O Brasil tem os meios. Falta o protagonismo.
Vivemos a pior crise desde 1964, é verdade. Mas estamos em condições de mudar o cenário.
Chega de esperarmos por Brasília. Como diria o Barão de Itararé, de onde menos se espera, de lá é que não vem nada mesmo.
Queremos sair da crise? Queremos encontrar um novo caminho? Então, suponho, é o que devemos fazer.
Você vê coisas erradas? Eu também. Mas estamos saturados de criticas. Já sabemos que o caminho do governo petista não nos levará a lugar nenhum. Podemos chegar ao impeachment. Ainda assim, os problemas do patrimonialismo, do populismo e do presidencialismo monárquico vão continuar.
A mudança que precisamos não é de pessoas. É de contexto. É de sistema. É da forma como organizamos o Estado. Precisamos sair do casulo analógico para voarmos nas possibilidades do mundo digital.
Muita gente concorda: o Brasil tem jeito, e o jeito é digital.
Mas como criarmos uma visão comum da mudança que queremos? Como chegarmos a um consenso sobre a plataforma de desenvolvimento que atenderia nossas aspirações coletivas?
Podemos começar por conversar sobre a ideia. Podemos ir reunindo opiniões. Podemos ir sugerindo ideias. A verdade é que ninguém – ninguém mesmo – tem a resposta pronta. Acredito que muitos conseguem imaginar um Brasil digital partindo das experiências que temos com diferentes espaços digitais. Talvez possamos criar um evento para trazer os interessados a um grande debate.
O que precisamos fazer, se adotarmos a saída digital, é nos juntarmos, nos mobilizarmos, nos envolvermos. Em paralelo, precisamos reunir ideias e começar o debate. Mas o mais importante está na conquista dos corações e mentes da sociedade. Nada se conseguirá fazer sem contarmos com a opinião pública.
O que a crise propicia é o clima de urgência para o debate e para a formação de opinião no âmbito da sociedade.
As nova tecnologias digitais, por meio da Internet e das mídias sociais, arejam e escancaram o diálogo. Todos podem dialogar com todos. Líderes deverão aflorar. Lideranças sempre existiram e existirão, do mesmo modo como visionários e inovadores. Sempre a humanidade precisará de uma nova roda, de uma nova alavanca, de dominar um novo fogo, de criar e polir uma nova pedra. No nosso caso, de uma nova solução para um país que é caso único de potencial e de amarras que vem do passado.
Os membros das novas gerações digitais brasileiras estão em toda a parte. Pensam de forma independente, agem segundo sua inspiração pessoal, querem distância dos partidos, mas se associam em redes colaborativas em escala nacional. Se sentem complementares e não se pensam unidades seriadas. São, mal comparando, dotados de “terminais inteligentes” e não os “terminais burros” de grandes “mainframes” dos CPDs – Centros de Processamento de Dados, de inspiração centralizada, que prevaleceram nos anos de 1970 e 1980 do século XX.
Os membros das novas gerações não aceitam ser descartados, nem nivelados por baixo. Se sentem iguais – na internet SÃO IGUAIS! – e não querem ser rotulados por estereótipos.
O velho lema, de inspiração maquiavélica, “dividir para governar”, que o lulopetismo usou com maestria no contexto do “nós e eles”, não resiste ao compartilhamento de ideias, conceitos e opiniões do mundo online.
A divisão online não é entre norte e sul ou leste e oeste, em entre brancos e negros ou entre nordestinos e sulistas. A divisão é entre os que pensam e os que não pensam, entre os que contribuem e os que não contribuem. E o Brasil de amanhã virá pelo engajamento digital de multidões de brasileiros que sabem onde fica o futuro.
Ceska – O digitaleiro