A Petrobrás e o diabo

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Lula e Dilma fizeram o diabo com a Petrobrás

A Petrobrás é uma benção ou uma praga para o Brasil?

Relata o apóstolo Mateus, no evangelho, (4:8-9), que Jesus, após o batismo, teria vencido a três grandes tentações. Se cedesse em qualquer das três, teria frustrado sua missão na Terra.

Na terceira tentação, Jesus teria sido levado pelo diabo a um monte muito alto. Do cume do monte o diabo teria mostrado todos os reinos do mundo e a glória deles e teria dito ao Messias: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”.

O preço a pagar para receber a ajuda do diabo na conquista do poder sobre as coisas materiais é prostrar-se diante do dele e adorá-lo. Esta passagem do evangelho fala em traição.

Para obter o poder absoluto, para fazer e desfazer das coisas deste mundo, sem dar satisfações, é preciso trair. E é preciso vender a alma, é preciso “fazer o diabo”, como, aliás, confessou com candura a afastada Dilma. E, neste processo, é preciso trair o povo e mandar seus interesses para o inferno.

Visto do alto do monte, no cenário brasileiro, a maior das glórias e o mais rico dos orçamentos é o da Petrobrás.

E cada governante deste país, desde que a empresa foi criada, em 1953, tem sido submetido à mesma tentação. A cada um deles, o diabo oferece a Petrobrás. E todos tem sucumbido à ela. Alguns mais, outros menos.

Os presidentes militares caíram em tentação por um dos sete pecados capitais: a soberba nacional, que se expressava pela manifestação de orgulho e arrogância. Ainda assim, mantiveram-se com algum pudor.

Quando chegou a vez do Lula, o diabo o levou ao cume da montanha e mostrou a Petrobrás. Foi amor à primeira vista. “Tudo isto vai ser meu”? quis saber Lula, os olhos brilhando.

E o capeta, esfregando as mãos, já antevendo a esbórnia que ia dar, respondeu: “tudo isto vai ser teu, desde que tu me entregues tua alma e pagues religiosamente as propinas do PT, do PMDB, do PP e caterva”.

Para o tinhoso, estava tudo dominado. Para Lula, era a glória! Exultante em botar a mão na Petrobrás, nem titubeou. Fechou negócio no ato. É de se imaginar que seus olhos aboticaram e, sem se conter, saltitava de cá prá lá, girando os braços no estilo que copiou da Elis Regina. Só podia estar radiante. Amigo do demo ele já era de muito tempo, mas agora iria ser parceiro!

Há quem diga que, neste dia, a estátua do Padinho Cícero verteu lágrimas que, de tão abundantes, resvalavam pelos botões de sua batina de pedra caiada. Mas Lula não era cabra de fazer pela metade. Então, sem titubear um segundo, partiu para a ação, implantando a transposição do dinheiro da Petrobrás para seu projeto de poder.

Para operar a safadeza, que era muita e opulenta, estabeleceu a parte que cabia a cada um. De início, nomeou os diretores que representariam o diabo na diretoria da estatal. Mas, nem com todo o enxofre vertendo pelas ventas, foi coisa fácil.

Relata, em sua delação, o ex-deputado e ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, que houve alguma resistência corporativa ao avanço da diretoria do “Projeto Satanás”. Segundo o delator, o partido havia indicado Paulo Roberto Costa para a diretoria de abastecimento, mas a nomeação emperrou.

Lula, então, teria ligado à José Eduardo Dutra, na ocasião presidente da estatal, para saber que diabo estava atrapalhando.

Dutra, tolo que era, ainda tentou argumentar:

Mas Lula, eu entendo a posição do conselho. Não é tradição da Petrobrás assim, sem mais hem menos, trocar um diretor”.

Qual o quê! Acordo com o diabo é como sentença do Supremo: tem que cumprir e acabou.

Lula, possesso e enfezado, mandou passar por cima da tal alegada tradição, ameaçando demitir os conselheiros teimosos que havia nomeado. Segundo Corrêa, o ex-presidente teria dito: “Se fossemos pensar em tradição, nem você era presidente da Petrobrás e nem eu era presidente da República”.

Assistindo tudo aquilo, o diabo se estrebuchava de tanto rir.

Em outro episódio da série, que seria hilária se não fosse trágica, um grupo do Partido Popular foi ao Palácio do Planalto falar com Lula e reclamar da “invasão”. Corrêa relata que o, à época, presidente, passou uma descompostura nos deputados.

Lula foi logo dizendo que eles “estavam com as burras cheias de dinheiro” e que a diretoria era “muito grande” e tinha que atender a outros aliados”. Segundo o relato, os caciques do PP se conformaram quando Lula lhes garantiu que a maior parte das “comissões” seriam dirigidas para a sigla.

E a Petrobrás, sob o comando satânico, foi se desfazendo. De maior empresa brasileira para a empresa mais endividada do mundo. Nunca antes neste país, tanto dinheiro foi pelo ralo tão depressa: a empresa registrou a maior perda em valor de mercado, em números absolutos, desde o ápice no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, em 2008, Segundo a consultoria Economatica.

A petroleira, que tinha chegado a um valor de mercado de 510,3 bilhões de reais em 21 de maio de 2008, em janeiro de 2016 não valia mais que 73,7 bilhões de reais, uma perda de R$ 436,6 bilhões, em queda de 85,55%.

O mais insano é que, se de fato, a corrupção respondeu por apenas 6 bilhões de reais, como diz a Petrobrás, para meter a mão nesta quantia o PT e aliados queimaram 430 bilhões. Há que se reconhecer que as diabruras do PT foram mesmo infernais. O belzebu estará orgulhoso do bom negócio que fez com o Lula e, por extensão, com a Dilma.

Mas e agora, o que vai acontecer daqui para a frente?

Com o Lula fora e a Dilma afastada, o diabo precisa sair para uma nova rodada de negociações. Vai tentar o Temer. O Temer tem uma figura com toques mefistofélicos que deixa o diabo com o pé atrás. Mas negócio é negócio. A Petrobrás vai continuar na parada da corrupção? Continuará a ser parte do botim eleitoral? Continuará a ser sangrada para enriquecimento dos políticos e safados de plantão?

Um antigo e sábio ditado diz que “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é bobo ou não tem arte”. Onde tiver dinheiro público, onde tiver dinheiro “sem dono cuidando”, lá estará o diabo obrando tentações e lá haverá gente metendo a mão.

Os liberais defendem o estado mínimo porque acreditam que lutar contra a natureza humana, contra a cobiça e contra o patrimonialismo que mistura o público com o privado, apenas com base em prédicas moralistas, é enxugar gelo ou, pior, é criar uma cortina de fumaça para que a corrupção prospere camuflada.

Mecanismos de governança e transparência podem ajudar a controlar a roubalheira desenfreada, mas serão sempre impotentes diante da criativa malandragem tupiniquim. No Brasil, não dá para facilitar. Medidas ditas de “prevenção” sempre serão vencidas pelos truques e maracutaias engendradas pela turma formada na melhor escola de corrupção do mundo, a brasileira.

A resposta, portanto, é de clareza meridiana: privatiza. Enquanto a Petrobrás for estatal, ela será alvo da cobiça dos políticos e burocratas. E ela será a grande aposta do diabo para fomentar a corrupção e, de quebra, infernizar a nação.

Agora, privatizar a vaca leiteira dos milhares de parasitas que mamam em suas tetas não vai ser bolinho. Como, então, convencer a sociedade brasileira que o melhor a fazer é privatizar a Petrobrás?

Essa daí é uma questão deveras complexa. Após anos de lavagem cerebral, na base do discurso do “Petróleo é Nosso”, muita gente ainda confunde petróleo com Petrobrás. O petróleo é nosso porque está em nosso subsolo e ninguém vai levar o petróleo embora.

Já a Petrobrás, ao contrário do que apregoa, não é “nossa”. Ela é um polvo tentacular que opera em pelo menos 35 países: Brasil, Bolívia (lembram que tomaram nossas refinarias e perdemos investimentos de 6 bilhões de dólares?) Paraguai, Peru, Colômbia, Uruguai, Argentina, Chile (A Petrobras informou, recentemente, que concluiu a negociação da venda de ativos na Argentina e no Chile, como parte de seu plano de arranjar dinheiro para cobrir o rombo da corrupção)Equador, Venezuela, Trinidad e Tobago, EUA (lembram da Refinaria de Pasadena?), México, Cuba (claro!), Senegal, Líbia, Argélia, Portugal, Inglaterra, Noruega, Guiné, Nigéria, Angola, Tanzânia, Madagascar, Moçambique, Turquia, Iraque, Japão, China, Paquistão, Índia, Cingapura (lembram da Venina Velosa da Fonseca, aquela gerente da área do Paulo Roberto Costa que denunciou as falcatruas milionárias da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco? Ela foi mandada para chefiar o escritório da petroleira nesta cidade-estado por Graça Foster, outra que anda sumida, ), Iêmem e Iraque.

Assim, a Petrobrás virou uma multinacional que negocia suas ações na bolsa de N. York e, como se sabe, aliás, vai ter que pagar bilhões de dólares em indenizações nas 28 ações que são movidas nos Estados Unidos  por acionistas que se sentiram ludibriados pela corrupção e consequente desvalorização das ações.

(Anote: O julgamento dos processos contra a Petrobrás está marcado para iniciar dia 19 de setembro próximo, conforme determinou o Juiz Jed Rakoff, da Corte de Nova York)

Portanto, de brasileira mesmo, a Petrobrás hoje só tem a corrupção. Ela é de seus acionistas, ela é do mercado. Hoje a empresa defende mais o interesse de seus acionistas do que algum eventual interesse do povo brasileiro. Por exemplo, pagamos a gasolina mais cara das Américas. Se a empresa é “nossa”, e deixamos que nos explore, somos os maiores trouxas do mundo.

Os ventos estão mudando. A sociedade vem amadurecendo em seu entendimento de que precisamos nos desvencilhar de arcaísmos que nos seguram no passado.

O Brasil precisa de educação, saúde, segurança, uma matriz energética inteligente, habitação, instituições contemporâneas, um mercado livre e integrado, uma infraestrutura de logística e transportes. O país não precisa de monopólios, estatais anacrônicas, cabides de empregos, uma burocracia cara, antiquada e prepotente.

Quando estivermos preparados, saberemos fazer escolhas alinhadas com o Século XXI e nos livraremos do peso de velharias ideológicas do século dezenove. Então a Petrobrás será privatizada, retornando aos cofres públicos parte do dinheiro que já custou ao país, pagando impostos e tirando de nossos ombros a maldição do petróleo.

Quando isto acontecer, vamos produzir mais petróleo do que nunca, vamos ter mais produto a preços menores e o diabo, aleluia, vai ter que achar outro caminho para financiar a corrupção no Brasil.

Ceska – o digitaleiro

Dilma, a sopa de pedra e o sapo

 

Dilma, a sopa de pedra e o sapo

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Dilma fez uma sopa indigesta. Misturou pedra com sapo e lula. Temperou com PT ao gosto. Deu no que deu. Eca….

Dilma, a mulher sapiens, fez uma sopa de restos. Entrou pedra, sapo, lula, um ministério “fim de feira” e muita mandioca, que, em sopa de Dilma, aipim é que não pode faltar. Foi uma pajelança.

Tem quem pense que um governo é uma sopa: uma mistura de ingredientes que devem ser fervidos juntos para produzir um caldo.

O primeiro governo do PT tinha boa proteína na sopa do Lula: Meirelles no Banco Central. Era como um naco de músculo de pescoço que teimava em resistir à fervura do fogo que a esquerda botava para queimar por baixo. O cozinheiro Lula, ainda pouco afeito às lides de forno e fogão, preferia ir com jeito, seguindo a receita econômica do mundo que dava certo – o mundo mal amado dos gringos de “olhos azuis”. Lula xingava os gringos, sem lembrar que os orientais do Japão, China, Coréia, Singapura e outros, de olhos amendoados, também vinham se dando bem à luz do bom senso na economia, aliás, seguindo o mesmo cânone prometido na hoje esquecida “Carta ao povo brasileiro”, dos idos de 2002. De toda forma, bafejado pela herança bendita que recebeu de FHC, que começava a produzir frutos, tudo parecia estar indo bem na sopa, ainda que nela já estivem cozinhando os sapos do mensalão.

O segundo governo do Lula foi o despertar dos embrulhões. Parecia chegado o momento de adotar a feitiçaria heterodoxa, que a ortodoxia era blasfêmia dos neoliberais. Com a saída de Palocci, vieram os aprendizes de feiticeiro. Com pompa e circunstância, começaram as bruxarias na  economia. Abriu-se a caverna da Abra-cadabra: sucediam-se mágicas bestas à torto e à direito. Com dinheiro correndo farto para irrigar a corruptaiada, mesmo o escândalo do Mensalão acabou sendo absorvido, sob regozijo de Lula, que viu seu rival Zé Dirceu ir parar nas masmorras. Para o governo, tudo transcorria em clima de quermesse. O mundo vivia a festa das commodities. Os dólares jorravam da cornucópia das exportações e muita gente, no país do Macunaíma, imaginava que se haviam aberto as portas do jardim do éden. Sob a frouxidão de um presidente que, a aquela altura, saracoteava mais que um Baco de arrabalde em meio a uma balada rap, os rigores burgueses foram lançados ao mar. A Petrobrás virou a casa da mãe Joana. Bilhões eram roubados e o caixa saqueado com a desenvoltura de dona de bordel. Como tudo parecia lindo e maravilhoso, todos os aliados meteram a mão sem “pudô” e a farra do liberou geral saiu do controle.

Era uma folia de reis no planalto. O “pudê” tava uma delícia. E tudo nos conforme: se as “zelite” gostam, deve ser bom. Agora é nóis na fita.  E dado que, para o projeto de poder do PT, os fins justificavam os meios, nada havia a temer.

Para o PT e aliados, após oito anos gulosos aprendendo a gostar do bom e do melhor, com Lula voando solto no salto alto, de repente surge a ameaça que podia acabar com a brincadeira: uma nova eleição se avizinhava. Era preciso pensar o futuro. Largar o osso, nem pensar. O “sapo barbudo”, definição preferida de Brizola para o molusco, gostou de ser presidente. Queria mais. Por ele, bem que tentaria ficar para sempre passeando de AeroLula, sendo bajulado por todos os basbaques bolivarianos da Sul América, e, que beleza, recebendo títulos honoris causa mundo afora. Digno do Guiness: foram 55 títulos de universidades deslumbradas e que não se deram ao respeito!. Só na Argentina foram 11. Mas o Brasil não é a Venezuela. Aqui não dava para engatar uma mudança constitucional que permitisse uma nova reeleição. A salvação é que Lula, o sapo sábio, havia aprendido com o Chapolim Colorado a suspeitar desde o princípio. E, sem querer querendo, plantou a candidatura de um poste. Dilma parecia o poste ideal. Para começar, era um poste sem luz. Não era muito inteligente, arrogante no trato, era péssima em política e ruim até no arremesso de grampeador. Daí que, pensou o molusco de Garanhuns com suas ventosas: o poste (a “posta”??) seria submissa, faria pose, mas seria ele, Lula, que continuaria a mandar nos bastidores. Seria um maestro sem batuta, um Rasputin do sertão. E assim decidiu e ficou feliz. Ele era esperto, muito esperto.

Para ganhar, fizeram o diabo. Abriram os dutos do tesouro. Prometeram enormidades e, o povo, nosso ingênuo e crédulo povo, acreditou. Só que, como diz o ditado, a esperteza, quando é muita, vira bicho e come o esperto. Como as contas não fechavam, as coisas começaram a dar errado. Dilma só fazia o que lhe dava na telha, quer dizer, coisa pouca e atabalhoada. Depois de dar lições de economia à Angela Merkel (e levar um pito equivalente ao 7 x 1), assumiu a nova “matriz econômica”. Desdenhosa, quis mostrar-se acima da matemática, esta ciência que dá nojo em petista que se preza, esta invenção satânica da burguesia de direita para oprimir os pobres e os humildes. Foi uma derrocada anunciada que provou, uma vez mais, que quem não aprende com o passado está condenado a revivê-lo como farsa.

Em um governo cheio de empáfia e distante da realidade, a lei de causa e efeito foi revogada e deixou de valer. Erros sucessivos e incompetência obsessiva solapavam diariamente as bases em que se assentava a economia do país. Dilma, a mulher sapiens, esqueceu que a economia, como a natureza, não se defende: ela se vinga. O crescimento não vinha. O valor das commodities despencou. A Petrobrás não aguentou tanto desaforo. As pedaladas começaram. Quatro anos de deterioração enferrujavam a estrutura do país. A entropia auto induzida emperrava tudo. Para disfarçar seus efeitos e esconder a ferrugem, os taifeiros do PT passaram uma mão de tinta. O Brasil virou uma alegoria que fantasiava uma prosperidade que não lhe pertencia mais. Os 39 ministérios só faziam maquiagem. Neste clima veio a nova eleição.

O que se diz é que Lula tinha decidido ser candidato, como, acreditava-se, era o planejado. Acontece que Dilma o chamou para um canto e teria dito alguma coisa que fez o medo vencer a esperança. Era chato, mas Lula resolveu esperar mais quatro anos. Foi um erro fatal. Livre de escrúpulos, sem eias nem peias, Dilma se lançou em uma campanha despudorada, jogando bilhões na parada, sempre devidamente aconselhada por ministros igualmente aloprados, como Aloísio Mercadante e José Eduardo Cardoso. A candidata jogou para o alto o que restava de decência. Se valendo da mais refinada malandragem de que se ufana este país, aplicando competentes golpes de marketing charlatão, sob a batuta do atual presidiário João Santana, arrancou uma escassa vitória nos grotões. Lá, na beirada pobre do país, os votos foram escandalosamente comprados com o dinheiro do bolsa família. De positivo, só ficou provado que nada acaba mais depressa com um mau produto do que um bom marketing.

Reeleita, reassume a nova Dilma. Agora, ciclista na melhor acepção da palavra, sai para as pedaladas. Na cozinha, assume o panelão. O segundo mandato da mulher sapiens começou com uma sopa de pedra. O Ministro Levy era a pedra. Estava na sopa, mas não tinha nem sabor nem cheiro. A Dilma, mais imperial, arrogante e prepotente do que nunca, fazia questão de humilhar seu ministro. Um ministro, aliás, nomeado “pour épater le bourgeois”  e que era exibido para fazer o contraste e deixar claro quem mandava. A mensagem imperial era clara e tonitruante: “vocês vão ter que me engolir”. “Vocês”, no caso, éramos nós, o povo.

Após um ano patético, Levy foi tirado da sopa. Saiu como entrou. E, com a dignidade intacta, Joaquim Levy, o engenheiro naval com doutorado em economia, foi ser Diretor Financeiro do Banco Mundial (BIRD). Sem a pedra, a sopa ficava cada vez mais à imagem da ex-guerrilheira: uma poção mal cheirosa. No caldeirão da bruxa, a “presidenta” ia jogando todo o lixo que aparecia pela frente. Jogou dentro até um ministério arrebanhado nos restos da feira livre em que virou o congresso. Tentou fazer um acordo com o Eduardo Cunha, mas era tarde. Nas ruas, as multidões eram muitas e o dinheiro era pouco. Como última esperança, a feiticeira aloprada colocou o sapo na sopa. Não funcionou: eis que a sopa de sapo ninguém quis.

E agora, o fim melancólico da era lulopetista está escrito nas estrelas. (Refiro-me às verde e amarelas, aquelas que brilham no firmamento e no coração dos brasileiros.)

A Lava Jato continua moendo petista e vem escancarando as entranhas malignas dos governos de Lula , de Dilma e do PT. O lance final da mulher sapiens, chamar o Chapolim barbudo para o ministério, foi a cereja do bolo: o Sérgio Moro foi mais esperto e soltou a gravação que citava o tal “Bessias”. Fim. Cheque mate.

Agora, na desmontagem do mais estapafúrdio e estrambólico governo de nossa história, ainda se observa um esperneio aqui e outro ali. É a petezada querendo osso. Mas nem mortadela tem mais. Só sobrou mandioca. E sem acesso ao dinheiro público, a empáfia se esvazia, a ilusão acaba, as cortinas se fecham. Tchau, querida

Ceska – o digitaleiro.

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Onda de crescimento represado pode ser a grande surpresa

Prepare-se para uma grande surpresa: um tsunami de crescimento pode vir tomar conta do Brasil já ao longo dos próximos 180 dias. Conversando com diversos empresários nos últimos dias fui surpreendido por um contexto inteiramente inesperado: a existência de um represamento de projetos que estão no gatilho para serem disparados assim que se consolidarem os primeiros sinais de uma mudança nos rumos da economia. Tudo indica que a existência de crescimento represado e projetos prontos para implementação imediata pode disparar uma onda de crescimento por empresas que pretendem “sair correndo” para evitar que eventuais concorrentes cheguem antes e ocupem lugar no mercado. Se esta tendência se confirmar de fato, pode ser que venhamos a assistir a uma autêntica “corrida de ouro” dos tempos do velho oeste.

Ceska – o digitaleiro


 

Dicas de empregabilidade 2

Este blog tem como foco o debate das perspectivas brasileiras na Quarta Revolução Industrial. Mas antes do país se posicionar diante dos desafios que as novas tecnologias como a Inteligência Artificial nos reservam, precisamos arrumar a casa.

Este vídeo apresenta ideias que podem ajudar você a melhorar sua empregabilidade no momento que o país atravessa e preparar-se para encontrar seu espaço no futuro do mercado de trabalho.

Obrigado por sua atenção.

Ceska – o digitaleiro

Emprego bom na crise braba

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Emprego bom em crise braba é para quem vai à luta!

Emprego bom na crise braba existe, mas é difícil de achar.

Se a crise é muita, a competência precisa ser máxima. Ser meio bom não basta. É preciso ser muito, muito bom.

Para quem quer, sempre existe uma maneira de fazer melhor…encontre-a. Este é um conselho de Thomas Edison e vem bem a calhar para quem deseja melhorar sua empregabilidade neste tempos bicudos.

Com crise ou sem crise, tem cerca de 40 milhões de pessoas com emprego formal no Brasil (dados atualizados indicam que são 39,37 milhões de pessoas em março deste ano, contra 41,22 milhões de pessoas empregadas, com carteira assinada, no mesmo mês do ano passado.) Assim, pela lógica, encontrar um para você não é tarefa impossível. Especialmente se você tiver qualidades e souber mostrá-las no lugar certo, na hora certa e da forma certa. Claro, se você tiver talento, competências e uma atitude proativa suas chances aumentam muito. Mas, nestes tempos áridos, não espere que o emprego que você busca caia do céu. De modo que, para encontra-lo, é preciso contar com um bom planejamento e estar disposto a ser flexível, criativo e, mais que tudo, empenhar-se fundo na busca de seu lugar ao sol.

Procurar emprego é trabalho duro e atividade de tempo integral. E exige um “Plano de Ação”, com estratégia, método e disciplina. Ainda mais se você precisa de um emprego para “ontem”.

É um fato da vida, mas em uma crise como a atual você precisa desenvolver uma visão de Raio-X, como o SuperHomem: saber ver através das paredes e descobrir empregos pelo faro.

Um pouco de kabala também ajuda: preste atenção nos sinais visíveis do universo invisível, estudando os sinais emitidos por empresas que possam estar se dando bem na exportação ou atuando em nichos favorecidos pela crise. Estude o mercado para entender seu contexto, localizar as oportunidades e saber o máximo possível sobre as opções de emprego existentes e como você pode chegar até elas.

Mas vamos ao planejamento da ação:

  • Defina o seu papel no mercado

Somos todos atores em nossos papéis na sociedade. Quem afirma isto é o médico e psicólogo Jacob Levy Moreno (1889 – 1974), cientista muito respeitado nas áreas de formação e treinamento, autor do conceito de “espontaneidade” e criador do psicodrama e do sociodrama.

Assim, um emprego outra coisa não é senão um palco onde você vai exercer o seu papel profissional e social. Onde você vai aplicar seus conhecimentos e competências e interagir com seus superiores, colegas e, eventualmente, com os fornecedores, clientes e stakeholders da empresa. Da qualidade de seu desempenho em cada uma das habilidades requeridas para a sua função virá seu grau de empregabilidade.

Uma tarefa que precede a definição de seu papel e de seu posicionamento no mercado de trabalho é listar as competências requeridas para o exercício da função buscada e, em seguida, tomar consciência sobre qual o seu grau de habilidade no desempenho de cada uma delas.

Outro conjunto de definições inclui a sua missão: aquilo que você deseja ser e fazer; sua visão: a forma como você deseja atingir seus objetivos profissionais e pessoais; seus valores: as coisa em que você acredita e seus princípios: o eixo moral de sua vida, sua integridade e lealdade.

Este exercício serve a dois propósitos:

Um, ajuda você a estabelecer seu grau de empregabilidade em um dado setor ou empresa. (Por exemplo, se você domina o alemão, esta é uma vantagem que soma pontos em empresas de origem alemã.) e

Dois, permite que você identifique melhor seus pontos fortes e fracos, facilitando a tarefa de reforçar e destacar seus pontos fortes e melhorar as habilidades em que você se reconhece fraco.   

  • Defina seu foco

Foco significa concentração de esforços em uma área delimitada. Você precisa eliminar tudo o que não é relevante para sua empregabilidade. Não dá para ser bom em tudo. Assim como não dá para ser bom com esforços meia-boca. Então é necessário saber escolher a abrangência de seu foco e deixar de fora tudo o que possa atrapalhar ou roubar energia do seu mix de empregabilidade. Competir por um emprego é como participar de qualquer outra competição: ganha o melhor.

Acontece que nem sempre é fácil saber onde focar seus esforços. Para obter bons resultados é preciso saber o que mercado busca e como posicionar-se de forma favorável para conquistar a pole-position na disputa pelo emprego ou pelo cargo.

Saber focar esforços significa ser profissional. E ser profissional significa dominar não apenas as competências centrais de uma atividade, mas também os detalhes e segredos do desempenho da função. E o bom desempenho requer domínio sobre o papel a ser exercido na empresa ou organização.

A escolha de um emprego, assim como a de uma profissão ou carreira, pressupõe que você sabe qual a sua vocação e qualificação, bem como quais são suas virtudes e defeitos, suas aspirações, aptidões, expectativas e resiliência. Conhece-te a ti mesmo, recomendava Sócrates a quem quisesse conhecer seu lugar no universo. Pode-se supor que o sábio grego não tinha em mente a busca por um emprego, mas conhecer-se a si mesmo é um passo importante, na medida em que você quer um lugar no mercado, que é aquela parte do universo onde estão os empregos.

Portanto, se você ainda não sabe, comece por descobrir quem exatamente você é e o que, precisamente, você aspira em sua vida profissional. Aqui lembrando que Confúcio já dizia: escolha um trabalho de que você goste e você nunca vai precisar trabalhar um só dia na sua vida.

  • A autodescoberta

O ideal é dividir o processo de autodescoberta em duas partes:

Parte um: olhe para dentro de você mesmo. Qual o seu sonho? O que você que fazer em sua vida? Escreva tudo isto e liste seus objetivos, crenças, valores, competências, habilidades, experiências, realizações e conquistas

Parte dois: descubra como os outros o veem. Peça e ouça a opinião de pessoas em que você confia sobre o que elas pensam sobre você. Sobre o que acham de suas habilidades e sobre como percebem o seu desempenho. Pergunte também sobre o que elas sabem em relação ao que os outros falam a seu respeito. Prepare-se para ouvir algumas coisas menos agradáveis, mas encare eventuais críticas como uma ajuda para o seu processo de melhoria em sua empregabilidade. Aliás, desconfie se você só ouvir elogios ou se só falarem bem de você. Afinao, ninguém é perfeito. Até o juiz Sérgio Moro disse que comete erros. Assim não tenha medo de enfrentar os fatos e nem se deixe abater. O que você quer não é uma massagem em seu ego, mas compreender quais fatores podem contribuir ou prejudicar sua jornada em busca do melhor emprego ao seu alcance.

Uma vez que você tenha obtido um bom conhecimento de si próprio e adquirido uma visão clara de seu papel, defina sua nova identidade profissional. Ela deve passar a ser o eixo de seus esforços.

  • Mapeie as oportunidades

Quais são e onde estão os empregos em linha com sua nova identidade profissional?

Pesquise e coloque em seu radar pelo menos 20 empresas que pareçam promissoras.

Descobrir possíveis oportunidades é essencial para o êxito de sua busca a um bom emprego. Tenha em mente, contudo, que apenas uma em cada dez vagas é anunciada – nove são preenchidas a partir de um banco de candidatos, por indicação, recrutamento interno ou remanejamento de pessoal. Outra coisa: apenas um percentual das vagas anunciadas tem qualidade, porque muitos anúncios se referem à pesquisa de salários, empregos temporários, vendas à base de comissão ou picaretagem pura e simples. Portanto, não desperdice seu tempo lendo anúncios periféricos à sua busca e não confie resolver seu problema por meio de anúncios. A boa notícia é que  as empresas sempre tem posições à espera de um candidato certo. As vendas estão desabando? Um bom vendedor poderá ter aí sua chance. É preciso reduzir custos? Quem saiba como fazer isto será ouvido. Mas seja objetivo. As empresas querem resultados.

  • Vá à luta

E, uma vez feito o seu dever de casa, vá à luta. Estude como chegar à cada empresa de sue interesse. Escreva o caminho a ser percorrido. Pesquise entre seus amigos e seu relacionamento se alguém conhece alguém na empresa alvo de seus esforços. Ligue para o RH da empresa e pergunte a quem enviar seu currículo e com quem conversar sobre a área de seu interesse sobre uma posição ou vaga que possa estar aberta. Em crises com a que vivemos muitas empresas procuram agrupar funções e reduzir os salários e o número de empregados. A demissão de um pode ser a contratação de outro, mais qualificado, mais produtivo e, claro, mais barato. E isto cria vagas e oportunidades.

  • Não acredite no primeiro “não”

Fique preparado para encontrar uma barreira de nãos. Em uma grande empresa muitas pessoas tem o poder de dizer “não”, mas apenas um grupo muito reduzido de pessoas tem o poder do sim. Descubra quem tem este poder e não desista enquanto não chegar a elas. Se um caminho não funciona, tente outro.

  • Assuma sua Missão

Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir (Sêneca).

Faça suas escolhas e escreva uma Declaração da sua Missão na busca do emprego.

Use o ensinamento das empresas de primeira linha que usam as “declarações de missão” como forma de definir com clareza os objetivos e o passo a passo planejados. Escreva com detalhes sua declaração: seja específico sobre o que você busca, tipo de empresa, seus valores e crenças, o elenco de habilidades e competências que você deseja utilizar, o tipo de cultura da empresa, o nível da responsabilidade que você se propõe a assumir, a região geográfica, o potencial de carreira e crescimento, disposição para viagens, para mudar de endereço, salário e benefícios desejados. Esta “declaração” ajudará você a manter seu foco. Em momentos de incerteza você poderá se valer desta declaração para recobrar sua confiança e manter seu foco.

  • O Plano de Ação

Um Plano de Ação deve separar o ciclo da atividade nos seus passos: como você vai encontrar as empresas, como você vai reunir seus dados de contato, como site, e-mail e telefone, como você vai fazer o contato, se por telefone, e-mail, etc. Depois de fazer o seu planejamento é preciso partir para o “fazejamento”, como diria o ex-prefeito de São Paulo, Brig. Faria Lima.

Um bom plano deve incluir um conjunto de objetivos intermediários e como chegar a eles.

Por exemplo: desenvolver uma rede de contatos para obter indicação, apoio e referências

Estratégias: Entrar em contato com ex-colegas e conhecidos. Usar grupos no LinkedIn para gerar contatos e conexões. Buscar contato com entidades e associações. Circular e mostrar presença em eventos e oportunidades para relacionamentos. Fazer ligações para os departamentos de pessoal. Mas atenção: selecione os eventos pelo critério da qualidade dos contatos possíveis. Ir por ir é desperdiçar seu ativo mais importante que é o tempo.

Ao selecionar a lista de empresas nas quais você tem interesse seja específico: que tipo de empresa você se propõe a pesquisar, como você vai fazer isto e em que profundidade.

Estabeleça metas de trabalho diárias: quantos contatos por telefone, quantos e-mails personalizados, quantos currículos enviados, quantas entrevistas. Estas metas vão permitir que você tenha indicadores sobre o progresso de seus esforços e se sinta pressionado a cumprir a atividade planejada. Até para garimpar um emprego existe uma curva de aprendizado.

Uma vez que você inicie a busca é preciso manter um acompanhamento de suas atividades e do seu progresso. Quer por meio eletrônico, quer em papel, é preciso ir anotando tudo, desde e-mails enviados, contatos via telefone, entrevistas realizadas, etc. Trata-se de uma rotina tediosa, mas que pode ajudar muito a conseguir o seu desejado emprego.

  • Sua narrativa

Seu empregador terá interesse em conhecer a história de sua vida, certamente, mas o eixo de sua narrativa deve destacar o que você, seus conhecimentos e experiência podem fazer para a empresa no futuro. Para saber como construir sua narrativa procure entender a empresa que você corteja. Se o emprego está anunciado, leia com atenção a descrição da função e outros materiais que você consiga encontrar. Leia o website da empresa, artigos e matérias publicadas, pesquise sobre seus produtos e serviços no Google, busque vídeos no YouTube, enfim procure “sentir” a cultura d empresa. Procure descobrir pessoas que tenham trabalhado na empresa antes por meio de sites de empregos ou no LinkedIn e peça para elas relatarem suas experiências. Por meio deste processo você irá ver a empresa sob diversos ângulos e, eventualmente, criar um sentimento de identidade com a empresa, com seus produtos e até com seus clientes.

Para organizar e facilitar esta tarefa de construir uma narrativa atraente, liste todas as suas habilidades e competências, tanto as que sejam diretamente ligadas a sua experiências profissionais como as ligadas indiretamente, como o domínio de softwares ou de outras habilidades úteis. Para cada uma faça uma ficha (pode ser numa planilha) e coloque um descritivo curto. Assim, à medida que uma entrevista se desenrole, você poderá facilmente encaixar cada um dos temas sem perder o curso da narrativa principal. Se você puder adicionar o relato de alguns casos ilustrativos, use-os, mas cuidado para não usar o escasso tempo da entrevista com coisas não relevantes.

Antes de cada entrevista repasse os temas e selecione os que você pretende utilizar, procurando ajustá-los à empresa, sua cultura e valores, incluindo a “linguagem” da empresa, os termos, marcas a nomenclatura utilizados para descrever seus mercado e produtos. Cuidado com a pronúncia de marcas ou termos estrangeiros. Já vi candidatos de bom potencial se queimarem por demonstrar desconhecimento ou falta de familiaridade com marcas ou produtos da empresa empregadora.

Um processo comprovado para melhorar seu desempenho é escrever sua narrativa e treiná-la. Mas, claro, não apresente sua história como um texto decorado.

Uma boa fórmula de encadear os assuntos envolve seis tópicos:

Primeiro: Quem eu sou. Um resumo de sua história pessoal, onde nasceu e viveu, situação familiar e residência. Entre três e cinco minutos. O importante é deixar claro que você não é filho de chocadeira…

Segundo: Como cheguei aqui. Sua formação, escolaridade, educação, habilidades e competências.

Terceiro: O que fiz em minha vida profissional. Atividades, empregos, cargos, incumbências, missões. De preferência destacando aspectos do seu desempenho sempre que conveniente, notadamente quando tiverem aspectos que possam ser úteis na função desejada.

Quarto: O que busco para o futuro. Tipo de desafio que me motiva, o que gostaria de alcançar.

Quinto: Como antecipo minha atuação no cargo ou função. Esse item requer um cuidado dobrado. Demonstre que você entende os desafios do cargo e que está preparado para enfrenta-los, mas evite fazer afirmações ou emitir julgamentos de valor que possam confrontar políticas, procedimentos ou valores da empresa.

Sexto: Minha ética. O que acredito. Os aspectos éticos tem enorme peso no processo de seleção. Dedicação, compromisso e lealdade com a empresa são valores sempre muito valorizados. Enfatizar estes aspectos é sempre muito importante, mas prefira falar com fatos.

  • Duas recomendações adicionais:

A questão da atitude.

Ter o perfil certo é melhor do que ter o currículo mais longo. Se você pensa em buscar um emprego em empresas como a Ambev, Lojas Americanas, Burger King, Submarino, Bud­weiser, Heinz é bom ter em mente o tipo de gente que seus controladores, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira preferem: os PSD — poor, smart, deep desire to get rich (“pobre, esperto, com muita vontade de ficar rico”). Se você se qualifica, parabéns. Você vai longe.

A questão da apresentação pessoal

Procure apresentar-se em conformidade com a cultura da empresa. Cada organização tem seus valores internos, suas crenças e, eventualmente, seus preconceitos.

A questão do traje é muito importante. Na dúvida sobre o que vestir para a entrevista é bom perguntar para o RH da empresa. Dependendo do tipo da organização e da função, se apresentar fora dos padrões de expectativa da empresa é fatal. Empregos em bancos e na área financeira requerem terno e gravata de cores sóbrias. O setor bancário segue a linha dos banqueiros de Londres, onde “brown is not a gentleman’s color” (“marrom não é uma cor para cavalheiros”).

Para funções gerenciais, se apresentar bem trajado, bem escanhoado e com aspecto de executivo é condição necessária, mas sem exageros. Um exemplo bem ilustrativo: Por alguns anos fui assistente de Mr. Richard Alex Mozer, um empresário norte-americano que, entre outras empresas, era dono da fábrica de Empilhadeiras Yale no Brasil. Uma das minhas incumbências era a seleção dos executivos que seriam encaminhados para uma entrevista final com Mr. Mozer. Haviam os testes preliminares e uma pré-seleção com um psicólogo e tal, mas a principal recomendação que recebia de meu antigo chefe era que evitasse selecionar “os bonitinhos”. Mr. Mozer dizia, com fina ironia, que os executivos brasileiros eram “os mais bonitos do mundo”. Chegavam portando currículos reluzentes, cabelos cortados na moda, calçados italianos, gravatas francesas, camisas e ternos sob medida, tudo impecável. Mas, no dia a dia da operação, eram um desastre: estavam sempre mais preocupados com sua aparência, com academias e vida social do que com o bom desempenho na função. Não caia nesta.

O fator mais importante

Isoladamente, o fator mais importante de empregabilidade no Brasil é a fluência em inglês. Em igualdade de condições, quem tem bom domínio do inglês consegue um emprego duas vezes mais rápido do que quem tem apenas conhecimentos básicos. E recebe, em média, salários 45% maiores (Pesquisa da Catho). Portanto, use seu tempo disponível para dar polimento ao seu inglês. Existem muitas ferramentas grátis no Google, como o tradutor, por exemplo, que, inclusive, ensina a pronúncia das palavras.

(Saiba como melhorar seu inglês – veja abaixo)

Quer um bom emprego? Melhore seu inglês.

Enfim…

Empregos bons existem e existirão. Prepare-se, tenha a atitude certa e saia para a luta. Com crise ou sem crise, se você procurar de verdade, você vai achar seu lugar ao sol.

Sucesso!

Ceska – O digitaleiro