nossas aspirações coletivas?

Podemos começar por conversar sobre a ideia. Podemos ir reunindo opiniões. Podemos ir sugerindo ideias. A verdade é que ninguém – ninguém mesmo – tem a resposta pronta. Acredito que muitos conseguem imaginar um Brasil digital partindo das experiências que temos com diferentes espaços digitais. Talvez possamos criar um evento para trazer os interessados a um grande debate.

O que precisamos fazer, se adotarmos a saída digital, é nos juntarmos, nos mobilizarmos, nos envolvermos. Em paralelo, precisamos reunir ideias e começar o debate. Mas o mais importante está na conquista dos corações e mentes da sociedade. Nada se conseguirá fazer sem contarmos com a opinião pública.

O que a crise propicia é o clima de urgência para o debate e para a formação de opinião no âmbito da sociedade.

As nova tecnologias digitais, por meio da Internet e das mídias sociais, arejam e escancaram o diálogo. Todos podem dialogar com todos. Líderes deverão aflorar. Lideranças sempre existiram e existirão, do mesmo modo como visionários e inovadores. Sempre a humanidade precisará de uma nova roda, de uma nova alavanca, de dominar um novo fogo, de criar e polir uma nova pedra. No nosso caso, de uma nova solução para um país que é caso único de potencial e de amarras que vem do passado.

Os membros das novas gerações digitais brasileiras estão em toda a parte. Pensam de forma independente, agem segundo sua inspiração pessoal, querem distância dos partidos, mas se associam em redes colaborativas em escala nacional. Se sentem complementares e não se pensam unidades seriadas. São, mal comparando, dotados de “terminais inteligentes” e não os “terminais burros” de grandes “mainframes” dos CPDs – Centros de Processamento de Dados, de inspiração centralizada, que prevaleceram nos anos de 1970 e 1980 do século XX.

Os membros das novas gerações não aceitam ser descartados, nem nivelados por baixo. Se sentem iguais – na internet SÃO IGUAIS! – e não querem ser rotulados por estereótipos.

O velho lema, de inspiração maquiavélica, “dividir para governar”, que o lulopetismo usou com maestria no contexto do “nós e eles”, não resiste ao compartilhamento de ideias, conceitos e opiniões do mundo online.

A divisão online não é entre norte e sul ou leste e oeste, em entre brancos e negros ou entre nordestinos e sulistas. A divisão é entre os que pensam e os que não pensam, entre os que contribuem e os que não contribuem. E o Brasil de amanhã virá pelo engajamento digital de multidões de brasileiros que sabem onde fica o futuro.

Ceska – O digitaleiro

Nossas necessidades nos definem

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Nossas necessidades nos definem

Uma sociedade moderna deve contar com uma infraestrutura que viabilize o atendimento das necessidades de seus cidadãos para que tenham uma vida com qualidade.

Entre os requisitos para assegurar a qualidade de vida, o Estado deve oferecer os meios para que seus cidadãos possam se tornar produtivos e, deste modo, obter os meios econômicos com que adquirir os bens e serviços para suas necessidade de consumo. Entre os benefícios a serem oferecidos pelo Estado estão seu espaço geográfico, seu meio ambiente, sua infraestrutura e os serviços públicos, enquanto seus bens intangíveis incluem o Estado de Direito, a estabilidade, a segurança e a previsibilidade. Igualmente precisa oferecer as liberdades para que cada cidadão possa realizar seu destino e expressar suas potencialidades.

O grande pensador da Escola Austríaca de Economia, Ludwig von Mises, defende o livre mercado, mostrando os bons resultados deste modelo. A civilização conseguiu sair da barbárie e atingir excepcional grau de prosperidade graças ao sistema de liberdade econômica, com base na operosidade e na iniciativa e na propriedade privada. Sem esquecer na cooperação possível no ambiente do livre mercado.

O homem é livre, segundo Mises, quando ele pode escolher seu destino sem constrangimentos do Estado. Livre do bedelho burocrático e da intervenção das políticas da esquerda que tem como eixo tirar dos que produzem para dar aos que parasitam o Estado. O cidadão deve poder fazer escolhas livres sobre como viver sua vida, quais seus objetivos – os fins – e como pretende chegar a eles – os meios. Entretanto, a liberdade, como a entendemos hoje, é uma conquista da civilização. A antiga UDN (União Democrática Nacional), odiada por seu papel na defensa dos valores da civilização ocidental contra os caudilhos e malandros que se revezavam no assalto ao Estado, tinha como lema que “O Preço da Liberdade é a Eterna Vigilância”.

A liberdade é um direito sob ataque constante. O indivíduos livres são permanentemente acossados por governos, instituições, religiões, corporações, partidos, grupos de influência e assemelhados, todos buscando arregimenta-los e incorporá-los à suas hostes. O vale-tudo para engambelar os cidadãos não conhece escrúpulos nem limites.

Diante deste assédio despudorado, o cidadão precisa ficar atento para que as promessas mirabolantes não interfiram na principal função do governo em um país livre: proteger o país e a liberdade. O governo de povos avançados deve agir como árbitro entre os diversos interesses legítimos dos cidadão, que vez ou outra entram em conflito. Desta última tarefa deriva seu poder para coibir os excessos dos inescrupulosos e dos predadores sociais.

Como somos “animais sociais”, somos presas fáceis. Não gostamos da imprevisibilidade. O instinto de autopreservação e da sobrevivência explica o comportamento de dependência do Estado. Especialmente porque, na medida que compreendemos nossas fragilidades, buscamos segurança e proteção. Este papel de provedor das necessidades e de protetor já foi da família, da tribo e do reino. Já dependeu de Deus e já foi da igreja. Hoje, para muitos, este é o papel do Estado.

Uma ideia de como estas necessidades do indivíduo se colocam como motores do comportamento humano nos é dada pela chamada “Hierarquia das Necessidades de Maslow”. Esta hierarquia é também conhecida como “Pirâmide de Maslow”.

Em 1943 o psicólogo norte americano Abraham Maslow publicou um artigo intitulado ˆ “Uma Teoria das Motivações Humanas” no qual explicava que as pessoas tem cinco camadas de necessidades que se colocam em um sequência determinada de prioridades. Assim que uma camada de necessidades é atendida, a pessoa busca alcançar as necessidades da camada seguinte.

Maslow, em seu trabalho, define uma escala de cinco necessidades:

Prioridade um: necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo;

Prioridade dois: necessidades de segurança, que partem da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como uma fonte de renda, um emprego estável ou um plano de saúde;

Prioridade três: necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a uma família, um grupo ou fazer parte de um clube;

Prioridade quatro: necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;

Prioridade cinco: necessidades de auto-realização, em que o indivíduo, liberado das necessidades mais básicas, pode dedicar-se a aquela atividade que o realiza e que considera sua razão de ser como pessoa.

Em complemento, o economista chileno Manfred Max Neef tem argumentado que a pobreza seria a frustração de uma destas necessidades.[1]

E é evidente que não é possível atender estas necessidades sem contar com “o outro”. O próprio ato de nascimento só ocorre quando dois adultos criam a vida por um relacionamento íntimo e a criança se desenvolve após um período de gestação no útero da mãe. E é exatamente nestas necessidades, sobretudo as de prioridades um e dois, que que se insere o governo. E prometendo nos garantir estas necessidades, e desta forma, nos proteger desta aparente fragilidade, os regimes comunistas e socialistas vem e nos submetem. Vem e nos impingem sua autoridade, vem e nos tomam a liberdade.

O grande avanço da civilização foi organizar a vida social de modo a permitir que a cooperação entre os membros da sociedade seja ordenada e harmônica. Siga princípios e procedimentos estabelecidos mediante consenso, entendimento e concordância dos integrantes do grupo social, ou seja, dos cidadãos. Este mecanismo, na Civilização Ocidental, é o Estado de Direito e compreende suas instituições e a Democracia.

Ocorre que o Estado de Direito não adquire legitimidade por si só. Ele não pode servir de pretexto, nem ser um ente distante, superior, etéreo, abstrato, construído no vácuo e apoiado na “matéria escura”. Tampouco pode ser feito de diques para proteger privilégios. Para ser aceito pelo conjunto da sociedade como árbitro da vida em comum, ele precisa responder às necessidades da vida prática. A vida da sociedade se dá no cotidiano das relações de troca. No acesso aos produtos e serviços essenciais, no acesso ao mercado e no atendimento das diferentes necessidades dos indivíduos. Um Estado de Direito se fortalece quando as pessoas o vêm ao alcance da mão. Como um guarda chuva a que se pode recorrer como proteção nas intempéries. Infelizmente, no Brasil, o Estado de Direito se parece mais como um “capitão do mato”, um protetor dos interesses do senhor contra os dos servos, dos superiores contra os subalternos, do Estado contra o povo.

E para manter o status quo que convêm para os “operadores” do Estado – plíticos e burocratas – os interessados em manter tudo “isto o que aí está” cercam com paliçadas as “conquistas” que arrancaram da sociedade distraída. Reclamar dos abusos e questionar qualquer uma delas desencadeia uma torrente de impropérios. As portas do inferno se abrem e dele saem hordas de dragões alados exalando enxofre, cuspindo fogo e calcinando tudo.

Acontece que a sociedade já vem descobrindo que estes dragões de fancaria são tão falsos como notas de três reais. E que suas ameaças de hecatombe social são feitas para atemorizar trouxas e possuem a credibilidade de um conto do vigário.

A única maneira de estabelecer um Estado de Direito na era digital, assim, requer arranjos institucionais transparentes, capazes de evolução constante. Esta a maneira de se manter útil e de se justificar diante da sociedade.

Na idade média a aristocracia tinha um papel na organização do Estado e na proteção aos membros da sociedade de seu tempo. Isolados e dependentes, os indivíduos eram vulneráveis e fragilizados. Sua vontade não contava. Imersos em pobreza, vivendo em um vale de lágrimas, seu destino era decidido nas cortes e nas cúrias.

A humanização, se não resgatou a todos, ao menos dignificou existências miseráveis. Foi só com a revolução industrial que a humanização passou a contar com os meios para prover as necessidades. E o progresso material forneceu um colchão de recursos para viabilizar novas possibilidades. Para permitir um novo ordenamento dos papéis sociais. Quando os cidadãos aprenderam a se organizar e a defender seus direitos, a aristocracia, em sua função de origem, se tornou desnecessária.

Mas a aristocracia tenta se manter necessária acenando com um falso paraíso. No fundo, sabe que o que promete não é possível. Mas vai levando o povo na conversa. Os engodos se sucedem. As promessas conquistam os incautos e os mantém no poder. Em sociedades crédulas e atrasadas a tática funciona. Demagogos hábeis no empulho ganham tempo e enrolam uns e outros, cooptando os políticos sem escrúpulo e pagando os apoios com o esbulho dos que se sacrificam e mourejam.

Onde as sociedades evoluíram, as lideranças assumiram um papel de representação e não de comando. Onde o Estado deixou da tutela para ser parceiro , ele, o Estado, passou a ser um valioso ativo de seus países.

No mundo evoluído, onde a modelagem do Estado não acompanhou os novos tempos, este foi posto em cheque e foi substituído. No caso do Brasil, onde ainda vivemos em um regime de aristocracia postiça, uma democracia contaminada pelo populismo demagógico e sob um presidencialismo imperial, o regime não cumpre seu papel. O resultado é que o povo vive num curral que tem se mostrado um desastre social e político.

O Estado que promove o desequilíbrio gera uma crise permanente que, diante do esgotamento do modelo, agudiza as tenções sociais e leva a uma insurgência que vem comprometendo a liberdade individual. Aqueles que desejam continuar livres devem estar dispostos a lutar pela liberdade contra os que a querem restringir de forma ilegítima.

Para prevenir este risco, é necessário mais do que limitar o poder do governo. É preciso rever o funcionamento das instituições e buscar um arcabouço legal com uma constituição, leis e direitos alinhados com a nova amplitude da cidadania. A liberdade deve ser como o ar que se respira. Os cidadãos devem se sentir sem constrangimentos. Afinal, uma gaiola, mesmo que dourada, ainda é uma gaiola. Enfim, como escreve Rodrigo Constantino: “Vigiar o vigia é fundamental para preservar a liberdade”.

Ceska – O digitaleiro


 

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow – Novembro de 2015

Para que temos um Estado ?

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Para que temos um Estado? Apenas para sustentar castas que dele se apossam para benefício próprio?

Temos que reconhecer que o Estado, no Brasil, é um organismo empenhado na autopreservação. E suas artimanhas de sobrevivência, sua capacidade de ludibriar e sua sanha arrecadadora não conhece limites. Como parasita glutão, o Estado brasileiro suga os recursos da sociedade com a voracidade de um bando de gafanhotos.

Pouco sobra para a saúde, para a educação, para a infraestrutura e para tudo o mais que não seja para saciar os gastos da máquina, dos políticos, dignitários, privilegiados e burocratas. E os gastos obrigatórios são, em grande parte, sugados pelos burocratas e parasitas.

Uma forma de mudar o jogo em favor do povo é mudar o sinal nas prioridades constitucionais. Basta seguir dois princípios da dignidade cidadã:

  • Primeiro: não existe direito adquirido contra o povo e,
  • Segundo: os direitos constitucionais do povo e as atividades fim do Estado devem ter precedência.

Hoje os privilegiados e as atividades-meio vem primeiro. E o povo vem depois, quando, e se, vem. A coisa funciona assim: os privilégios raspam os cofres. Se restar algo, após saciada a voracidade das atividade meio do Estado e dos detentores de privilégios, então se destinarão às sobras para as atividades fim. Ainda que estas atividade fim sejam a razão de ser do Estado. É um total contra senso.

Este arranjo legal é uma armadilha institucional para pegar o povo. Sem desmontar esta sequência de prioridades de modo explícito, nada muda.

A inércia constitucional é desenhada para favorecer os detentores de privilégios. Esta lógica precisa ser modificada.

Não se pode mais favorecer esta Gilda, esta Corporação de Ofício de inspiração medieval que favorece os burocratas e políticos. É preciso mudar isto. Primeiro, assegure-se devidamente a prioridade aos direitos constitucionais do povo. Em seguida, garantem-se os recursos para as atividades fins do Estado. Assegure-se o direito à saúde, à educação, à habitação, ao emprego e à condições mínimas de subsistência. Depois, na sequência, virão os demais direitos e privilégios. Com absoluta transparência. Online e em tempo real.

Para por em prática esta fórmula de decência, a nação poderia traçar um patamar básico de retiradas para os privilegiados. Um total somando tudo, salários, aposentadorias, gratificações, apêndices e que tais. O restante fica congelado em conta correte. Contando juros, como os do FGTS. Transparentemente, pudicamente e publicamente, congelado.

Depois, claro, no devido tempo, sempre se pode liberar o direito à privilégios e regalias. O melhor desta política, além do mais, é seu poder didático: se os detentores de privilégios só forem receber o seu quinhão de privilégios por último, tratarão de bem governar. Esta seria a maneira para, ao fim e ao cabo, devidamente atendidos os direitos constitucionais do povo, possam receber sua parte.

O Estado é, na visão da civilização contemporânea, criatura e servidor da sociedade. E a sociedade deve estabelecer que Estado quer:

  • Que serviços públicos o Estado deve prestar e
  • Quais os meios e recursos serão postos à disposição do Estado.

Como princípio, o Estado deve obedecer a um orçamento e não pode gastar mais do que arrecada.

O Estado se justifica em dois universos:

  • Funções que são exclusivas do Estado, como defesa, segurança pública, regulação, diplomacia, manutenção dos três poderes;
  • Serviços essenciais básicos, como atenção à saúde e educação.

Fora destes dois espaços de atuação, a presença do Estado é uma usurpação do espaço do cidadão e deve ser combatida. A alegação esfarrapada de que “existe um interesse maior” não resiste ao escrutínio sobre qual seria esse tal “Interesse maior” que o poder público alega proteger.

Ademais, sendo o Estado uma forma de Organização Social, a sociedade que o forma deve ter a ultima palavra sobre o Estado que quer.

Mas isto tudo é mais fácil de falar do que de fazer. O conceito do Estado Liberal, que é o tipo mais avançado de Estado, é um conceito altamente sofisticado.

O cidadão do Estado Liberal deve ser, por definição, bem preparado social, cultural e economicamente. Se não tiver estas características, o Estado deixa de ser liberal na primeira eleição, quando um eleitorado despreparado e ingênuo vai cair no conto da prosperidade fácil. Do nada, ou melhor, do submundo, pinta um espertalhão populista e aglutina à sua volta a safadeza política nacional. Em breve estes tratarão de criar estruturas corruptas que só servirão para criar cargos e sinecuras de modo a buscar a permanência no poder.

No Estado Liberal os cidadãos demandam e exigem liberdades individuais as mais amplas possíveis. Os cidadãos não querem nem a tutela nem o cabresto do Estado. São adultos, preparados e prestantes. E nele, em face da liberdade que dispõe, as pessoas tendem a ser também as mais produtivas, as mais diversificadas e mais independentes.

Eventualmente, são também as que conquistam melhor padrão de vida. Decorre daí que o exercício da democracia liberal pressupõe que os cidadãos formem um grupo social articulado, com clara noção de seus direitos e deveres.

Um fundamento do Estado Liberal é que ele só pode intervir na vida do cidadão em situações muito específicas. Uma das liberdades mais importantes do cidadão é a liberdade de produzir e gerar riquezas no campo econômico.

O exemplo do aplicativo UBER é emblemático. Em muitas cidades, o poder público – o Estado – decidiu proibir os cidadãos do direito de escolha entre dois serviços de transporte urbano. E proibiu cidadãos livres de prestarem um serviço legítimo, pactuado com outro cidadão.

E só o fez por exorbitar escandalosamente de suas funções. Neste afã de proteger um grupo de interesses corporativos contra o direito dos demais cidadãos, o Estado usa da truculência de seu poder de polícia contra o cidadão honesto e prestante, convertido em fora da lei por pura “voglia”, por meio de um ato ilegítimo, do mais puro arbítrio.

Esta é a forma mais clássica de usurpação do direito da cidadania, e só o fato dos vereadores de cidades como o Rio e São Paulo se julgarem no direito de intervirem na vida econômica dos cidadão já mostra o quanto estão desorientados.

Felizmente ainda existe bom senso, notadamente no judiciário. Uma decisão publicada em outubro de 2015 pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu liminarmente a lei sancionada pelo prefeito Eduardo Paes que proibia a circulação de carros chamados pelo aplicativo Uber no Rio. A decisão foi da juíza Mônica Ribeiro Teixeira, da 6ª Vara de Fazenda Pública.

Segundo a juíza “Verifica-se inexistir legítima justificativa para que o Estado, por meio de regulação, impeça o exercício da intermediação do contrato de transporte privado individual realizado pelos impetrantes (Uber)”, diz o texto.

O mandado de segurança, em caráter liminar, permitiu que os motoristas parceiros do Uber continuassem circulando. A magistrada viu inconstitucionalidade na lei que pretendia banir a tecnologia na cidade e que havia sido aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito. Em sua decisão, a juíza se coloca contra o projeto, dizendo que é um “exemplo lastimável” de como os poderes Executivo e Legislativos “curvam-se à pressão” de grupos e agem contra os interesses do cidadão.

“Assim, pretendem a Câmara Municipal e o Prefeito sinalizar que nenhuma inovação é bem vinda se acompanhada da destruição de privilégios, retirando da sociedade a prerrogativa de trilhar, em livre mercado, o caminho do progresso. Felizmente vivemos em um Estado de Direito, no qual os governantes podem muito, mas não podem tudo. Em especial, não podem violar as liberdades garantidas pela Constituição para permitir que alguns poucos privilegiados se beneficiem da falta de opção artificialmente imposta ao consumidor”.

A decisão é um raio de luz nas trevas medievais em que estão mergulhados políticos que são incapazes de perceber o sinal dos tempos. Políticos condenados ao ostracismo por seu obsoletismo intelectual.

Ceska – O digitaleiro


 

No Brasil, o maior inimigo do povo é o Estado

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Manifestação na Paulista: o povo de um lado, o governo de outro.

O humorista Marcelo Madureira disse à Augusto Nunes, falando sério, no “Prato Feito” do site da Veja:

“No Brasil, o maior inimigo do povo é o Estado”.

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/no-brasil-o-maior-inimigo-do-povo-e-o-estado 

O mergulho do Brasil continua. A mediocridade se agiganta. E ninguém sabe onde termina o fundo do poço.

Enquanto isto, a perplexidade geral é assombrosa. O povo assiste a este circo de horrores em estado de espanto. E enquanto muitos desanimam de sair às ruas por desalento, outros não o fazem por terem entrado em estado catatônico.

Mas temos que reagir. Se os detentores do poder só pensam em salvar a própria pele, qualquer solução precisa partir do povo. Da sociedade. E precisa vir embalada em ideias e não apenas em críticas e resmungos.

A saída digital, com a ruptura do modelo analógico que nos aprisiona em naftalina, é um caminho.

Transformar o Brasil em um país Digital é diferente da mera adoção de alguns aplicativos.

Simples reparos ou remendos no país analógico não serão capazes de por o país nos trilhos digitais. O que a Geração da Mudança reclama é uma transformação profunda. Uma mudança de qualidade na organização do Estado que seja capaz de levar o país a um novo modelo de Organização Institucional.

A Geração da Mudança é diferente das que a antecederam. Trata-se de uma geração que nasceu e cresceu num mundo digital. Para esta geração, o sonolento modelo do “setor público” e das instituições lerdas, pesadas e imensamente dispendiosas – além de corruptas – é um contrassenso.

É incompreensível, a uma geração habituada a agilidade da internet, habituada a um mundo em upgrade permanente, onde tudo evolui e se resolve de forma rápida e direta, que o país precise deste governo absurdo, tão pesado e obsoleto como um encouraçado da segunda grande guerra, sustentando uma multidão de burocratas e parasitas.

Como explicar que o congresso, por exemplo, precise 25 mil servidores diretos e mais de cinco mil servidores terceirizados, ganhando extra-polpudos salários (Um jornalista ganha 18.440 reais mensais, um segurança concursado, ganha 6.722 reais mensais.) para oferecer resultados tão pífios?

O Congresso Nacional brasileiro é o mais caro por habitante, segundo levantamento da Transparência Brasil sobre os orçamentos do Legislativo federal em 11 outros países. Apenas o Congresso dos Estados Unidos é mais caro que o brasileiro, mas ainda assim pesa menos no bolso de cada cidadão do País.

A pesquisa da Transparência Brasil comparou o orçamento do Congresso brasileiro com os da Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, México e Portugal.

Proporcionalmente, o Brasil gasta seis vezes mais de sua própria riqueza para manter o poder Legislativo funcionando que os Estados Unidos, nove vezes mais que o Reino Unido e 11 vezes mais que a Espanha. A pesquisa mostra que 0,19% do PIB nacional é usado para manter o Congresso. Ou seja, de cada 100 reais produzidos aqui, 19 centavos vão para o Legislativo federal. O número pode parecer pequeno, mas colegas americanos e ingleses gastam bem menos: 0,03% e 0,02%, respectivamente.

Em 2007, o Brasil destinou para a manutenção do mandato de cada um de seus 594 parlamentares federais — 513 deputados e 81 senadores — quase quatro vezes a média do gasto dos parlamentos europeus e do canadense. Pelos padrões europeus de gasto parlamentar, o orçamento do Congresso brasileiro — equivalente a R$ 11.545,04 por minuto — poderia manter o mandato de 2.556 integrantes.

Se for levado em conta o custo absoluto do Congresso brasileiro por habitante (R$ 32,49), ele seria o terceiro mais caro do mundo, atrás do italiano (R$ 64,46) e do francês (R$ 34). O Brasil fica mais caro, porém, se for calculado o peso desse custo no bolso de cada habitante por duas medidas importantes para comparar economias nacionais — o salário mínimo e o PIB per capita. No Brasil, gasta-se dez vezes, em relação ao salário mínimo, o que se gasta na Alemanha ou no Reino Unido. Comparado ao PIB per capita, o gasto nacional é mais de oito vezes maior que o espanhol.

O mandato de cada parlamentar brasileiro custa hoje 2.068 salários mínimos — mais que o dobro do que ocorre no México, segundo colocado entre os países pesquisados, e 37 vezes o gasto proporcional ao salário mínimo registrado na Espanha.

Embora não tenham sido levantados neste estudo os custos diretos do mandato — salário, benefícios, assessores e verbas indenizatórias -, é possível comparar os gastos verificados na Câmara dos Deputados (R$ 101 mil mensais) aos da Câmara dos Comuns britânica (R$ 600 mil por ano). Cada parlamentar brasileiro consome mais do que o dobro de um parlamentar de um país em que a renda per capita e o custo de vida são muito superiores aos do Brasil.

Mesmo se não houvesse Senado — a Casa mais cara do mundo por membro, segundo o levantamento — o Brasil ainda teria um dos Legislativos mais caros existentes. O Orçamento de um Congresso unicameral seria menor que o do Parlamento italiano, o terceiro da lista.

O levantamento reforça a percepção de que os integrantes das Casas legislativas brasileiras perderam a noção de proporção entre o que fazem e o país em que vivem, segundo, a ONG Transparência Brasil.

E os gastos não são diferentes no Poder Executivo ou no Judiciário. Este modelo gastador, perdulário e ineficiente, definitivamente não foi organizado para servir ao povo nem para prestar os serviços que cabe ao Estado prover. Foi organizado para manter uma aristocracia burocrática feita de dignitários, funcionários públicos, militantes políticos e parasitas. Tanto que os serviços públicos no Brasil são uma piada de mau gosto. Além da péssima qualidade, tratam o cidadão como se fizessem um favor.

 

Ceska – O digitaleiro


 

O salto digital

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O salto para o mundo digital nos leva para outra dimensão

Podemos saltar para o lado digital a toque de mouse. Ir para o Brasil digital com embarque imediato. A razão para mudar já é que o Brasil precisa de uma luz no fim o túnel. E todos já percebem que o país vive os momentos finais de um duplo ciclo. Um ciclo com duas dimensões: um ciclo de tempo curto, a era PT, e um ciclo de tempo longo: a era colonial, o patrimonialismo e seus efeitos residuais.

Diante do esgotamento do modelo de organização do país nos campos social, político e econômico, um novo modelo irá, necessariamente, surgir. Virá para o bem ou para o mal. Virá para melhorar ou para piorar de vez.

Se não seguirmos pelo caminho digital, o país poderá viver apenas uma reforma do sistema atual, uma evolução em aspectos limitados, que significa mais impostos, mais demagogia, mais desperdícios e mais miséria, no lugar de mais desempenho, criando um novo ciclo de tempo curto. Existe o risco real de uma “bolivarização” ou “argentinização” que significaria jogar o século XXI no lixo.

Igualmente nefasto, o ciclo longo continuará intocado, conservando os mesmos males como patrimonialismo e corrupção, que sempre mantiveram o Brasil num Estado de crise crônica

Por outro lado, se fizer a opção pelo caminho digital, poderá abraçar um modelo disruptivo, revificador, unindo e mobilizando a sociedade para construir uma nova plataforma de prosperidade, revendo tudo o que está errado no modelo atual.

A adoção extensiva das novas tecnologias digitais permitirá criar um Estado mais próximo e mais ao lado do povo, mais eficiente, mais barato e mais funcional.

Então precisamos refletir sobre o Brasil possível no novo milênio. Sobre o papel reservado aos brasileiros na transformação do país e na importância do protagonismo das novas gerações. O Foco deve ser centrado em alternativas e soluções. Elas existem e estão mais próximas do que muitos imaginam, mas, certamente, não estão no velho truque de usar maquiagem para fantasiar o novo e fazer mais do mesmo.

A premissa é que, na medida em será preciso ir fundo nas mudanças a serem feitas para o país voltar aos trilhos, o melhor é fazer a transformação necessária para vacinar o país contra a corrupção e os desmandos. Isto é possível com as ferramentas de pesos e contra pesos e transparência que e viria no bojo da reforma digital.

E, no processo da reforma, engajar a nação para, todos em conjunto, fazerem as mudanças segundo o espírito do terceiro milênio. Como a geração digital conhece o caminho, não temos razão para temermos mudanças na direção do futuro.

Mesmo que nem todos concordem com os rumos e métodos da era digital, a esmagadora maioria dos brasileiros quer que o país mude.

A maioria compreende que sem avanços o progresso será impossível. Sem mudanças ficaremos como nau sem rumo e sem vento. E as mudanças que estão aí, que vem em ondas avassaladoras, gostemos ou não, podem ser aproveitadas e nos oferecer a oportunidade com que sonhamos.

O Brasil é parte de um planeta em mudança de paradigma. Vivemos em uma era fascinante em que, pela primeira vez em toda uma história de bilhões de anos, a nossa espécie – o “homo sapiens” – está criando uma cultura de convivência online globalmente conectada.

E o Brasil, atualmente um coadjuvante neste movimento, pode dar o salto digital e se tornar um dos atores principais e liderar este processo transformador aplicando a tecnologia digital de forma sistemática para criar um governo totalmente integrado e online. E, com isto, queimar etapas e avançar décadas em poucos anos.

Ceska – O digitaleiro


 

O Brasil que ama o atraso

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O governo no Brasil ainda é organizado como no tempo do Lampião

É espantoso como gostamos de um atraso nestas paragens cheia de calor, sol e mar. Delmiro Gouveia, o pioneiro industrial do nordeste, até achava que tanto calor, sol e mar justificava a cultura modorenta dos que viviam na costa tépida dos trópicos.

O fato é que, em pleno século XXI,  o Brasil ainda está politicamente organizado como no tempo do lampião de gás e do telefone de manivela.

O que as novas gerações digitais do Brasil podem fazer é reorganizar o país segundo as tecnologias contemporâneas, dando um salto de duzentos anos em um curto espaço de dois a três anos.

Certamente, a tarefa mais importante é mobilizar a sociedade. Falando francamente, sem a sociedade engajada, não tem jogo.

Felizmente, engajando as novas gerações e dando a elas a oportunidade de fazerem o Brasil se tornar a primeira nação verdadeiramente digital do planeta, a resposta será entusiástica.

O jovens estarão à altura do desafio. As mobilizações de rua provam isto. As experiências bem sucedidas, como o “Campus Party” e outros eventos ligados às novas tecnologias digitais mostram que se pode esperar uma adesão entusiástica das novas gerações. Assim que entenderem o chamamento da história, não há duvida de que serão tomadas de entusiasmo e de fervor patriótico.

Depois de anos vendo o país se afundar no charco dos velhos conchavos políticos e tendo renovadas suas esperanças, milhares irão para às ruas. Mas agora não mais para protestar e sim para celebrar esperanças e apoiar o caminho da saída digital.

Parar dizerem “presente” e, mais do que isto, aderirem ao grande mutirão nacional pela digitalização. As novas gerações sabem que podem. Sabem como, e estão ansiosas por fazer.

Pergunte a qualquer jovem de celular na mão se ele está disposto a ajudar arrumar o Brasil de uma vez por todas. O sim virá unânime. Os jovens não temem abraçar o futuro.

Portanto, vale repetir que o Brasil tem jeito e o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro

Reinventando o Brasil

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O Brasil digital sairá das mãos das novas gerações.

É quase unanimidade: o Brasil precisa se reinventar. O Brasil precisa descobrir um novo jeito de ser país.

O sentimento dominante é que precisamos um repensar completo do jeito brasileiro de organizar a sociedade. De organizar o governo. De fazer o Brasil.

Não se trata de destruir o que foi construído. Se trata de ir ao encontro de novas soluções, das aspirações e demandas das novas gerações. A crise é uma realidade dolorosa, porém propicía a oportunidade para mobilizar o país em volta de um projeto que recoloque o Brasil de pé. E, como estamos vivendo no século XXI, um projeto alinhado com os vetores do terceiro milênio, um tempo que será marcado como era digital.

O Brasil precisa entender seus jovens e acomodar suas necessidades. Hoje somos um país aferrado à slogans, a motes criados para fazer barricadas retóricas que visam protejer regalias e privilégios. Princípios e instituições engendradas e tecidas em um modelo acadêmico que parece de lógica impecável, mas que hoje está suspensa no vácuo.

O que precisamos, portanto, é reinventar o Brasil.

Certo, para tornar-se digital, o país precisa passar por uma transformação profunda. Rasgar a rede de interesses corporativos e incestuosos dos que se apossam do Estado. Saltar sobre um precipício de ignorância e atraso. O desafio é, de fato, gigantesco.

Possivelmente equiparável, em esforço e empenho, a construção de uma nova Brasília. Mas a sociedade já está preparada para aceitar e participar da transformação digital.

Milhões de brasileiros estão conectados e familiarizados com o mundo digital. Usam seus celulares inteligentes, dispositivos e computadores para viverem o dia a dia.

Nem saberiam mais viver sem a internet, sem o Facebook, sem o Google, sem o Youtube. Também lidam online com bancos, fazem suas declarações de Imposto de Renda pelo site da receita, compram online e fazem da internet sua janela para o mundo.

E hoje é inconcebível uma organização que não utilize intensivamente a tecnologia para funcionar melhor, para se relacionar com seus públicos, para melhorar os processos de gestão, enfim, para produzir melhores resultados. Um país não é muito diferente das grandes corporações.

E toda esta experiência acumulada com as novas tecnologias, todo o conhecimento adquirido nas últimas décadas, tudo isto, está ao alcance do Brasil. Todo este conhecimento pode ser usado para converter o país numa nação mais moderna, enxuta e eficiente, em benefício dos brasileiros.

A boa notícia é que, se o país decidir tornar-se digital, a adoção de todo um ecossistema digital vai permitir vencer os desafios da economia em velocidade hipersônica.

Adotando agressivamente a gestão online, a produção digital automatizada e robotizada, comandada pela inteligência artificial, seguindo a lógica da indústria 4.0, quer dizer na quarta geração digital, o país pode dar um salto quântico na sua produtividade e se organizar com elevados padrões de eficiência, integrando produção física na industria e no agronegócio, logística avançada, serviços e marketing.

Em um modelo deste tipo não tem espaço para as artimanhas da burocracia asfixiante. Não há espaço para as dificuldades plantadas para atrapalhar quem produz e nem para a obstrução mal intencionada das “agências” e dos grupos cartoriais. Hoje o tempo é o ativo mais importante dos campeões de desenvolvimento. Quem quer que atravanque o progresso, quem quer que provoque perda de tempo desnecessária visando tirar proveito pessoal ou corporativo é tão pernicioso e corrupto como o ladrão do lava a jato.

Assim, no redesenho do Brasil, o conceito de organizar a gestão de forma fluída, de trabalhar online, apoiada por plataformas digitais e sob supervisão em tempo real, vai impor uma nova filosofia de trabalho. O gigantesco aparato burocrático parasita vai ficar sobrando. E poderá ser desmontado, com economia de bilhões. Recursos que podem ser encaminhados para a saúde e para a infraestrutura, por exemplo.

Abrindo um debate franco com a sociedade, agindo com seriedade, transparência e lógica, será possível realocar recursos materiais e humanos para que o Estado cumpra sua função de organizar a sociedade.

A transição pode ser facilitada por adoção de estratégias como da criação de “clusters” sociais, políticos e tecnológicos. Estes “clusters”, que são comunidades de atividades interligadas em volta de um campo de tecnologias, conhecimentos ou de negócios, hoje podem ser organizados online e alavancar a transição do mundo analógico para o mundo digital.

A chave da prosperidade no século XXI é o compartilhamento de conhecimentos e experiências em busca da excelência. Um exemplo bem sucedido desta estratégia de ação é a “Medicina Baseada em Evidência”. Hoje as melhores evidências de como encaminhar um tratamento médico, disponíveis aos profissionais da saúde, resultam em práticas médicas mais resolutivas, que curam mais e com menos sofrimentos e custo. O trabalho com base em evidências, hoje já aplicado em outros campos além da medicina, permite saltar etapas e apresentar resultados imediatos, com ganhos de desempenho que podem ser espetaculares.

Ceska – O digitaleiro.


 

A mobilização nacional e as ruas lotadas de povo

 

Avenida Paulista, em São Paulo. 16 deagosto de 2015
Avenida Paulista, em São Paulo. 16 de agosto de 2015

Para mudar “tudo isto que está aí” o pessoal precisar sair para a rua. Cada um deve pegar na mão do outro e todo mundo junto fazer valer a força da opinião pública. Um movimento de mobilização nacional pode – e deve – levar à redescoberta de nosso potencial como nação. Abrir passagem, escancarar as portas da história, e deixar nosso destino passar.

Chega a ser repetitivo, mas vezes sem conta, reiteradamente, temos sido a tal “nação do futuro”. Mas desta vez, pode ser que as coisas mudem. Os ventos sopram a favor e parece que, na américa latina toda, estamos entrando no século XXI. Atrasados, mas ainda com ímpeto e vontade de não perder o trem da história.

Com as ruas lotadas de povo, contamos com contingentes mobilizados em número recorde. Agora é o momento de botar “prá jambrar”: a Geração Digital está mais bem preparada, mais sintonizada e mais conectada do que quaisquer outras anteriores. Digos isto até com certa nostalgia. Mas está todo mundo na base do mote do Adhemar de Barros: para a frente e para o alto. E isto faz toda a diferença.

O momento de redefinições que vivemos é uma oportunidade fantástica para uma juventude que sabe o que fazer e como fazer para colocar o país nos trilhos com as novas tecnologias. Esta geração que está aí pode redefinir o futuro do Brasil e surpreender o mundo.

Particularmente caso este movimento digital seja tomado da mesma da espontaneidade e do mesmo entusiasmo dos protestos que tomaram as ruas do país.

A percepção, a criatividade e o espírito inovador vão fazer surgir respostas e caminhos. Certamente existem potenciais prontos para serem encontrados e descobertos. E a dinâmica do processo de criação compartilhada online irá ampliar seu escopo e abrangência

O melhor modelo tenderá a emergir de forma natural, como acontecia com as esculturas de Michelangelo, que dizia respeitar a escultura que estava escondida na “pietra serena”, o bloco de mármore cinza de estatuária em que esculpia.

Pode-se prever que, em meio à turbulência das mudanças e ao brilho dos novos espaços digitais, apareçam resistências.

Mas todas as grandes revoluções são assim: sabemos como começam, mas não como acabam. E o motivo das grande revoluções é sempre o mesmo: o esgotamento, a falência e o colapso de um sistema.

Então, quando ninguém aguenta mais, quando não dá mais para continuar, quando se esgotam as alternativas, os fatos escancaram a dimensão da crise e desencadeiam as forças da mudança.

Daí a importância histórica e política dos movimentos que tomaram às ruas. Sua vocação liberal – e até libertária – representa um sopro de vitalidade no debate político nacional.

E agora que as condições para a mudança estão postas é preciso avançar rapidamente. Menos por temer que as velhas raposas do jogo político tentem dividir e cooptar o espírito de liberdade que anima as ruas. Claro que tentarão fazê-lo, que não vão querer entrega o osso. Mas serão irrelevantes. A pressa é mais para aproveitar a energia que a sociedade irá liberar, é para empolgar e galvanizar as gerações digitais e os corações e mentes que, seguramente, vão emergir aos milhões Brasil afora.

Uma nova constituição que seja “moldura” para a nova realidade do mundo digital e não “regulamento” para proteger privilégios, como recomendaria Roberto Campos. E, detalhe: para repactuar o pacto social não é preciso promover um festival de egos como foi, de certa forma, a última constituinte.

Vamos guardar a pompa e circunstância para os resultados alcançados, quando alcançados. Vamos festejar a conquista dos campeonatos de crescimento, quando crescermos, vamos celebrar o progresso, quando progredirmos, vamos celebrar as melhorias, quando melhorarmos, ao invés de festejarmos o vazio e o nada das promessas ocas ou, pior, a autocomplacência dos “cartolas” do governo e do congresso.

Ceska – O digitaleiro

A constituição de 1988 é um fiasco

constituicao_1988

Uma Constituição é um meio e não um fim em si mesma.

Esta constituição de 1988 veio com lautas celebrações e muita fanfarra. Mas é um fiasco. E é preciso que alguém diga que o “Rei está nu”.

Simplesmente remendar esta constituição, ou até modificá-la, mas mantendo o clima de escaramuças que mantém com a lógica, sob a batuta interesseira dos políticos de plantão, só nos remeterá de volta ao ponto de partida.

O que precisamos, antes de mais nada, é uma nova visão do país que desejamos ser no novo milênio. Um futuro que mobilize os corações e mentes da sociedade brasileira, particularmente das novas gerações, e traga todos para um mutirão de reorganização do Brasil.

Com este objetivo em mente, a sociedade tem ao seu alcance os meios oferecidos pela internet e pelas mídias sociais. Agora é unirmos esforços e iniciarmos a luta.

De uma coisa, porém, podemos ter certeza: o Brasil não terá conserto repetindo o que tem sido feito até agora.

Parafrasendo o estadista Francês Georges Clemenceau, para quem “A guerra é um negócio muito importante para ser deixada para os soldados”, podemos dizer que a “Constituição é um negócio muito importante para ser deixada para os políticos”.

De fato, uma Constituição pode até se pretender alinhada com as melhores práticas sociais, políticas e econômicas, mas não haverá sinceridade neste propósito enquanto ela for mais uma trincheira para proteger poderes, privilégios e benefícios dos poderosos do que uma carta para a nação ter garantida a prosperidade sustentada.

Uma constituição feita sob encomenda dos pregoeiros políticos, que não tem apego à realidade do país, tende a promover a fadiga das expectativas. Simplesmente não dá para implantar no país o Estado de bem estar social como está proposto na atual carta, que é incompatível com o estágio de desenvolvimento do país. Mais ainda que tivéssemos uma constituição realista, esta é condição necessária, mas não suficiente.

A saída que o país precisa é de natureza diferente. E não reside em mais papelório, mais blá-blá-blá legal e burocrático ou em mais gastos obrigatórios ou, ainda, em mais privilégios, mais espertezas, mais mandraqueadas.

A constituição de 1988 foi uma esperança frustrada. Veio em um momento politicamente turbulento e foi redigida sob o impulso voluntarioso da esquerda ignara. Estufada de arrogância e inconsequência, foi um juntado de equívocos de alquimistas da lei que se pensavam magos produzindo a “pedra filosofal”. Infelizmente, a Constituição de 1988 foi incapaz de transformar qualquer coisa em ouro, ainda que transformasse tudo em crise.

Esta carta em vigor é a oitava em pouco mais de um século de república. E já recebeu 93 emendas, sendo 87 emendas constitucionais e seis emendas de revisão. E o país continua preso em uma camisa de força de viés ideológico e de lógica enviesada.

O que conseguiram os constituintes, na verdade, foi fazer uma mágica besta que amarra o país numa camisa de força de vínculos orçamentários, fatias carimbadas do orçamento que impedem a flexibilidade na gestão e medidas várias que tornam o país ingovernável.

Cantada e louvada como um avanço, não cumpriu as promessas que fez, nem atendeu as expectativas que provocou.

A Constituição de 1988 poderia ter sido uma plataforma de progresso, prosperidade e avanço social, mas se tornou um obstáculo por ter falhado em estabelecer um equilíbrio entre os desejos e aspirações com as possiblidades reais da nação.

Falhou por priorizar as minúcias e esquecer o contexto, por ser “regulamentadora” e por ser “uma tartaruga casca grossa”, inflexível e dogmática.

Uma carta magna incapaz de acolher as limitações do mundo real, prometendo uma vasta coleção de direitos e benesses sem pensar em quem vai pagar a conta. Obra típica de bacharéis em dia do “pendura”. Como uma alegoria de escola de samba, desfila uma fantasia coruscante de Estado onipotente. Um Estado provedor, cornucópia do Olimpo, presumidamente ilimitado em seus recursos.

E, dado que quem briga com a realidade sempre perde, a constituinte terminou por organizar no Brasil um Estado em que as contas não fecham. O Brasil ficou inviável, posto que perdulário, disforme, amorfo e irresponsável. Um Estado condenado a inchar por desarranjo genético, condenado a uma obesidade perpétua.

O Brasil já atingiu o estágio da obesidade morbidade máxima. Deixar que o Estado parasita continue a se agigantar, a sorver a seiva vital da sociedade é suicídio certo. Não é preciso ser economista para ver que não dá mais. Nem é preciso ser engenheiro e fazer cálculos de análise estrutural para saber que o peso do Estado está maior do que aquele que a sociedade pode sustentar. Aliás, cada brasileiro sente o peso no próprio costado.

E se fosse pouco, esta constituição em desequilíbrio, do tipo “regulamentadora”, que promete benefícios que não pode entregar é profundamente nefasta. Ela corrói os próprios fundamentos da ordem social ao por em descrédito as possibilidades uma estrutura solvente do Estado.

O faz de conta legal virou um “me engana que eu gosto”. O governo finge que faz, mas não faz. Finge que atende, mas não atende. Basta ver o que acontece com o SUS: uma ficção de “Sistema Único de Saúde”, tão único como o “Rei Momo”, que promete saúde para todos, mas aplica uma tabela irrealista nos preços que paga. O efeito é debilitar todo o sistema de atenção à saúde do país. E obrigar o cidadão a pagar duas vezes pela atenção à saúde.

A hipertrofia do Estado reduz tudo ao modo precário: enquanto arrecada sofregamente, devolve serviços sofríveis. Para o Estado brasileiro, o cidadão é apenas uma unidade contribuinte. No mais puro padrão tecnocrático latino-americano.

O governador Geraldo Alckmin define a crise fiscal brasileira em poucas palavras: “Nós temos no Brasil governo demais e PIB de menos. Não Cabe.” [1]

De modo que, sob as distorções desta constituição somos um Estado Frankstein.

Passados quarenta anos, continuamos ainda uma “Belíndia”, como definiu em 1974, o economista Edmar Bacha em sua “Fábula para Tecnocratas.” No artigo, chamava a atenção para a desigualdade da distribuição de renda no Brasil.[2]

Explicava que, em nosso país, enquanto uma parte seria comparável a rica Bélgica, a maioria do país seria como uma imensa Índia, pobre e carente. E ao que podemos ver, quarenta anos depois, parece que, se avançamos, foi muito pouco.

E antes que os bacharéis venham para o debate com seu jargão do formalismo do direito e suas reticencias, é bom lembrar que, como consagra o parágrafo único do artigo primeiro da Constituição: “Todo o poder emana do povo”. De modo que, filigranas à parte, um movimento que venha do povo, ou que seja respaldado pelo povo, é legítimo.

O que importa é que um movimento de mobilização de todos os brasileiros, mas especialmente das novas gerações, alimentado pela energia e desprendimento dos jovens, pode e, a julgar pelo que dizem as ruas, vai colocar na pauta do Brasil as mudanças digitais e a renovação paradigmática a que tem direito.

Afinal, o Brasil tem jeito, e o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro.


 

[1] Alckmin, Geraldo – http://exame.abril.com.br/economia/noticias/agronegocio-cerra-fileiras-contra-volta-da-cpmf – postado 21/09/2015

[2] Bacha, Edmar – http://iepecdg.com.br/Arquivos/ArtigosBacha/Bel%EDndia.pdf – Internet – 15/11/3015

Em busca de um novo futuro

O futuro será digital

A prosperidade é simples: basta criar e fazer funcionar empresas e negócios. E no século XXI, todo mundo sabe que prosperidade é digital. Hoje, até quem planta tomates precisa do computador para ganhar dinheiro.

E talento para criar e fazer empresas digitais o Brasil tem. Temos exemplos fantásticos de como criar empreendimentos bem sucedidos. Mas o governo brasileiro é uma pedra no caminho. Uma máquina de dificultar, perseguir, achacar e demolir empresas.

Qualquer projeto de prosperidade para o país vai precisar escantear os parasitas que se nutrem das tetas do governo. E que já tem seus tentáculos online prontos para abater você.

Mas, para combater o mal, mais inteligente do que confrontar a máquina de fazer pobreza que temos aboletada no governo é circunscrevendo seus agentes e deixando-os falando sozinhos. Bypassando suas estruturas e escolhendo caminhos em que eles ainda não tenham colocado pedágio. Escapar destes pegajosos donos de “agências”, “vigilâncias” e vilões em geral requer uma contra-artimanha: neutralizar suas garras pela força da opinião pública.

A escolha da saída digital, criando plataformas para fazer as coisas acontecerem, teriam o condão de mostrar quão inúteis são estas agencias paternalistas. O povo não precisa de babás, de burocratas arrogantes que exibem zelo aparente enquanto mercadejam suas consciências.

A reação precisa brotar da sociedade. Chega de tomadas de três pinos, extintores inúteis (estes já fora do circuito) e coisas do gênero. Agora é preciso exigir desempenho. Cobrar prazos. Exigir bom-senso e colocar na berlinda quem se meter a atrapalhar o progresso. E inverter o ônus da confiança: o governo precisa ser obrigado a respeitar o cidadão. Extingam-se as “licenças”, criem-se os “comunicados”. Você quer abrir uma empresa? Comunique via internet ou na agencia de correio e abra. Produza, crie riquezas, crie empregos e gere prosperidade. Acabemos com esta burocracia medieval. Chega de pedir favor a empregados do povo. Vamos criar vergonha.

E a hora é agora. A revolução digital está em curso. Muito do que vem acontecendo no país ainda ocorre nas camadas invisíveis da sociedade. Mas a mudança está avançando e só não vê quem não quer.

Felizmente, no Brasil, esta revolução não será feita com armas ou guilhotinas. A sociedade digital conta com meios mais eficazes de fazer valer sua vontade. Melhor do que exércitos em passo de ganso são esquadrões de computadores. Mais democráticos serão os computadores, os tablets, os smartphones, os dispositivos, aplicativos e a internet. Mais efetivos que os “paredons” cubanos de Fidel Castro serão os golpes de mouse.

Nas ruas, as multidões se mostram prontas para o grande chamado transformador, para a grande mudança modernizadora. O Brasil está pronto para o mutirão digital.

O problema, como sabem todos os brasileiros minimamente informados, não reside em nossa potencialidade futura, mas no peso que temos amarrado nos pés.

Como o Estado no Brasil cresceu para muito além do que o país pode sustentar, as novas gerações perceberam que só terão futuro se lutarem e conseguirem mudar este estado de coisas.

E mudar, no atual momento brasileiro, significa escapar do passado e galgar as escarpas das novas tecnologias. O desenho final do novo modelo ainda não está pronto. Ele será moldado pela sociedade na lógica de que é caminhando que se faz o caminho. E não pela dificuldade em reunir boas soluções, mas porque uma mobilização nacional em volta da tecnologia digital promete despertar o espírito inovador e criativo, oferecendo novas ideias e soluções. Mas não há dúvida que tecnologia digital é o caminho. Fora dela não existe opção lógica. Portanto, é transformar o Brasil ou condená-lo ao retrocesso, à mediocridade, à crise crônica, à pobreza. E flertar com um mergulho no inglório lodaçal comunista e bolivariano. Felizmente em extinção como o Dodô, das ilhas Maurício.

Os bolivarianos estão em extinção como o Dodô, das ilhas Maurício. A razão é a mesma: a incapacidade de lidar com a realidade do mundo. (O Dodô também tinha papo vermelho e não sabia voar.)

A força da mudança é formada pela crescente indignação com o que “está aí”. Com o que as novas gerações percebem à sua volta. E esta indignação, represada e alimentada pela continuidade dos desmandos, está prestes a forçar a erupção do vulcão da mudança.

O cenário de todo dia é feito de dificuldades de toda a ordem. Tudo no Brasil é complicado. As dificuldades são plantadas todo o dia por multidões de gafanhotos e parasitas, tecnocratas, burocratas e outros chupins que vão se apossando de todo e tomando qualquer espaço. E depois se colocam como “guardiões do templo”, donos e senhores do que é de todos, criando pedágios, tributando sem medidas, se arrogando direitos e ditando regras. O Brasil anda parecendo um jardim de urtigas.

Acontece que os membros desta Geração Digital vivem acometidos de “cretinofobia”: não gostam de políticos cretinos e nem de governos cretinos. Detestam a ideia de que viver em um país atravancado de barreiras parasitas e que é uma corrida de obstáculos. Um país entulhado de dificuldades, obstáculos, exigências e burocracia burra. E bota burra nisso!

Por viverem em um mundo global, as novas gerações estão imersas num mundo muito diferente daquele a que são obrigados a enfrentar na realidade de seu dia a dia no Brasil. Uma coisa é enfrentar o atraso: é desagradável. Outra é sofrer na pele o boicote e as dificuldades ostentosamente criadas por burocratas e parasitas que querem vender facilidades.

Para mudar isto tudo é preciso demolir o arcabouço medieval do Estado brasileiro. Temos que começar de novo. Mudar a lógica. Sair do casulo analógico e libertar as asas do mundo digital.

Com as novas gerações mobilizadas e de posse do sonho digital, logo o Brasil vai sair em busca do seu novo futuro. E vai surpreender o mundo.

O gene digital transformador está presente no DNA do Brasil jovem. Sua influência será decisiva para impulsionar uma nova e promissora geração de jovens que compreendem que existe um novo universo além do horizonte analógico. Elas sabem o que desejam, elas se sentem chamadas, elas vão lá, buscar o futuro.

Chegou a hora de abrir as portas para o Século XXI!

Celso Skrabe – O Digitaleiro


 

As ruas falam

Avenida Paulista - São Paulo - 2015
Avenida Paulista – São Paulo – 2015

Segundo preconizava Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), no “O Contrato Social”, a questão central para a justificativa moral do Estado seria preservar a liberdade natural do homem e, ao mesmo tempo, garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade.

Rousseau entendia que isso seria possível através de um “Contrato Social”. Este contrato definiria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva. Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar era o motivo das ações humanas. Assim como percebeu que alcançar este bem estar não seria possível sem uns contarem com a ajuda dos outros. Daí a necessidade de serem estabelecidas regras para que a sociedade se organizasse como um “Estado”.

Neste processo de organizar a vida no interior do Estado, segundo entendia, prevaleceria o interesse comum da coletividade. Todos os “cidadãos” pertenceriam ao “Estado” em igualdade de condições, todos contribuindo e todos usufruindo.

Certamente, em determinados momentos, o individuo se valeria da assistência de seus semelhantes, enquanto em outros caberia a ele dar esta assistência a membros do grupo social.

Por outro lado, advertia Rosseau, haveriam momentos em que a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social, seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, estabelecer como se daria o mútuo comprometimento entre todos.

Se, por um lado, o interesse individual diria respeito à vontade particular – perfeitamente legítima, dentro das regras do jogo do Estado democrático – ela deveria ser modulada pelo interesse do indivíduo enquanto “cidadão”, que vem a ser aquele indivíduo culto e prestante, que vive em sociedade e tem consciência disso.

Uma constituição equilibrada, então, deve, de um lado, garantir as liberdades cidadãs e de outro assegurar uma adequada coesão social. Com equilíbrio entre direitos e deveres, deve estabelecer as regras do jogo e não se tornar um anteparo na proteção de privilégios e favorecimentos dos eleitos.

Ocorre que a aplicação desta constituição vigente, com contas que não fecham, somada ao projeto petista de poder, que dispende alucinadamente na compra e manutenção do poder, criou um desastre anunciado. Desarmar esta constituição em vigor é a única saída. Prolongar o descontrole nas contas públicas e a agonia das pedaladas e será flertar com o caos. E a avalanche desagregadora está assustando o país.

As manifestações de rua, de 2013 a 2015, são um reflexo da angústia em que está mergulhado o país e tem mostrado que a sociedade quer dar um basta na descalabro.

A multidão na rua e a assombrosa disposição dos jovens brasileiros, independentes e idealistas, surpreenderam. A mobilização por iniciativa própria, sem passar pelos canais convencionais, ganharam respeito nacional e conseguiram a adesão maciça.

E embora o motivo mais mencionado para o movimento tenha sido o impeachment da Presidente Dilma Rousseff e o repúdio ao PT, o sentimento generalizado que se percebia no ar é que é preciso reinventar o país. O espetáculo cívico mostrou multidões que acreditam no país. E esta gente verde e amarela, especialmente formada pela classe média, está deixando de ser inerte porque não gosta do rumo que as coisas estão tomando. E resolveu ter esperança e não ter medo.

Agora só falta o lampejo de uma ideia e um rumo que una todos.

E uma ideia vem se desenhando de forma natural e aflorando avassaladora, impulsionada pela própria dinâmica dos novos tempos e das novas tecnologias: Uma guinada de 180 graus, rumo a um Brasil Digital.

O amálgama digital irrompe em todas as frentes. A força que vai moldar o futuro nasce do irresistível impulso que se manifesta renovado em cada uma das gerações humanas e que anseia por marcar seu tempo. Esta força no rumo do progresso surge espontânea e pode ser percebida em todo o país.

Os jovens se sentem, por um lado, sufocados em suas aspirações e, por outro, inspirados pelos sonhos, visões, crenças e vontades que fluem na direção de um Brasil mais compartilhado, mais leve, mais humano. Contagiados em seu fervor de abraçar uma cruzada contra os males que afligem seu país se erguem conta o atraso e a corrupção. Na visão desta geração, o país que anteveem terá contornos mais democráticos, mas não de uma democracia enlatada com molho petista, mas em uma concepção de democracia online, dinâmica, viva, em constante evolução e aperfeiçoamento. Uma democracia que não terá amarras inúteis, nem se deixará prender por um congresso impermeável ao espírito dos novos tempos. A nova democracia terá como marca ser uma democracia de resultados e uma democracia feita de missões e tarefas. Neste sentido irá romper com o exoesqueleto burocrático que jugula as liberdades das novas gerações.

A força transformadora das novas tecnologias, associada à uma geração desapegada de convenções anacrônicas e inúteis, será como uma cunha hidráulica que irá quebrar resistências por dentro da carcaça burocrática e facilitar a mudança do curso da história. O país quer mudar. Está escrito nas estrelas e no coração dos brasileiros que é chegada a hora de mudar. Tudo está pronto para mudar e o país apenas aguarda o chamado. E agora, a crise é a senha: chegou o momento de converter o Brasil em um país digital.

Ceska – O Digitaleiro


 

Viva a igualdade digital

Viva a igualdade digital
No mundo digital, somos todos irmãos. Seja bem vindo.

Nunca foi tão fácil chegar à igualdade: no universo digital somos todos binários. Somos todos iguais.

Mas no mundo analógico, na realidade do descalabro brasileiro, a crise na segurança pública já faz tempo que passou de todos os limites aceitáveis. No Brasil do Lula, da Dilma, dos mensaleiros e dos gatunos vermelhos, o direito à vida se abastardou. A morte se tornou tão corriqueira que anestesiou a opinião pública. As mortes fazem fila nos cemitérios. As chacinas vem em série. Ninguém mais se comove.

Segundo levantamento do Portal G1, Em 2014 morreram assassinadas 52 mil pessoas no Brasil. Atualmente, mais de 143 pessoas morrem por dia, em média, vítimas de homicídio doloso (com intenção de matar). Temos mais de um ato de terror muçulmano por dia. Os dados tem como base informações das secretarias da Segurança dos 26 estados e do Distrito Federal. Ao total, foram 52.336 assassinatos registrados, número 3,8% superior ao de 2013 (50.413).

Houve ainda 2.061 latrocínios (roubos seguidos de morte) no ano passado. Além disso, 2.368 pessoas morreram em confrontos com a Polícia Militar.

Considerando a quantidade de homicídios para cada 100 mil habitantes, em 2014, o Brasil teve um índice de 25,81. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que taxas acima de 10 por 100 mil habitantes configuram “nível de epidemia”.

Enquanto isto, os desvios por corrupção, por privilégios legais mas imorais e por empréstimos bilionários que favorecem “amigos” somam bilhões. É corrupção em escala planetária, com o país sendo sugado 24 horas por dia por aspiradores gigantes instalados no tesouro. Maquinas que sorvem bilhões direto para o propinoduto. Recursos que faltam ao país e aos brasileiros e voam em direção à Suíça e aos Paraísos Fiscais. Fortunas que tem sido encontradas na conta corrente dos quadrilheiros associados ao regime petista. Um dinheiro que muitas vezes volta por baixo do pano para financiar eleições e “esquemas”.

A realidade é de tal modo surreal que tem desmoralizado até o Tiririca, o deputado que achava que “pior do está não fica”. Fica, sim. Os limites do pior no Brasil são elásticos como o fundo do poço. O Brasil tem ficado pior. A ladroagem está em todo o lugar. Cada dia tem descido mais um degrau. E a descida está muito perto de alcançar o caos descontrolado, de modo que é preciso uma estratégia imediata destinada a parar e reverter o desastre em construção.

Mas, – aleluia! – não obstante, o corrosivo efeito da crise, o Brasil ainda mantém o “Tonus Vital”. Uma nova geração se apresenta e se apresta a assumir o país. Dispondo de novos horizontes tecnológicos e nova visão de como organizar a sociedade, este é fato novo que vem aí. Vamos voltar o olhar para a direção certa. Lá é que está a luz.

Caetano Veloso dizia, em tempos mais bonançosos e por outra perspectiva, que o Brasil “é algo que desenha mesmo o futuro do mundo”.[1]

A originalidade e a profundidade da crise que enfrentamos traz em si mesma a semente de um novo Brasil reformulado. Somos diferentes. Chegamos ao desenvolvimento com atraso. Mas o destino nos coloca em uma encruzilhada por onde podemos seguir o atalho digital que pode nos colocar na linha de frente.

Segundo a Ministra Carmem Lúcia, “na história recente de nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote de que a esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 (mensalão) e descobrimos que o cinismo venceu a esperança. E agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo”.

Verdade ministra. E para vencer o escárnio precisamos descartar sem dó a escumalha que escarnece das carências do povo brasileiro feito hienas gargalhando insaciáveis.

Para virar a mesa, o desafio que precisamos encarar agora é fazer com que cada brasileiro tenha um lugar que possa chamar de seu, em um país que seja o seu. E que, como cidadão, tenha identidade em um mundo de iguais, onde tenha liberdade para ser quem queira ser e possa fazer escolhas e somar forças como e com quem quiser. A cidadania digital oferece esta promessa. Ao tratar todos como iguais, a dimensão digital redime o passado e reúne a todos, sem distinção de raça, de classe social, de religião. Na internet a cor de todos os brasileiros é verde e amarela. Viva a igualdade digital.

Ceska – O blogueiro digital


 

 

[1] Caetano Veloso – Revista Cult – Maio de 2009

Transformando “Gente Humilde” em Gente Próspera

Porto_Belem
Porto de Belém – PA – Cores do Brasil

A tecnologia digital pode transformar nossa “gente humilde” em gente próspera. Não por um passe de mágica, mas por um passe digital.

Está na hora e virar o jogo. De mudar de atitude. De descobrir que quem pensa como pobre fica pobre.

Precisamos exorcizar nosso complexo de humildade. Xô pobreza.

Agora, diagnosticar o mal é essencial, sendo o primeiro passo para nos libertarmos dele.

Faz parte da visão que temos de nós mesmos: somos um país formado por uma maioria de Gente Humilde. E a esquerda sempre arranjou culpados para explicar uma pobreza que vem da mentalidade do “nós e eles”. Uma mentalidade que a esquerda cultiva e promove, já que vive dos pobres e, por isso, quer que fiquem pobres. Coisa de doido.

O que precisamos esconjurar é nossa passividade. Acabar com a aceitação bovina de que esta realidade seria nosso fardo, ou um inescapável fato da vida. Para a esquerda, como desde o descobrimento, sempre foi assim, sua lógica obtusa explica que os ricos ficaram ricos porque tiraram dos pobres. E sua solução é pregar o ódio. Tirar dos ricos para dar aos pobres.

Mas não seria muito mais fácil fazer os pobres ficarem ricos também?

O problema da esquerda é que ela não sabe como fazer isto.

Ela não entende de prosperidade. A esquerda nada sabe sobre como criar progresso. Tudo o que ela sabe é destruir o que os outros fazem. E como destruir é muito mais fácil do que construir, nesta tarefa ela se esbalda.

Acabar com a pobreza é como acabar com a escuridão: reclamar não adianta, o melhor é acender uma luz.

E também não adianta lamentar com lamentos de poeta. Ninguém lamentou melhor do que Vinicius de Moraes:

Tem certos dias

Em que eu penso em minha gente

E sinto assim

Todo o meu peito se apertar

Porque parece que acontece

De repente

Como um desejo de eu viver sem me notar

Igual a tudo, quando eu passo

Num subúrbio

Eu muito bem, vindo de trem

De algum lugar

Aí me dá uma inveja

Dessa gente

Que vai em frente

Sem nem ter com quem contar

São casas simples

Com cadeiras na calçada

E na fachada, escrito em cima

Que é um lar

Pela varanda, flores tristes

E baldias

Como a alegria que não tem

Onde encostar

E aí me dá uma tristeza

No meu peito

Feito um despeito de eu não ter

Como lutar

E eu não creio

Peço a Deus por minha gente

É gente humilde

Que vontade de chorar

E neste Brasil de gente humilde, doída, sofrida, em que a “alegria não tem onde encostar”, o descalabro cria um cenário de guerra. Nele o cidadão sente no peito…” um despeito de não ter como lutar.”

O lamento é sincero, doído. Mas, para que não seja também improdutivo, é preciso tirar dele a compreensão de suas causas: a pobreza começa na atitude.

Bill Gates diz que: “Você não tem culpa de nascer pobre. Mas se morrer pobre, a culpa é sua”.

O mais triste é que o governo da esquerda, como o do PT, gosta da pobreza. Para o PT a pobreza é linda. É pura. E se não faz mais para acabar com ela é pela simples razão de que, no fundo, não acredita que a pobreza pode acabar. Daí que acreditam que roubar bilhões da Petrobrás e dos cofres públicos, não tem problema. Segundo pensam em seus corações corruptos, mesmo que esse dinheiro fosse empregado nos pobres, eles continuariam exatamente onde estão. Trocariam a TV, comprariam uma máquina de lavar a mais, e pronto.

O discurso, para o governo petista, é isto mesmo: um jeito de ir levando. De ir se elegendo. De ir roubando. Mas a pobreza de hoje, esta sim é herança do PT, que prometeu abundância, mas só entregou carência.

E a pobreza sem esperança é fábrica de desalento. Desalento com inequidade, por sua vez, é fonte de criminalidade. Criminalidade que, aliás, corre solta, que se alastra, que se espalha rompante por todo o país. Que cria uma nação acuada, a cada dia mais assustada. No Brasil, hoje, o crime mora ao lado.

E, no entanto, não é difícil mudar este quadro. Basta transforma esta “gente humilde” em gente próspera.

A resposta está nas tecnologias transformadoras. A mudança vai acontecer quando todos acreditarem que o Brasil tem jeito. E que o jeito, agora, é digital.

Ceska – O digitaleiro


 

Eleição movida a marketing charlatão

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Movido a um marketing charlatão, o lulopetismto pintou de progresso um cenário insustentável de desvio de dinheiro do caixa do país. Como as hostes lulopetistas não acreditam em matemática, que supõe ser uma coisa neo-liberal inventada pela burguesia para dominar os pobres, foram criando mais e mais gastos pensando em comprar a permanência no poder.

Também fizeram, em 2014, uma Copa do Mundo totalmente descabida. Os gastos descontrolados criaram uma miríade de programas para os empresários amigos, as tais “campeãs nacionais”, que levaram perto de R$ 20 bilhões para o vinagre, ampliaram sem controle os privilégios e gastaram com alucinada despreocupação na certeza de que, depois, mandariam a conta para “eles”, os tais “ricos” da “zelite”.

Mas “perderam a mão”. Esqueceram de levar em conta que os números já não cabiam no país. E os números, embirrados e teimosos, estavam ali, crescendo sem controle. Reveladores em toda a crueza da sua verdade, porque. como dizia Malba Tahan, “números não mentem jamais”. [1]

A falta de noção do governo petista de como operar uma economia, de como alinhar estratégias competitivas para ir melhorando o desempenho do país fizeram o governo da presidente Dilma entrar na espiral que leva ao “vale da morte”. Quando coisas ruins começam a acontecer, atraem mais coisas ruins: maus indicadores econômicos significam perda de confiança dos empresários e da população, levando à perda de grau de investimento. Isto encarece créditos e dificulta a atração de investimentos. Menos investimentos igual a menor produtividade, menos empregos e menos renda. Portanto, ainda mais indicadores ruins. Se esta queda livre em parafuso não é interrompida, o caos se estabelece. O efeito é levar a sociedade à angustia e ao desespero, criando um efeito de pânico. Grupos que se radicalizam começam a demandar medidas heroicas. No Brasil, onde um golpe comunista não tem a menor chance de ser aceito pela sociedade, radicalização da esquerda significa abrir as portas para uma intervenção militar.

A crise resultante de toda a esbórnia lulopetista virou uma tempestade perfeita: o país está esfacelado economicamente, socialmente e moralmente. O desastre é multifacetado e seus efeitos são visíveis em todas as direções.

O lado mais cruel do modelo lulopetista de pilhar o Estado está na falta total de um projeto que ofereça alternativas reais para os milhões de brasileiros que vivem marginalizados. Populações mantidas como “reservas eleitorais” nas favelas e no entorno das grandes cidades. Multidões de desassistidos que vivem condenados à servidão da “bolsa família”. Gente humilde, carente de sonhos, desprovida de futuro, destinados a viver e morrer pobres à serviço dos coronéis do MST, CUT e lulopetistas em seus currais eleitorais.

Mas, com boa vontade, tudo tem jeito, e no Brasil o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro


 

[1] Malba Tahan – “O Homem que Calculava” – Malba Tahan era o pseudônimo de Júlio César de Mello e Souza, que o incorporou ao nome em 1954 por decreto do Presidente Getúlio Vargas.

Os piratas unidos agora serão punidos

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Não somos exceção. Na cadeia alimentar existem os predadores e as vítimas. E quando um grupo não quer servir de almoço para outro, precisa tratar de se defender. No caso brasileiro, nossa tradição patrimonialista estabelece que, entre os grupos políticos que disputam o poder, um deles se forma entre os aventureiros da política que se unem em torno de projetos para usar o Estado para proveito próprio. No Brasil, estes grupos tem levado vantagem na medida que não tem escrúpulos e, no melhor espírito pirata, “para ganhar a eleição vale tudo.” O PT reuniu os partidos mais gananciosos e vorazes para formar sua sucia de aventureiros que avançaram sobre o país como uma horda de Hunos. Incapazes de criar riquezas de forma legítima, incapazes para empreender e produzir, seu talento foi posto à serviço da pilhagem do Estado.

Uniram-se, inspirados pelos atuais piratas do Caribe, os irmãos Castro e o regime cubano, com o propósito de se apossarem do Estado.

Este grupo de alma bucaneira se organizou dentro de um partido que prometia moralizar e “mudar tudo o que está aí”: o PT (Partido dos Trabalhadores), mas não hesitou em “fazer o diabo” para tomar o poder e, depois, usá-lo sem peias, sem ética e sem freios.

O discurso moralista não passou de um biombo para enganar a sociedade e manter o controle do Estado. E como a sociedade brasileira não se mostrava disposta à entregar-se para ser tosada, o lulopetismo desenvolveu a grande estratégia: cooptar e conservar um cinturão de aparência multipartidária com base no fisiologismo dos “300 picaretas” que Lula proclamava existirem no Congresso.

E foi assim que o lulopetismo saiu à cata dos políticos corruptos, gananciosos e venais.

Logo os encontrou. Políticos corruptos no Brasil são tão numerosos como aleluias em agosto: pode-se pegá-los em baciadas. E estes insetos políticos já chegavam prontos para servirem como capachos do projeto petista de poder.

A lâmpada que os atrai não é outra senão aquela explicada pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Joaquim Barbosa, referindo-se à maioria dos políticos: “dinheiro, dinheiro e dinheiro”.[1]

E assim começou a grande pilhagem. Assim começou o saque desenfreado ao país. Convertidos em nuvens de gafanhotos, a ordem era devorar o que aparecesse. Nada era sagrado. Ainda menos a grande vaca sagrada, a Petrobrás. Esta foi escalada para ser esfolada viva. Tossindo ou não tossindo. Um espetáculo de hecatombe bíblica, de desvios monumentais em volume nunca visto. Nem empresa nenhuma, nem em país nenhum.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes é de opinião que o PT tinha o “plano perfeito” para se “eternizar” no poder, mas que a Operação Lava Jato, “estragou tudo”.

Mendes deu a declaração após participar de seminário na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em setembro de 2015, na capital paulista.

Na avaliação do ministro, que em votação no Supremo se posicionou a favor do financiamento de empresas em campanhas eleitorais, o PT é contra esse tipo de doação porque o partido conseguiu em propinas dinheiro para disputar as “eleições até 2038”. “E deixariam os caraminguás para os demais partidos. Era uma forma fácil de se eternizar no poder”, afirmou o ministro.

“O partido já tinha esse dinheiro. Estava captando, como vocês sabem, nesse modelo que está sendo revelado da Lava-Jato. O que atrapalhou todo esse projeto, que era um projeto de consolidação do grupo do poder, no poder, almejando a eternização? O que atrapalhou? A Lava Jato. A Lava Jato estragou tudo. Evidente que a Lava Jato não estava nos planos. O plano era perfeito, mas não combinaram com os russos”, opinou o ministro.

O ministro também afirmou que o esquema investigado pela Lava Jato revela um “modelo de governança corrupta” que, para ele, pode ser chamado de “cleptocracia”.

Para sorte do Brasil, o PT desprezou solenemente máxima: “a esperteza quando é muita, vira bicho e come o esperto”…

Ceska – O digitaleiro


 

[1] Barbosa, Joaquim – http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/o-que-a-maioria-dos-politicos-quer-e-dinheiro-dinheiro-dinheiro-acusa-joaquim/ – Novembro de 2015

O Cidadão Protagonista

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Para assegurar seu espaço de liberdade no Brasil digital, o cidadão deve ter um papel ativo nas novas práticas da democracia e na Governança do Estado. O cidadão, que, como eleitor, sempre foi bajulado por todos os partidos, agora pode e deve ser protagonista.

Esta é a única maneira de assegurar que o conjunto de instituições, costumes, políticas, leis, regulamentos e processos se mantenha fiel ao propósito de servir à sociedade.

Pela primeira vez na história, a cidadania dispõe de meios e tecnologias para exercer, em tempo real, um controle efetivo sobre o Estado e seus gestores. A tecnologia digital criou os meios pelos quais, pela primeira vez desde os tempos da democracia grega, o cidadão pode participar ativamente do governo e da governança do Estado, influindo diretamente nas decisões e acompanhando diretamente o comportamento de seus representantes e prepostos – políticos, burocratas e servidores – na função que recebem de administrar do país e de seu futuro.

Ademais, o cidadão conta hoje com os meios para evitar que os desvios de função, a corrupção, a negligência, a imprudência e a imperícia comprometam o desempenho do país e frustrem as legítimas expectativas da sociedade.

Este seu papel proativo é mais do que um direito. É uma responsabilidade. É um encargo alinhado com o princípio elementar do direito conforme expresso no princípio do “Dormientibus non succurrit jus”, que significa, na tradução para o português: “o Direito não socorre aos que dormem”. Então, para o cidadão que quer o melhor para seu país, dormir não é opção.

Assim como não é opção terceirizar seu futuro para os políticos à espreita dos cochilos da sociedade.

O mais positivo desta crise sem precedentes é que os cidadãos estão tomando consciência de que precisam assumir um protagonismo no direcionamento das soluções e na construção de seu futuro.

Na medida que os cidadãos começam a assumir seu papel e se organizar de modo espontâneo e voluntario, a primeira regra deve ser estabelecer que as regras do passado não valem mais. No século XXI devem valer os preceitos do novo século. Simples assim.

Regras baseadas em conceitos ultrapassados são ultrapassadas e devem ser revistas.

As regras que ditavam os processos e procedimentos do passado atendiam interesses e tinham compromisso com as ideias, conceitos e concepções de seu tempo.

Os novos tempos não podem ser prisioneiros de obsoletismos e coisas que não fazem mais sentido. Especialmente, o país não pode mais continuar a pagar para manter um Estado paquiderme, entulhado de privilégios, velharias e estruturas do passado. Em outras palavras, é preciso coragem e determinação para rever tudo.

Em uma crise que se alimenta de obrigações constitucionais insustentáveis, de equívocos e corrupção e que cresce como um câncer; em uma crise que não vai se resolver sozinha, cabe aos brasileiros juntar-se ao largo de partidos e legendas, mas sob a bandeira verde e amarela, para tomar o futuro em suas mãos e sair a campo para dar sua contribuição sobre o novo projeto do Brasil. E a razão é simples: cada brasileiro que vive no Brasil realiza seu destino no Brasil.

Após uma sofrida via-sacra dos males do Império, da escravatura, da Velha República recauchutada no Estado Novo, tudo continua no mesmo lugar, agora sob o guarda chuva vermelho da esquerda. A crise é econômica, política, social e moral. Mas é também uma crise cultural e uma crise de futuro. O país está sem crenças, sem fé e sem rumo. Falta uma direção, um projeto. Faltam horizontes e perspectivas.

Para os brasileiros, especialmente as gerações mais jovens, a frustração está no Ar. A sensação que paira sobre a sociedade brasileira é a de que, a cada dia, o país piora mais um pouco. Como explicar esta crise? Como entender este Estado de desalento? E, mais importante, como sair da crise?

O debate sobre as causas é vasto, diversificado, e aponta na direção dos problemas crônicos do Brasil, como patrimonialismo e corrupção. Uma frustração adicional foi esta Constituição Embusteira de 1988 que, como vimos, não tem compromisso com a realidade, foi baseada em ranços ideológicos e recheada de compromissos irrealizáveis, abundante em promessas e escassa em seriedade.

Hoje cresce o consenso entre todos os que querem um Brasil em ordem que precisamos um novo projeto de país. E precisamos com urgência.

No caso da crise atual, além de todas as características do populismo demagógico de extração latino americana, feito de estultice atroz e recorrente, enfrentamos um assalto sistemático ao Estado por um grupo político inescrupuloso. No Brasil de hoje, como escreveu Roberto DaMatta, “roubar de povo é um belo projeto de vida.”[1]

Ceska – O digitaleiro


 

[1] DaMatta, Roberto – http://oglobo.globo.com/opiniao/sem-dias-velhice-crise-moral-15875080 – 15 de Novembro de 2015


 

 

A constituição equivocada

Vivemos em um mundo digital
Vivemos em um mundo digital

Organizada em volta da ideia da “posse do poder”, ou do famoso “vocês vão ter de me engolir”, o presidencialismo brasileiro orbita conceitos obsoletos, castigo medieval e imobilismo da era analógica. A democracia em vigor no Brasil está em rota de colisão com as exigências de velocidade e flexibilidade do mundo contemporâneo.

Baseada na Constituição de 1988, uma Constituição equivocada desde o princípio, regulamentatória, engessada, complicada e redigida em completo descompasso com o bom senso, preocupou-se mais em circunscrever e usurpar direitos do cidadão comum para proteger privilégios e descuidou de atender as demandas da sociedade de modo racional e sustentável. Aleijona por seu desarranjo intrínseco, vem se mostrando mais como parte do problema do que parte da solução.

As novas gerações digitais são desapegadas do formalismo analógico. Um formalismo feito de rituais que serviam para dar ordem a um mundo de raciocínio compartimentado, que funcionava em “batch”, por lotes e eventos. Um tipo de mundo que hoje está obsoleto pela nova ordem digital baseada em fluxos contínuos on line, com feed bach instantâneo. Do ponto de vista das novas gerações, o atual regime poderia ser composto por Cro-Magnons e Neanderthals que não faria diferença. A velocidade do mundo atual opera por sistemas que não conhecem distâncias, são multiconetctados e integrados, tem multifuncionalidades e compartilhamento online. Tudo rodando em tempo real.

É com razão que as novas gerações vêm o mundo de modo inteiramente diferente daquele de seus pais e avô. Não admira, posto que o planeta é o mesmo, mas o mundo é outro.

Daí que a saída é uma profunda reforma do Estado Brasileiro. Uma reforma digital disruptiva, que repense toda a arquitetura institucional em que se assenta o Estado. Uma reforma alinhada com o Século XXI. Em sintonia com as novas tecnologias e com abertura para um novo papel institucional do cidadão.

O Brasil precisa de um Choque Digital. E precisa Já!

Ceska – O blogueiro digital


 

 

Não existe a opção de não fazer nada

A Democracia nasceu na Grécia
A Democracia nasceu na Grécia

Não existe a opção de não fazer nada. Estamos mergulhados nesta crise até o pescoço. Nosso destino está traçado: se o navio afundar, afundaremos juntos. “Deixar correr solto”, medidas paliativas e remendos não resolvem e implicam no risco de vivermos um século perdido. De jogarmos o século XXI pela janela.

As mudanças que transformam geram resistência. Deslocar interesses e privilégios não é, nem nunca foi fácil. Mas as mudanças estão vindo e vão mudar o país. Gostemos ou não.

O motor da mudança é a força das raízes digitais que penetram no solo e vão levantar o velho casarão assombrado que abriga a velharia política e institucional que ainda tenta se manter agarrada ao mundo analógico que vai para o museu. Aquele mundo a ser sepultado com seus zumbis e assombrações.

Uma nova sociedade se alevanta. Vibrante, jovem, apaixonada pelas possibilidades online. E vai criar uma camada digital zero quilômetro sobre a velha camada desgastada, carcomida e anacrônica, cheia de craca e paralisada pela entropia.

É destino da humanidade evoluir e avançar. Nem sempre é fácil, nem sempre é pacífico, mas a irresistível força dos tempos prevalece. E nada resiste à participação maciça da sociedade quando as pessoas decidem tomar nas mãos o protagonismo de seu próprio destino.

No mundo digital o novo normal será o cidadão ter liberdade para escolher e estabelecer individualmente as regras de seu relacionamento com o Estado, com respeito aos serviços que deseja e pelos quais se dispõe a pagar. O novo cidadão, que é, ao mesmo tempo, consumidor-consumidor-eleitor terá um papel relevante no redesenho institucional do Brasil. E já dispõe dos meios para renovar o Estado e alcançar sua autorealização, o ideal filosófico que nasceu com Aristóteles e que, hoje, é realizável.

O desafio da civilização no século XXI é criar condições para que a Organização Social do Estado se constitua na plataforma para a realização do destino de seus cidadãos.

O cidadão é o alfa e ômega do Estado democrático compartilhado. Sem o cidadão não existe nem sociedade e nem civilização. Pode existir a barbárie, mas nunca um Estado democrático de direito. A cidadania em plenitude deve ser o esteio da Nação e do Estado. Esta a essência do pensamento da Civilização Ocidental. E esta a ideia base da democracia na sua origem.

Na Antiguidade Clássica, na Grécia, a concepção idealista da democracia grega entendia que a “vontade do povo” se manifestava nas assembleias públicas das cidades-Estados. Era quando os cidadãos se reuniam para tomar decisões políticas de interesse da comunidade.

Na chamada “democracia direta”, os cidadãos gregos (é bom lembrar que as mulheres, os escravos e os estrangeiros não eram considerados cidadãos) participavam das discussões em torno dos assuntos da cidade e tomavam decisões, sem intermediários ou representantes.

Esse método de participação popular, obviamente, só era possível nas cidades-Estado da Grécia antiga, posto que o número limitado de cidadãos com direito a participar podia ser reunido todo numa praça.

A democracia direta não sobreviveu ao período clássico e caiu em desuso. A partir do século XVII, por inspiração da Revolução Americana de 1776 e da Revolução Francesa de 1789, a ideia da democracia voltou, agora como uma democracia indireta, com base no direito dos cidadãos participarem dos assuntos de interesse coletivo a partir do voto.

A principal função do voto é a escolha de representantes. Os representantes eleitos, por sua vez, dispõem de poderes que lhes foram delegados pelos cidadãos para cuidar dos assuntos políticos da comunidade, conforme os preceitos de uma Constituição.

O problema é que os “representantes do povo” passaram a formar uma nova “corporação, – a “classe política” – com interesses específicos e voracidade insaciável. Pantagruélica.

Este método, ainda que trabalhoso e demorado, prestou valiosos serviços à democracia e à cidadania e, mal ou bem, representou um avanço civilizatório importante. Era o que de melhor se podia fazer no tempo em que as comunicações ainda dependiam de correios à cavalo. Mas, com o advento das novas tecnologias e com a velocidade em que as coisas acontecem hoje no planeta, a democracia representativa, nos moldes da instalada no Brasil, já não consegue acompanhar o mundo e começa a apresentar sinais de fadiga.

Ceska – O blogueiro digital


 

José Dirceu e o Impeachment: Golpe é falta de assunto (em 1999…)

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Temer, José Dirceu e Lula (1999)

Em 1999, José Dirceu endossou o pedido de impeachment de FHC, vociferando: ‘Qualquer deputado pode pedir à Câmara a abertura de processo contra o presidente.

Dizer que isso é golpe é falta de assunto’

José Dirceu, em nome do PT e de alguns aliados oportunistas, entrega (foto) a Michel Temer, então presidente da Câmara, o pedido de impeachment contra Fernando Henrique Cardoso, em 25 de agosto de 1999: ao lado de Lula, com o apoio de Agnelo Queiroz, da Ministra Marina Silva (no canto esquerdo) e de vários outros conhecidos figurantes, o então deputado José Dirceu entregou ao presidente da Câmara, Michel Temer, o documento que pedia o impeachment de FHC Presidente do PT à época, José Dirceu caprichou na pose de defensor da pátria em perigo ao tentar justificar o que acabara de fazer naquele 25 de agosto de 1999.

“Qualquer deputado pode pedir à Mesa a abertura de processo de impeachment contra o presidente da República”, bradou depois de entregar ao presidente da Câmara, Michel Temer, o documento que propunha o afastamento de Fernando Henrique Cardoso, reeleito dez meses antes. “Dizer que isso é golpe é falta de assunto”.
Se os celebrantes daquele ato acreditassem nos imorais discursos do “animador de picadeiro” Lula, o PT de 2015 (e seus defensores puxa-sacos) teria a obrigação de enxergar no PT de 1999 um bando de golpistas a serviço do capitalismo selvagem. E se dar conta que o discurso atual dos petistas é absoluta FALTA DE ASSUNTO.

Mas vigaristas sem cura não perdem tempo com o que disseram, fizeram, dizem ou fazem.

Com a expressão colérica recomendada a quem repetia de meia em meia hora que o PT “não róba nem dexa robá”, o orador tratou com igual ferocidade ao então chefe de governo, que considerava incapaz de governar. A perda do cargo seria um castigo até brando para FHC, gritou, na época, o grupo hipócrita.

Passados 16 anos, o moralista amoral curte a segunda temporada na cadeia. Descobriu-se que a figura de guerreiro do povo era mais um disfarce do corrupto onipresente.

Por tudo isso e muito mais, o vídeo daquele ato tornou-se uma perturbadora relíquia histórica. É outra prova de que, depois de anos, os ladrões da República assumiram o controle do lugar e fizeram o diabo sob os aplausos (e a omissão irresponsável) do rebanho que a tudo assistia da plateia.

Pena que o reincidente engaiolado não tenha tempo, nem ânimo, para comentar o que andou fazendo em 1999. Absorvido por uma guerra particular, o guerrilheiro agora luta para safar-se da cadeia. Abre o bico apenas para conversar com vizinhos de cela ou com o advogado. E só pensa agora no impeachment do juiz Sérgio Moro. Como mais uma coisa “normal”.

OBS: Naqueles dias, o MENSALÃO era desconhecido, a PETROBRAS era a “joia do Brasil”, o BNDES apenas um banco de fomento à nossa indústria e a Refinaria de PASSADILMA não fora comprada. Haja hipocrisia para estes sujeitos!


Marcelo Aiquel

Sepultar os Mortos e Cuidar dos Vivos.

Marques de Adorna
Marques de Adorna

O mundo que vivemos é totalmente diferente daquele em que viveram nossos antepassados, e mesmo os constituintes de 1988. Tão diferente que as ideias prevalentes dos constituintes estavam mais próximas daquelas da idade média do que das ideias contemporâneas da era digital. Então, reverenciemos o passado e sua constituição. Façamos como sugeriu o General Pedro D’Almeida, o Marquês de Alorna, ao rei de Portugal, Dom José, quando sua majestade, após o terremoto de 1755 que destruiu Lisboa, perguntou o que se havia de fazer. O Marquês, singelamente, respondeu ao rei: “sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.[1]

Enterrados os mortos e fechados os portos, para evitar às pestes, vamos cuidar dos vivos. O Brasil precisa cuidar de sua população de 200 milhões de habitantes revertendo o quadro de catatonia que paralisa o país. E precisa agir com cuidado para não jogar fora o bebê com a água do banho. Em meio a uma crise que se acerba, precisamos iniciar uma reavaliação de nossa história para preservar o que ainda é útil e descartar o muito de lixo que se acumulou em quinhentos anos de patrimonialismo e burocracia. Precisamos jogar luz sobre o que nos mantém amarrados ao arcaico, ter coragem para dar nome aos bois e nos livrarmos do peso morto que estamos arrastando desse os tempos coloniais e voltar os olhos para o futuro que bate à nossa porta. Paulo Coelho diz que “a vida é sempre uma questão de esperar o tempo certo para agir”

E se perdermos o “timing” das mudanças seremos punidos pelos deuses que regem o mundo real. Seremos empurrados para o final da fila e vamos mergulhar em um novo calvário.

Felizmente, existe uma saída digital. As novas tecnologias digitais permitem pensar fora do quadrado e reorganizar disruptivamente a operação do Estado brasileiro. Permitem criar uma cidadania digital e, assim, trazer o Brasil para o Terceiro Milênio. Ou, conforme a opinião de um blogueiro: “Este país, só Reiniciando…”

Para transformar o Brasil em um País Digital será preciso mais do que boas tecnologias e boas práticas. Será preciso doses ilimitadas de paixão e sonho. Será necessário coragem para dizer a verdade e para enfrentar resistências. Precisaremos ilimitada fé em nós mesmos e acreditar que podemos. Retórica à parte, uma grande caminhada começa com o primeiro passo, que só daremos se tivermos certeza de que vai valer a pena. De que a transformação é, de fato, possível. Será preciso bom senso e entusiasmo sincero dos corações e mentes das novas gerações. Este é o tempo delas. E tudo deve começar com um intenso processo de discussão sobre que Brasil queremos.

Ceska – O digitaleiro


[1] General Pedro D’Almeida, o Marquês de Alorna. http://pensamentoslucena.blogs.sapo.pt/tag/terremotos – Outubro de 2015

O Brasil tem jeito. E o jeito é digital.

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O Brasil tem jeito?

Existe espaço para debater futuro no Brasil?

O debate tem razão de ser: nunca, país nenhum, jogou fora tanto futuro.

Mas o Brasil terá forças para reagir? Pode dar a volta por cima?

Qual o caminho escolher? Existe uma “saída digital”?

E qual o papel dos cidadãos e da sociedade no processo de repensar o Brasil?

Está caindo a ficha. A sociedade vem acordando do pesadelo. O mito do Estado Robin Hood está esvanescendo. Estamos caindo na real. O estado provedor, que tem soluções mágicas e dá tudo para todos, se revelou um engodo. O novo fiel da balança é o cidadão-eleitor. Cidadão e eleitor em plenitude. Cidadão que contribui, produz e consome. Eleitor que participa e faz a democracia com sua presença e militância.

A democracia é mais do que o voto da maioria. Democracia é liberdade, compartilhamento e participação.

A justificativa moral da democracia é a participação dos cidadãos nas definições relativas a seu destino. A democracia é uma construção da civilização e pressupõe uma sociedade livre, aberta e compartilhada. E, conforme Richard Stallman, o conhecido ativista do software livre: “compartilhar é bom e, com a tecnologia digital, compartilhar é fácil”.[1]

O compartilhamento permite a troca de informações, ideias e conceitos. E onde existem informações existe conhecimento. Onde existe debate, existem soluções.

Em meio à perplexidade geral e à falta de perspectivas do atual modelo institucional brasileiro, a única opção para resolver a crise é uma revisão em profundidade das bases em que se assenta o país. A dificuldade em vislumbrar um futuro está em que a nação ainda está olhando na direção errada. É preciso pensar com uma cabeça alinhada com o século XXI.

O Brasil tem jeito e o jeito é digital. O mundo analógico amarra o brasil no passado e limita o protagonismo dos cidadãos na Quarta Revolução Industrial que hoje é o novo norte do mundo desenvolvido.

O passado é um poço que secou. Buscar superar o atraso secular de país colonial, escravocrata e patrimonialista, olhando para a casulo vazio de um país que já adquiriu as asas da era digital é perda de tempo.

A boa notícia é que o Brasil tem jeito. E o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro


 

[1] Stllman Richard – http://www.brainyquote.com/quotes/authors/r/richard_stallman.html#sa4fM15Y72BvXveM.99. Web. 15 Nov. 2015.