Reinventando o Brasil

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O Brasil digital sairá das mãos das novas gerações.

É quase unanimidade: o Brasil precisa se reinventar. O Brasil precisa descobrir um novo jeito de ser país.

O sentimento dominante é que precisamos um repensar completo do jeito brasileiro de organizar a sociedade. De organizar o governo. De fazer o Brasil.

Não se trata de destruir o que foi construído. Se trata de ir ao encontro de novas soluções, das aspirações e demandas das novas gerações. A crise é uma realidade dolorosa, porém propicía a oportunidade para mobilizar o país em volta de um projeto que recoloque o Brasil de pé. E, como estamos vivendo no século XXI, um projeto alinhado com os vetores do terceiro milênio, um tempo que será marcado como era digital.

O Brasil precisa entender seus jovens e acomodar suas necessidades. Hoje somos um país aferrado à slogans, a motes criados para fazer barricadas retóricas que visam protejer regalias e privilégios. Princípios e instituições engendradas e tecidas em um modelo acadêmico que parece de lógica impecável, mas que hoje está suspensa no vácuo.

O que precisamos, portanto, é reinventar o Brasil.

Certo, para tornar-se digital, o país precisa passar por uma transformação profunda. Rasgar a rede de interesses corporativos e incestuosos dos que se apossam do Estado. Saltar sobre um precipício de ignorância e atraso. O desafio é, de fato, gigantesco.

Possivelmente equiparável, em esforço e empenho, a construção de uma nova Brasília. Mas a sociedade já está preparada para aceitar e participar da transformação digital.

Milhões de brasileiros estão conectados e familiarizados com o mundo digital. Usam seus celulares inteligentes, dispositivos e computadores para viverem o dia a dia.

Nem saberiam mais viver sem a internet, sem o Facebook, sem o Google, sem o Youtube. Também lidam online com bancos, fazem suas declarações de Imposto de Renda pelo site da receita, compram online e fazem da internet sua janela para o mundo.

E hoje é inconcebível uma organização que não utilize intensivamente a tecnologia para funcionar melhor, para se relacionar com seus públicos, para melhorar os processos de gestão, enfim, para produzir melhores resultados. Um país não é muito diferente das grandes corporações.

E toda esta experiência acumulada com as novas tecnologias, todo o conhecimento adquirido nas últimas décadas, tudo isto, está ao alcance do Brasil. Todo este conhecimento pode ser usado para converter o país numa nação mais moderna, enxuta e eficiente, em benefício dos brasileiros.

A boa notícia é que, se o país decidir tornar-se digital, a adoção de todo um ecossistema digital vai permitir vencer os desafios da economia em velocidade hipersônica.

Adotando agressivamente a gestão online, a produção digital automatizada e robotizada, comandada pela inteligência artificial, seguindo a lógica da indústria 4.0, quer dizer na quarta geração digital, o país pode dar um salto quântico na sua produtividade e se organizar com elevados padrões de eficiência, integrando produção física na industria e no agronegócio, logística avançada, serviços e marketing.

Em um modelo deste tipo não tem espaço para as artimanhas da burocracia asfixiante. Não há espaço para as dificuldades plantadas para atrapalhar quem produz e nem para a obstrução mal intencionada das “agências” e dos grupos cartoriais. Hoje o tempo é o ativo mais importante dos campeões de desenvolvimento. Quem quer que atravanque o progresso, quem quer que provoque perda de tempo desnecessária visando tirar proveito pessoal ou corporativo é tão pernicioso e corrupto como o ladrão do lava a jato.

Assim, no redesenho do Brasil, o conceito de organizar a gestão de forma fluída, de trabalhar online, apoiada por plataformas digitais e sob supervisão em tempo real, vai impor uma nova filosofia de trabalho. O gigantesco aparato burocrático parasita vai ficar sobrando. E poderá ser desmontado, com economia de bilhões. Recursos que podem ser encaminhados para a saúde e para a infraestrutura, por exemplo.

Abrindo um debate franco com a sociedade, agindo com seriedade, transparência e lógica, será possível realocar recursos materiais e humanos para que o Estado cumpra sua função de organizar a sociedade.

A transição pode ser facilitada por adoção de estratégias como da criação de “clusters” sociais, políticos e tecnológicos. Estes “clusters”, que são comunidades de atividades interligadas em volta de um campo de tecnologias, conhecimentos ou de negócios, hoje podem ser organizados online e alavancar a transição do mundo analógico para o mundo digital.

A chave da prosperidade no século XXI é o compartilhamento de conhecimentos e experiências em busca da excelência. Um exemplo bem sucedido desta estratégia de ação é a “Medicina Baseada em Evidência”. Hoje as melhores evidências de como encaminhar um tratamento médico, disponíveis aos profissionais da saúde, resultam em práticas médicas mais resolutivas, que curam mais e com menos sofrimentos e custo. O trabalho com base em evidências, hoje já aplicado em outros campos além da medicina, permite saltar etapas e apresentar resultados imediatos, com ganhos de desempenho que podem ser espetaculares.

Ceska – O digitaleiro.


 

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