A Escolha do Predador

O selvagem de Montesquieu derrubava a macieira para comer uma maçã, exatamente como muitos dos nossos políticos.
O selvagem de Montesquieu derrubava a macieira para comer uma maçã, exatamente como muitos dos nossos políticos.

A oportunidade do 45o Fórum Econômico Mundial, que atrai as mais importantes lideranças governamentais, dos negócios e da sociedade civil do planeta para debater as questões mais importantes da atualidade, oferece um bom momento para refletirmos as razões que levam o Brasil a navegar na contramão da história.

Cada vez mais a humanidade se divide entre os super-ricos e os super-pobres. Cada vez mais as nações se alinham entre as ganhadoras e perdedoras. E, infelizmente, o Brasil vem solidamente se firmando entre as perdedoras. Estamos um queda livre, com a recessão dizimando empregos e empurrando o país de volta para uma pobreza que, para muitos, parecia ter sido deixada para trás.

O que está tão errado com o Brasil? Por que não conseguimos sair deste sobe e desce no campo econômico, por que vivemos de crise em crise?

A resposta talvez se encontre em nossa cultura de predadores. Neste país valorizamos mais os predadores do que os empreendedores.

Desde a colônia, sempre temos preferido fazer a escolha do predador: ao invés de criar ou produzir, queremos pegar sem esforço. Nossa ética sempre foi elástica. Predar parecia tão legítimo como produzir. Para muitos, até tem mais charme. Até o processo do Lava-Jato, o “pixuleco” era invejado. E de malandragem em malandragem, de propina em propina, nossa gente se acostumou a agir como os selvagens de Montesquieu, que os definia como aqueles que derrubam a macieira para comer uma maçã.

Aqui não acreditamos em empreender, nem em fazer. O empresário no Brasil é visto como o tonto a ser tosquiado. É a história da Geni: todos contra ele, todos atirando nele, ainda que todos devam tudo a ele. Patético.

Nossa história como predadores começou quando acabamos com o Pau-Brasil, quase extinguimos a Mata Atlântica, estamos dilapidando a Amazônia e agora vemos os estertores da Petrobrás. Nestes trópicos inconsequentes sempre acreditamos que a abundância nos protegeria de nosso comportamento de predadores insaciáveis e irresponsáveis.

Mas, assim como a aparente riqueza inesgotável da Petrobrás se mostrou finita, nossos recursos escasseiam e nos vemos próximos da bancarrota. Nem é preciso citar estatísticas ou indicadores. Todos os números apontam para o fundo do poço e indicam que mais crise está por vir.

O governo de Da. Dilma está completamente aturdido.

Dias atrás, o FMI divulgou que a queda da economia brasileira em 2016 vai superar os três por cento e informou que não vê mais retomada do crescimento em 2017 – como a entidade acreditava ainda em outubro. O desastre da economia brasileira vai pesar sobre a economia mundial como um todo, afirma o fundo.

Da. Dilma, a permanente estarrecida, mostrou-se indignada:

“Eu fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do FMI. Nós sabemos que o FMI fala muita coisa. No último relatório dele, avaliando a economia internacional, ele diz que três fatores são muito relevantes no atual cenário e explica as dificuldades que o mundo enfrenta: a diminuição do crescimento da China, instabilidade no Oriente Médio, e o terceiro era a continuidade da situação crítica no Brasil”, afirmou a “presidenta”.

Em seguida, Da. Dilma comentou o trecho em que o relatório atribui a situação crítica do país não à economia, mas à instabilidade política e às investigações da Operação Lava Jato:

“Ao que ele – (FMI) – atribuía a situação crítica do Brasil? Não era da economia, eram duas coisas. Instabilidade política e o fato de as investigações quanto à Petrobras terem prazo de duração maior e mais profundo do que eles esperavam e que “isso” (sic) seriam os dois principais fatores responsáveis pelo fato de eles terem de rever posição do FMI em relação ao crescimento da economia no Brasil”.

Nesse ponto do discurso, a “presidenta” afirmou, com a ligeireza com vem falando ao vento, que “tem certeza que o Brasil vai alcançar a estabilidade política e terá tranquilidade para retomar o crescimento econômico”.

“Na democracia, é absolutamente normal que a oposição critique, que qualquer um critique, se manifeste, divirja do que está acontecendo. Isso é normal, mas nós não podemos aceitar que as questões essenciais para o país não sejam objeto de ação conjunta para voltarmos a gerar emprego e renda. Faremos nossa parte”, disse.

Dá medo. Ela já vem fazendo a parte dela pelos últimos doze anos. Se fizer mais um pouco, o país vira sucata. Que Deus se compadeça de nós.

E agora, o que podemos fazer?

A era do predador acabou. Nem no erário sobrou alguma coisa. Agora, precisamos criar riquezas, gerar valor, produzir. A saída é nos unirmos. Não adianta acharmos que ajudar o governo vai funcionar. Empurrar o carro deste governo na direção do despenhadeiro só vai apressar sua queda no precipício.

A alternativa positiva ao nosso alcance é iniciarmos um amplo debate sobre a saída digital. O que podemos aprender com o que se debate em Davos é que a Quarta Revolução Industrial está deslocando o poder para as pessoas. As novas tecnologias nos capacitam a deixar o governo falando sozinho. O exemplo do Uber é didático: enquanto os cães ladram, a caravana passa…

As coisas estão mudando. Online, somos nós e nossos amigos por nós mesmos. Na Internet, somos os novos mosqueteiros esgrimindo mouses: “um por todos e todos por um”. Temos que ser criativos e buscar alternativas. Elas existem. A economia cooperativa, os bitcoins, o e-commerce, atividades online, apenas para citar algumas.

A propósito, se você já não sabe, trate de aprender inglês. (Dizia um amigo americano: Português é um “código secreto”). Olhe para a internet e para as oportunidades que oferece aqui e lá fora. São zilhões.

E para mudar o Brasil, precisamos criar grupos de ação, reunir amigos e estruturar um projeto digital para o novo Brasil digital: o “Brasil 4.0”. E é “4.0” porque precisa estar em sintonia com a Quarta Revolução Industrial.

Esquece a Da. Dilma e seu bando de panacas aloprados. Do atual governo não vai vir nada. Como dizia o “Barão de Itararé”: de onde menos se espera, de lá é que não vem nada mesmo”

Moral da História: O Brasil tem jeito e o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro


 

Brasil 4.0, Davos e a Revolução Industrial 4.0

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O Brasil 4.0 estará em sintonia com a Revolução Industrial 4.0 e alinhado com o mundo contemporâneo do Século XXI

 

 

 

 

 

 

 

Agora é oficial: vem aí a Revolução Industrial 4.0.

O Fórum Econômico Mundial, em seu encontro de Davos, na Suíça, colocou em sua pauta para 2016 a chegada da Quarta Revolução Industrial, esta nova onda de transformações que vão, segundo os organizadores da Conferência, “alterar de modo fundamental a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos uns com os outros.”

O Brasil ainda não acordou, mas vai precisar sair do torpor e da bruma da obtusidade em que se debate. A luz amarela está piscando. Precisamos rever tudo. Ou evoluímos direto para o Brasil 4.0 – pulando etapas – ou, logo, seremos um país irrelevante, empurrado para os cafundós do planeta.

O mundo caminha em meio a uma nova e extraordinária onda de transformações tecnológicas. Nunca antes neste mundo tanta coisa mudou tão rápido. Precisamos saltar sobre o fosso do ignaro para darmos as boas vindas à “Quarta Revolução Industrial” ou RI 4.0 – “Revolução Industrial 4.0”. A decisão precisa ser nossa, como cidadãos, já que nossa preclara “presidenta” não vai à Davos. Que – imaginem! – ignora e não homenageia a mandioca. Talvez por insensibilidade capitalista.

O site oficial do Fórum Econômico Mundial esclarece: “Em escala, escopo e complexidade, as transformações serão diferentes de qualquer coisa que a humanidade tenha experimentado antes. Nós não sabemos ainda como ela irá se desenrolar, mas uma coisa é clara: as resposta a esta nova era deve ser abrangente e integrada, envolvendo todos os agentes interessados (“stakeholders”) das políticas globais, do público, dos setores privados à academia e a sociedade civil”

“A Primeira Revolução Industrial usava água e a força do vapor para mecanizar a produção. A segunda RI usava o poder da eletricidade para criar a produção em massa. A terceira RI, a revolução digital, usava a tecnologia da informação para automatizar a produção. Agora a quarta Revolução Industrial está se desenvolvendo à partir da terceira, que vem ocorrendo desde os meados do século passado, e se caracteriza pela fusão de tecnologias que estão esmaecendo as fronteiras entre as esferas físicas, biológicas e digitais.”

Entre outras profundas transformações que se podem prever, o site destaca o impacto desta RI 4.0 sobre os governos:

“À medida que os mundos físico, digital e biológico continuarem a convergir, novas tecnologias e plataformas irão crescentemente capacitar os cidadãos a engajarem-se com os governos, fazer ouvir sua voz, coordenar seus esforços e mesmo circunscreverem a supervisão das autoridades públicas. Simultaneamente, os governos ganharão novos meios tecnológicos para ampliar o controle sobre suas populações, baseados na supervisão pervasiva e na habilidade de controlar a infraestrutura digital. Na somatória, todavia, os governos irão sofrer crescente pressão para mudar sua atitude em relação à participação pública e à definição de políticas, à medida que diminui seu papel central como condutor das políticas públicas em razão das novas fontes de descentralização e distribuição de poder tornadas possíveis com as novas tecnologias e com as quais que terão que competir.”

Em última análise, a capacidade dos sistemas de governo e das autoridade públicas em adaptar-se irá determinar sua sobrevivência. Se se provarem capazes de abraçar um mundo de mudanças disruptivas, submetendo suas estruturas aos níveis de transprˆ´ncia e eficiência que as capacitem a manter uma margem competitiva, elas permanecerão. Se não forem capazes de evolir, elas enfrentarão problemas crescentes.”

Isto será particularmente verdadeiro na questão da regulação. Os atuais Sistemas de politicas públicas e tomadas de decisão evoluíram durante a Segunda Revolução Industrial, um período durante o qual os tomadores de decisão tinham tempo para estudar as questões específicas e desenvolver o contexto apropriado para as respostas necessárias. Todo o processo foi desenvolvido para ser linear e mecanicista, seguindo uma abordagem de cima para baixo”

Mas esta abordagem não é mais viável. Dada a amplitude dos impactos e a velocidade das mudanças da Quarta Revolução Industrial, a maior parte dos legisladores e burocratas não conseguirão responder aos desafios sem precedentes que terão de enfrentar”.

Este é o mundo que vem sendo construído lá fora. E com o qual teremos que conviver. Gostemos ou não.

Então, o que queremos? Sermos um país em sintonia com o século XXI, digital e conectado, ou continuarmos um Brasil 0.0, a Republica da Mandioca do Lula e da Dilma?

Queremos participar da Quarta Revolução Industrial ou vamos viver nos cafundós do mundo, fazendo a “Revolução da Tapioca”?

Mas que ninguém se engane: ou assumimos nosso papel na Revolução Industrial 4.0 ou vamos todos viver de mandioca. De minha parte, não quero ser pelanca. E acho que as novas gerações digitais também não. Cansamos de ser de segunda classe. E também de um governo de segunda classe. Queremos mudar esta sina feita de mediocridade, atraso, empulhação e bazófia. Da mais cruel corrupção e incompetência.

Temos que pegar o touro à unha ou garrar um lenço para ir chorar na varanda, vendo a banda passar.

Suponho, e bota suponho nisto, que não sejamos um povo de imbecis. Está bem, nossos grotões elegeram um governo de fancaria, liderado por charlatões políticos, mas nossas ilhas de excelência mostram que nem tudo está perdido. Temos criatividade, talento, capacidade. Basta citar exemplos como a Embraer, a Rede Globo, a Editora Abril, o Grupo Gerdau, a Tramontina, o Hospital Albert Einstein, o Sírio Libnês, o INCOR, o agronegócio, as rodovias paulistas para ilustrar nossa vocação para a excelência. Se multiplicarmos estes exemplos Brasil afora vamos dar certo. E desembarcar rapidinho no primeiro mundo.

O problema é nosso atual governo lulopetista: ele é a pedra no meio do caminho. Hoje, graças ao petismo obtuso, somos um país sem noção. Sem um projeto e sem um horizonte. Vivemos sob a ética das pedaladas.

O lastimável governo petista que temos é que nos encarapuça como povo zicado, mandioqueiro, microcéfalo. Que me valha São Benedito, mas o fato é que esta política mentecapta tem que acabar. Precisamos reciclar nosso complexo de vira-latas. Afastar de nosso caminho o “sapo barbudo” e a “mulher sapiens”, e desenterrar os sapos da burrice, da pretensão e da fanfarronice cheia de empáfia.

Vamos encarar a realidade: ou nos livramos desta zica ou nosso destino será um mergulho na babaquice. E aí, além do Zika, da Dengue e do Chikungunya, ainda vamos ter que aguentar o vírus do “pestistismo”.

  • O Brasil 4.0 é o futuro em nossas mãos

Com a chegada da RI 4.0, as novas gerações do Brasil estão sendo convidadas à assumir sua missão de reformar o país. De criar e formatar o Brasil 4.0.

O Brasil 4.0 é mais do que um mote. É um projeto de país. Uma nova maneira de interagirmos com nossos concidadãos e com nossos poderes contituídos.

É também uma marca. Um objetivo. Um referencial, que, além de significado, tem visão, projeto, contornos, relevo e contexto. Associada à ideia da “Quarta Revolução Industrial” é uma marca com a solidez do aço. Seu sentido, o de um compromisso com o realinhamento com as tecnologias e oportunidades da RI 4.0, é também um brado libertador. Uma primavera tecnológica para o Brasil, para as almas deste país possível que anseiam pelo futuro e fluem livres para realizar seu sonho de prosperidade. Num sentido mais amplo, é tanto um rompimento com o passado opressor como uma promessa para o futuro, sem amarras e sem pedras no caminho.

A Revolução Industrial 4.0 é revolução no sentido mais vasto do termo. É de tirar o fôlego o que está ocorrendo no mundo digital. Nem nosso “metamorfose ambulante”, o genial Raul Seixas, iria entender. Tudo está sendo repensado e revisto. Nenhum dos mais diferentes quadrantes da vida, da humanidade, da sociedade, das coisas mensuráveis, da indústria, do mercado, da “internet das coisas”, da comunicação entre dispositivos, equipamentos, máquinas e “coisas” é como foi.

Objetos, coisas, vestuário, móveis, edifícios, eletrodomésticos, tralhas e tudo aquilo que usamos cotidianamente começa a ter vida. Como nas histórias de fadas, agora espelhos falam. Nas habitações as geladeiras informam o que tem e o que é preciso comprar. O espelho do banheiro avalia seu estado de saúde examinando sua pupila enquanto você faz a barba (ou a maquiagem…). Carros andam, estacionam (e se congestionam) sozinhos. O céu vai ter mais drones carregando encomendas do que motoboys circulando em São Paulo. O mundo real e o virtual passam a interagir. Modernas tecnologias de conectividade estão sendo combinadas com processos industriais automatizados. Aplicativos “agnósticos” se entendem com tudo e todos. É um novo composto tecnológico para servir ao gênero humano. Algo técno-antropológico. Para não perderem a objetividade prática, os especialistas classificam estes desenvolvimentos sob o nome de “Revolução Industrial 4.0”.

A Revolução 4.0 nasceu, na Alemanha, como um projeto no âmbito da estratégia de alta tecnologia voltada para a manufatura inteligente. Sendo originário da Alemanha, o conceito tinha que ser assentado em coisas objetivas. Práticas.

Sua base tecnológica é composta por um “sistema nervoso” embebido nas coisas. Novas gerações de sistemas, atuadores, sensores e dispositivos conectados e online, uns falando com os outros, sem particioação humana, via “Internet das Coisas”.

A nova Revolução virou a grande estrela da Conferência de Davos de 2016. Hoje, sob a liderança da Alemanha e dos Estados Unidos, já está em desenvolvimento um programa de cooperação por meio da Smart Manufacturing Leadership Coalition – SMLC, que vem a ser uma “Coalisão de Lideranças para Manufatura Inteligente”.

A SMLC reúne os interessados de todas as áreas, produtores, fornecedores, fabricantes, universidades, empresas de tecnologia e governos. O objetivo deste esforço cooperado é levar as partes interessadas a atuar em conjunto no desenvolvimento das novas abordagens, plataformas, infraestrutura e do arcabouço legal e normativo para a adoção de novas soluções e de um novo paradigma. Regras e protocolos compartilhados significam compatibilidade e funcionalidade. O mundo vem aprendendo a fazer certo. As novas tecnologias vem “plug and play”. Ligou, funciona,

E as novas tecnologias vem com uma nova e crescente consciência ambiental. No novo meio-ambiente dos espaços, cidades e habitações inteligentes que vem no bojo da Revolução 4.0, onde tudo estará ligado e conectado, a consciência ambiental vai ajudar a mudar a atitude em relação ao planeta. A mudança tende a ser espetacular. Como em uma nova dimensão da Hipótese Gaia, a conexão entre os organismos vivos e os elementos inorgânicos da terra poderá ser melhor compreendida e implementada. Sensores, câmaras e dispositivos se comunicarão entre si. Esta integração perfeita dos mundos físico – analógico – e o mundo virtual – digital – só é possível porque tudo o que existe no mundo real é reproduzido virtualmente no mundo digital. Como tudo o que é real tem uma dimensão no mundo virtual que existe no computador, é possível usar o processamento de hipóteses e a simulação para chegar ao melhor conjunto de opções. Trata-se da “inteligência artificial” ajudando a organizar e otimizar o do que existe, do que está disponível e de cada um dos entes existentes no mundo real.

Então, vamos migrar para o mundo da “Revolução Industrial 4.0” ?

Vamos juntar forças para pular etapas e fazer o “Brasil 4.0” ?

Agora o futuro está em nossas mãos. E esteja certo, o Brasil tem jeito. E o jeito é digital.

Ceska – O digitaleiro


 

A banda de Brasília está cacofonando

 

Banda de Brasília
A Banda da “Mãe do PAC” está cacofonando. Tocando fora do tom e do compasso, quem dança o rebolado é o povo. (Imagem “Master Clips”)

O verso do refrão da Banda da Presidenta Dilma é “Vocês vão ter que me engolir”

Em seu recente encontro com jornalistas, em Brasília, para seu tradicional café com bobagem, Dilma assumiu uma atitude de desafio, no melhor estilo “vocês vão ter de me engolir”.

Enquanto toca para o Impeachment passar, desfila argumentos com indiferença olímpica. No citado café com os jornalistas, disse estar preocupada em assegurar o equilíbrio fiscal, o crescimento e em combater a inflação. Mas nada disse sobre que iniciativas tomaria para promover o equilíbrio fiscal, o crescimento e o combate a inflação. O fato é que, além de ter fritado o Joaquim Levy, a citada presidenta nada fez no campo econômico. Sua postura explícita é a de deixar como está para ver como é que fica. Sua sinalização é que vai continuar a fazer o que quer, sem cortar nada, e deixar a sociedade se lixar. O seu ministro da fazenda já disse que “precisa” a CPMF para ajudar a equilibrar as contas e não tem plano “B”…

Portanto, não adianta buscar algum alento em Brasília. O som que vem do planalto é pura cacofonia política. O Executivo, da dupla Dilma e Lula, o Senado, de Renan Calheiros, a Câmara, de Eduardo Cunha, o Supremo, do Lavandowski parecem uma banda desafinada tocando ziriguidum. Enquanto o país se debate sem horizontes precisa ouvir este mix do “Samba do Crioulo Doido”, do Stanislaw Ponte Preta, combinado com o “Coração de Luto”, do Teixerinha, um clássico gaúcho que muitos chamam, malvadamente, de “Churrasquinho de Mãe”.

Ante este quadro de cerco ao bom senso, a sociedade precisa tomar a iniciativa. Precisamos deixar de lado os “canais competentes” e criar novas alternativas com base nos caminhos digitais.

Uma forma da sociedade e da cidadania tomar a iniciativa é a criação de “Grupos de Ação”. Algo como uma sociedade de “irmãos digitais” para trocar ideias e formatar novas plataformas para o exercício do governo.

Se deixarmos correr solto, o governo vai tratar de empurrar a conta para a sociedade. Portanto, só juntando forças e partindo para o protagonismo é que vamos encontrar saídas.

Fundar seu “Grupo de Ação” é fácil. Certamente, seus colegas, parceiros e amigos também vêm o tsunami se aproximando do país. Trocar ideias e buscas soluções de forma compartilhada vai ajudar a encontrar saídas.

Criar uma plataforma de economia compartilhada, ou colaborativa, pode ser um dos objetivos. Por exemplo, criar um espaço para o compartilhamento de recursos e materiais. Do ponto de vista prático, pode-se criar uma conta corrente de serviços e empréstimos. (Tomando o cuidado de fazer isto entre amigos/parceiros para evitar surpresas).

Os grupos podem, também, ser organizados para atuar em tarefas práticas. Para desenvolver inovações em sua área, para permutar ou compartilhar aparelhos e equipamentos, para combinar compras coletivas e similares. O uso das mídias sociais, da internet e de planilhas do Google, por exemplo, podem facilitar a organização dos grupos.

Então é o seguinte: vamos nos dar as mãos e buscar uma saída por nossa própria iniciativa. Saindo da inércia, podemos achar uma solução para nossos problemas.

Agora, de uma coisa podemos ter certeza: se queremos uma saída, precisamos achar uma.

Organize seu “Grupo de Ação”. Vamos tocar a nossa música que a banda de Brasília está uma uma cacofonia só.

Venha para o lado da luz e que a força esteja com você.

Cesk – O digitaleiro


 

Nada mais funciona como funcionava

Tecnologia
No mundo digital a tecnologia é que faz a destruição criativa

A crise brasileira foi fabricada pela esquerda petista e pelos governos Lula e Dilma. Parafuso por parafuso. Engrenagem por engrenagem. Este monumento de incompetência foi um trabalho de respeito. Uma meticulosa construção de atraso. Mas além de equívocos em série. que nem é preciso enumerar para quem lê jornais, acessa à internet ou assiste televisão, existe o total desconhecimento do mundo real e do que vem acontecendo no planeta.

As tecnologias digitais vem chegando tão avassaladora como a lama que desceu da represa em Mariana. As novas soluções estão destruindo tudo em seu caminho. As novas tecnologias são as agentes da atual onda de destruição criativa.

A inovação é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos, menos eficientes e mais caros.

Isto tudo já dizia Joseph Alois Schumpeter (1883 – 1950). Em qualquer mercado, as regras da competição definem quem ganha e quem perde. Esta é uma verdade que se aplica tanto para as nações, no comercio internacional, como para as organizações e empresas que transacionam no âmbito do mercado de saúde brasileiro.

Os cursos de economia ensinam que, no tempo da agricultura, tudo era muito mais simples. A posse da terra e dos recursos determinava o ganhador. O advento da era industrial elevou a complexidade, mas o mundo ainda funcionava de forma linear. Neste tempo, que durou do início da revolução industrial até algo como dois decênios atrás, a pole position era daquele que detivesse controle sobre a cadeia de suprimentos.

Mas a era digital finalmente chegou para reordenar o planeta. A reformulação total das regras que predominaram por muito tempo está dizimando o mercado. Tanto no Business-to-Consumer como no Business-to-Business, a falta de adaptação aos novos tempos está fazendo sucumbir empresas que estiveram no panorama do setor por décadas. Infelizmente, como muitos estão descobrindo, não foi só a máquina de escrever que foi mandada para o museu. O problema, para os que não conseguirem adaptar-se aos novos tempos, é que mudarão os atores. Saem os velhos, entram os inovadores.

Com o que já se pode observar nem é preciso bola de cristal para se antever o que vai acontecer no mercado. Com empresas altamente digitalizadas e sofisticadas, haverá menos players. Para sobreviver as empresas precisarão ser de porte maior e mais competitivas. Uma tendência que deve levar grande parte da industria nacional a ser vendida ou virar sucata.

Para quem examina as transformações mais de perto, está claro que as bases da competição se apóiam cada vez mais em verdadeiros ecosistemas, onde uns dependem dos outros e nenhum elo da cadeia vai sobreviver no isolamento e na autosuficiênica. Gostando ou não gostando, o novo modelo de negócios se expressa num paradigma de cooperação e parcerias. Neste novo cenário, as decisões isoladas e pontuais, que predominavam no antigo modelo de fazer negócios, vão forçosamente ceder lugar a um modelo de encadeamento de interesses que vai, por sua vez, requer um grau de proximidade muito maior entre os parceiros de negócios. Não há dúvida de que só um bem azeitando relacionamento entre as partes e a capacidade de gerar valor para o cliente vão garantir uma posição de destaque no mercado.

Na prática, acabou o tempo em que dava para vender e passar o problema para o cliente. O cliente agora só quer comprar resultados. Quem resolve o problema a custo competitivo vai sobreviver. Quem não resolve está fora. Potando está decretado o fim da era romântica dos caixeiros viajantes e dos negócios entre compadres. No novo eco-sistema, pode ser que alguns antigos relacionamentos e fidelidades ainda sirvam para abrir algumas portas. Mas sem um novo conteúdo tecnológico e sem um novo grau de compromisso e envolvimento, tudo o que ainda conseguirão será criar a oportunidade para o abraço de despedidas.

Tudo isto, evidentemente, está mexendo com o mercado. Alguns sequer conseguem entender com clareza o que está acontecendo. As vendas caem, pedidos prometidos não vem, os pregões presencias e eletrônicos surgem por todo lado e desmontam esquemas de venda cuidadosamente armados e cultivados por decênios. Nem a resposta aos anúncios corresponde ao esperado. De repente, para a perplexidade geral do mercado, nada mais é como era e nem funciona mais como funcionava.

Do ponto de vista do Business-to-Business, A velha máxima que recomendava não colocar todos os ovos num só cesto deverá ceder lugar à máxima preconizada por Andrew Carnegie: “Agora é colocar todos os ovos num só cesto…e vigiar o cesto!.”

O avanço no caminho deste novo paradigma de concentração começou de forma gradativa, mas nos últimos anos tomou grande impulso e vem ganhando crescente velocidade. O motor destas mudanças é a tecnologia digital. Especialmente o computador e a Internet. A Internet está em toda parte e vem ditando um acelerado processo de mudança. Desde uns dez anos atrás, vivemos o processo romântico dos Portais. Havia propostas para todos os gostos e nem todos sobreviveram, mas entre os que passaram à fase adulta estão sólidos portais dedicados ao chamado e-procurement e à intermediação de compras.

E o Brasil?

Como sempre, estamos atrasados e à reboque dos fatos. Mas quem anda perdido é o governo, sãos os políticos, os burocratas. Multidões de membros da geração digital brasileira correm por fora e sabem o que devem fazer. É só tirar do caminho o entulho analógico e abrir espaço para as soluções digitais que faremos a destruição criativa trabalhar à favor do Brasil

Ceska – O digitaleiro


 

A “Mão Invisível Social” do Ministro Tharman

Ministro das Finanças e Vice-Pimeiro Ministro de Singapura Tharman.
O Ministro das Finanças e Vice-Primeiro Ministro de Singapura, Tharman Shanmugaratnam, acredita que as mídias sociais e a Internet estão criando uma “Mão Invisível Social” que equivale à “Mão Invisível da Economia” de Adam Smith. ( REUTERS/Edgar Su (Singapura)

Viver é fazer história. Somos agentes, protagonistas e testemunhas da grande mudança da história humana que vem migrando da era da Terceira Revolução Industrial para a Revolução Digital em direção à Quarta Revolução Industrial.

Vivemos em um tempo revolucionário. Uma era de ruptura, transformacional.

Esta era se caracteriza pelo conhecimento e pela tecnologia. Seu eixo tecnológico é o processador eletrônico de dados, o coração da era digital e o motor da era disruptiva. E toda a organização da atividade humana vem sendo impactada pela Inteligência Artificial, uma nova superesfera, criada graças às novas tecnologias e, claro, aos processadores. Todas as tarefas realizadas pelo homem, do uso da força bruta a complexos cálculos eletrônicos, da armazenagem de dados na nuvem a procedimentos médicos com robôs cirúrgicos, de comunicação instantânea em nível global a decisões na gestão da administração pública, pode ser facilitada com o uso adequado de softwares e hardwares, de aplicativos e dispositivos.

A era digital está ainda em seu início. E aponta para possibilidades infinitas.

O mundo que está surgindo será inteiramente diferente deste em que vivemos. O desafio, para o Brasil, é não deixar escapar a oportunidade que temos de sair na frente. Neste sentido, a crise é uma benção. Eis porque precisamos nos mobilizar, fazermos o debate online, criarmos o grande projeto do Brasil Digital e envolvermos a nação, lembrando de Geraldo Vandré: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vamos imaginar que façamos a transição da era analógica para a era digital. Suponhamos, ainda, que esta nova era nos propicie um elevado grau de competitividade no mundo moderno e que esta posição de destaque nos traga progresso e prosperidade como nunca tivemos antes.

Ainda assim, se não tomarmos cuidado, corremos o risco de recair nos vícios da demagogia e das promessas do paraíso grátis.

E o caminho para garantirmos a prosperidade de modo sustentável está em cultivarmos uma cultura que valorize e proteja os valores condicionantes do progresso. Precisaremos “blindar” nossa prosperidade com uma sólida cultura liberal.

A cultura, na definição do antropólogo Edward B. Tylor, é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”[i].

A “cultura social”, em complemento, pode ser definida como o conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais valorizadas pelos membros da sociedade. Vem a ser o conjunto de “valores”, as crenças fundamentais, que norteiam o comportamento.

Dentro do contexto da filosofia, a cultura está a serviço das necessidades, aspirações e desejos humanos. A cultura, vista pela ótica da civilização, reúne a maneira como o homem foi resolvendo seus problemas ao longo da história. Cultura, assim, algo que o homem criou ao longo de gerações. Como somos “animais sociais” – e nenhum homem é uma ilha – o “Homo-sapiens” só se torna homem porque vive em meio a um grupo cultural. Dentro deste grupo cultural predominam as ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais que estabelecem o que é aceitável e o que não é. Ou seja, o que é bom e o que não é, que estabelece a noção do bem e do mal para aquele grupo social.

A “cultura social” é, em consequência, um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que confere sentido à vida de seus membros. Representa, portanto, uma força poderosa que permeia todo o tecido social. Dela deriva uma matriz de estímulos e condicionamentos que influenciam o comportamento dos membros do grupo e os recompensam na medida que adotam os comportamentos alinhados com os valores do grupo.

Reconhecendo a força da “cultura social” como indutora de comportamentos e, em consequência, como âncora da prosperidade, Tharman Shanmugaratnam, Vice-Primeiro Ministro e Ministro da Fazenda de Singapura, explica sua importância comparando seus efeitos sobre o comportamento da sociedade com a “Mão Invisível do Mercado” de Adam Smith e a define como a “Mão Invisível da Cultura Social”.

“Mão invisível” foi, como se sabe, uma expressão introduzida por Adam Smith em “A Riqueza das Nações”, para descrever o processo virtuoso que ocorre em uma economia de mercado, onde, apesar de não ser visível uma coordenação dos interesses individuais, estes tendem convergir de modo a produzir o “bem comum”. É como se houvesse uma “mão invisível” dirigindo a tomada de decisões dos investimentos e negócios. A “mão invisível”, a que o filósofo iluminista se refere, explicava algo similar ao que hoje chamamos de lei da “oferta e procura”.

O Ministro Tharman, ao reconhecer a força da “Mão Invisível da Cultura Social” no comportamento das sociedades, afirma que a construção de “uma boa sociedade” se firma sobre um conjunto salutar de bons valores e condutas, especialmente quando a sociedade valoriza o desejo das pessoas de tomar responsabilidade sobre si mesmas e suas famílias, bem como contribuir para o êxito dos demais.

Para o Ministro Tharman, uma vez que se entenda e aceite o conceito da “Mão Invisível da Cultura Social” se pode usá-lo de forma a estimular os valores que vão moldar uma cultura social propícia à prosperidade. Em uma relação de causa e efeito, quando a Cultura Social muda, muda o comportamento da sociedade. A boa nova, segundo Tharman, é que a cultura social não é imutável. Ela muda em resposta às políticas adotadas.

O Ministro Tharman usa a expressão “Compacto Social” para definir o “acordo” que deve ser estabelecido entre os membros de uma sociedade organizada, ou entre os governados e o governo comprometido com a prosperidade, definindo e limitando os direitos e deveres de cada um.

Ele exemplifica mostrando que as pessoas tendem a agir segundo regras do contexto politico, social e econômico em que vivem. E o sucesso destas sociedades é ditado pela maior ou menor excelência das regras e conceitos adotados neste “Compacto Social”.

Quando o “Compacto” reúne políticas saudáveis e conta com a adesão da sociedade, a “Mão Invisível” se encarrega de promover o desenvolvimento e distribuir prosperidade entre os membros da sociedade. É pelo resultado obtido que se pode avaliar a qualidade dos “Compactos”, ou “combos de valores”. Tharmam sugere a comparação do resultado em sistemas como o comunismo, a social democracia ou capitalismo de livre-mercado.

Para Tharman. políticas redistributivas no contexto do “Compacto” podem apenas obter sucesso se forem desenhadas para encorajar uma cultura de responsabilidade pessoal e se promoverem a responsabilidade coletiva entre todos.

Ainda na opinião do Vice-Primeiro Ministro, a quatro áreas que concernem à Cultura Social e devem estar no eixo das politicas do governo são: 1) A mobilidade social sustentada; 2) Acordo claro entre a responsabilidade individual e a responsabilidade coletiva; 3) Cultivar uma cultura de inovação e de aceitar riscos; 4) Crescimento do bem publico e o papel dos espaços públicos e da sociedade civil.

A autoridade do Ministro Tharman Shanmugaratnam vem do êxito desta estratégia em um dos países mais bem sucedidos da atualidade, Singapura. E também pela trajetória pessoal deste líder nascido na Índia, com formação na London School of Economics, University of Cambridge, e na Harvard University e que ocupa posição de proeminência no governo de Singapura desde novembro de 2001.

Então dispomos de um caminho. Podemos transformar o Brasil em um país digital. E podemos juntar nossos corações e mentes para forjar uma cultura de prosperidade autossustentada, que contenha em seu DNA os valores liberais e seja protegida por um sistema imunológico contra as patologias da esquerda.

Se juntarmos a mão invisível de Adam Smith com a mão invisível da cultura social e nos darmos as mãos como cidadãos livres, digitais e de coração verde e amarelo, seremos invencíveis.

Ceska – O digitaleiro


[i] (LARAIA, Roque de Barros. Cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006)

Cabeças da idade média tem ideias medievais

figuras
Figuras da Idade Média ainda perambulam pela política brasileira. São seres que acreditam no poder mágico do que está escrito: palavras fazem surgir do nada os meios que precisamos para viver bem: o trabalho enobrece, mas a palavra enriquece. (Imagem Master Clip)

Cabeças que vivem na idade média tem ideias medievais. (A propósito, cabeças da idade da pedra lascada tem ideias socialistas). A noção de que o mundo ainda vive mergulhado num contexto de soma zero – para alguém ter alguma coisa é preciso tomar de alguém outro – podia até fazer sentido na idade média. Mas hoje, no mundo dos robots, com capacidade de produção virtualmente ilimitada, muito acima da demanda, esse jogo de soma zero só pode ainda perdurar em cabeças que continuam impermeáveis à lógica da criação de riquezas que veio com a revolução industrial. Acontece que muitas destas ideias, e outras de mesmo tipo, ainda vivem no imaginário politico socialista e frequentam as arengas populistas latino-americanas. Com resultados trágicos, como podemos constatar de primeira mão no nosso caso brasileiro.

O que ocorre é que a revolução industrial ainda não existe para a grande parte da nossa população e, portanto, ainda não impactou o pensamento nacional. Muita gente, aqui nos trópicos, ainda não entende uma coisa simples: as máquinas automáticas produzem muito mais que trabalhadores humanos, fazendo produtos de melhor qualidade e muito mais baratos. Uma realidade que se pode observar em uma simples visita a uma loja de 1,99, onde se vendem produtos que viajam metade do mundo por preços que não se conseguiria fabricar na esquina.

As máquinas automatizam a produção, criam produtos e produzem riqueza. Este fato simples e elementar jogou no lixo toda a lógica mercantilista. Como em um passe de mágica, com um simples “abracadabra” o mundo passava a ter os meios de produzir quantidades ilimitadas de mercadorias e de gerar riquezas sem limites. Mas com uma condição: é preciso ter gente que saiba operar as máquinas, que saiba fazer funcionar os portos, que saiba gerir a complexidade das fábricas e empresas. Este o tipo de pessoas que precisamos aqui. E não mais burocratas insensíveis, arrogantes e prepotentes.

E como precisamos ter a fábricas, máquinas, matéria prima e infraestrutura antes de começar a produzir e a vender, precisamos de dinheiro na frente: o “capital”.

E foi para fazer muitas fábricas, ter muitas máquinas, ter muita matéria prima, treinar os operários e criar a infraestrutura que nasceu o tal “capitalismo”. Quer dizer, o “capitalismo” surgiu para que se pudesse produzir mais.

Mas esta sequência de passos “capitalista” é muito complexa para a cabeça latino-americana. Assim como para grande parte da esquerda e dos burocratas brasileiros. Um bando de mentecaptos iletrados que nada entendem de produzir. Apenas são bons em pilhar. Em tomar dos que produzem.

O fato é que a revolução industrial mudou as referências do mundo civilizado. Técnicas de produzir já estão dominadas. O que faltam são populações que saibam como se organizar para produzir e para fazer a distribuição desta produção. A própria ideia da “mais valia” comunista virou piada: qual a “mais valia” de um robot de produção?

A revolução industrial, ao permitir produzir em grande escala, gerar empregos e baixar o custo dos produtos, havia sido o evento mais importante da história da humanidade desde a domesticação dos animais até aquela data.

Com a organização da produção em larga escala, graças ao capitalismo, e com a prosperidade que veio com os ganhos de produtividade e com o investimento em novas tecnologias, a humanidade alcançou um patamar de bem estar jamais imaginado.

Mas, como o mundo continuou girando, avançamos em nossa jornada evolutiva até chegarmos na era digital. E nesta era de potenciais sem limites, a promessa da tecnologia é a de que temos todas as condições para sermos uma nação rica. Muito rica. No Brasil só continuaremos pobres por culpa dos pobres de espírito. Livremo-nos deles.

Ceska – O digitaleiro