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SÓ OS CLUSTERS SALVAM A INDÚSTRIA BRASILEIRA / PROPOSTA DE CRIAÇÃO DA EMBRACLUSTER

Só os clusters salvam a indústria brasileira – Embracluster – uma Embrapa para a indústria brasileira.

… 

Sou Celso Skrabe, Consultor de Empresas, e neste vídeo vou abordar a crise da indústria brasileira, analisar suas causas e explicar por que só os clusters industriais podem salvar a indústria do país. 

Os números mostram que a indústria brasileira está em crise. 

Os números não só estão ruins como vem piorando de modo alarmante. 

Quarenta anos atrás, em meados dos anos 80, quase a metade do PIB brasileiro vinha da indústria.

A partir de então a manufatura brasileira perdeu vitalidade, engatou a marcha a ré e passou a andar para trás. 

A indústria de transformação, o ramo mais diversificado da indústria e que transforma matéria-prima em produtos finais ou intermediários, desabou. 

Caiu de 36% do PIB em 1985 para vexaminosos 10,8% de participação na produção nacional em 2021. 

E em relação à 2023 a CNI – Confederação Nacional da Indústria, informa mais uma queda de 0,5% na indústria de transformação.

Pior foi a queda da participação da indústria brasileira na produção mundial. Em 1995, nossa indústria representava 2,77% da produção industrial do mundo. Hoje o percentual é de apenas 1,28% – ou seja, caiu para praticamente a metade.

E como desgraça pouca é bobagem, a esta altura do estrago, dá para afirmar que, se continuar nesta toada, em diversos setores da indústria corremos o risco de voltarmos no tempo e jogarmos no lixo os últimos 100 anos de desenvolvimento industrial. 

Neste vídeo vou explicar por que só os clusters industriais podem salvar a indústria brasileira e reverter o processo de desindustrialização. E vou sugerir a criação da EMBRACLUSTER, uma empresa publica a ser criada nos moldes da EMBRAPA com a missão de reinventar a indústria brasileira e fazê-la recuperar o protagonismo que já teve – e que é preciso que volte a ter – na economia brasileira.

A natureza da EMBRACLUSTER, no entanto, seria diferente daquela da EMBRAPA porque a principal diferença na obtenção de resultados entre o agro e a indústria é que o campo crítico da competitividade do agro está na produção, enquanto o campo crítico da competitividade da indústria se situa no mercado.

A denominação de “Clusters industriais” é atribuída a aglomerados de indústrias, fornecedores de insumos, prestadores de serviço, empresas de apoio e logística, formadores de recursos humanos e outras atividades de suporte que atuam colaborativamente para suprir e atender a uma determinada cadeia produtiva industrial da qual fazem parte. 

Dada esta diferença, o principal foco de atuação da EMBRACLUSTER deverá ser a melhoria da competitividade mercadológica das empresas clusterizadas. 

A métrica de seu desempenho deve ser o nível de participação e a rentabilidade dos produtos brasileiros nos mercados do Brasil e do exterior, bem como a conquista e a preservação destes mercados.

A EMBRACLUSTER operaria no formato de uma provedora de soluções em todo o espectro das necessidades e demandas dos “clusters”, atuando tanto como consultoria multidisciplinar como na qualidade de parceira no desenvolvimento de inovações, tecnologias, boas práticas e produtos.

O seu escopo de atuação incluiria mediar as demandas dos mercados e o mix de produtos a ser produzido pelos clusters e suas indústrias. Outra estratégia de sua operação seria apoiar acordos de cooperação entre os membros dos clusters, desenvolver mecanismos para facilitar o consórcio, a coordenação e a soma de esforços no âmbito do complexo dos clusters.

Assim como incluiria promover a sinergia e a cooperação via compartilhamentos e padronização, estimular a engenharia de valor, o design, a inovação tecnológica, coordenar esforços para ganhar escala, evitar sobreposições e desperdícios, promover ações para reduzir custos e melhorar a produtividade e, enfim zelar pelo bom funcionamento de toda a estrutura. 

Para mostrar a conveniência da criação da EMBRACLUSTER vou dividir a questão em cinco tópicos:

1.  A real situação da indústria brasileira atual;

2.  O modelo da EMBRAPA e suas lições para a indústria brasileira; 

3.  Como transferir o modelo EMBRAPA para a indústria;

4.  Como criar e empoderar a EMBRACLUSTER;

5.  Os riscos de nada fazer e ficar para trás.

1.  Vamos examinar, então, como está a real situação da indústria brasileira atual.

Como vimos, o setor manufatureiro, que tinha de 36% do PIB em 1985 caiu para 16,5% em 2008 e para vexaminosos 10,8% de participação no PIB em 2021. Foi uma queda de 25 pontos percentuais no conjunto do produto interno bruto do país em 40 anos. Ou seja, a indústria perdeu um quarto do PIB nacional no período. Se não fosse o milagre do agro estaríamos chorando as pitangas junto com a Venezuela e outros perdedores por aí. 

A indústria, antes protegida e beneficiada por incentivos fiscais e juros subsidiados, estava despreparada e mal-acostumada e sofreu com o choque da abertura econômica dos anos 1990, com restrições ambientais mal concebidas, com oscilações cambiais devastadoras, com o custo Brasil na estratosfera e outros infortúnios de nossa insanidade tropical. O efeito foi que perdeu produtividade, ficou tecnologicamente defasada, não conseguiu acompanhar a velocidade das transformações do mundo e nem se adaptar ao ambiente global de alta competitividade. 

A perda se deu em diversas frentes, mas um indicador chave dá a medida do que vem acontecendo: trata-se da chamada produtividade total dos fatores de produção, a PTF, que vem caindo continuadamente. Este indicador mostra o grau de desenvolvimento econômico de um país. Países ricos são ricos porque são altamente produtivos e agregam um alto valor por trabalhador. Um trabalhador norte americano é cinco vezes mais produtivo que um trabalhador brasileiro e, infelizmente, a baixa produtividade do trabalho resulta em baixos salários e em países mais pobres.

E o que faz o governo? Está inerte?

Não, aparentemente até que não está. O que acontece é que o governo está desorientado, atira para todo lado e vem adotando medidas que são ineficazes por não colocarem o foco onde a ação acontece, ou seja, no mercado. E também por desconhecerem a complexidade da indústria 4.0 em um mundo conectado, robotizado, automatizado, globalizado e, agora, “inteligentizado” pelo uso intensivo da Inteligência Artificial.

Ainda no governo Dilma foi criada a EMBRAPII – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, uma Organização Social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Já no governo atual, em 22 de janeiro deste ano de 2024 o governo federal lançou o estrepitoso Programa Nova Indústria Brasil (NIB), um programa festivamente apresentado, com muita retórica e cintilantes boas intenções. Mas aí é que a coisa pega.

As medidas preconizadas pelo Programa da Nova Indústria são do tipo que prometem muito, mas entregam pouco.

O Brigadeiro Vicente Faria Lima, o grande Prefeito de São Paulo, um realizador incomparável e que, entre outras obras, iniciou o Metrô de São Paulo, dizia que o Brasil não tem falta de PLANEJAMENTO. Tem falta é de FAZEJAMENTO.

A questão é: diante deste quadro um tanto quanto sombrio, estará a indústria brasileira condenada ao caos de uma décrisis, o tipo da crise fatal que os gregos temiam?

Não necessariamente.

O que temos que fazer é transplantar para a indústria o que está dando certo no agronegócio brasileiro. 

Então vamos ao segundo tópico para examinar mais de perto o modelo EMBRAPA e suas lições para a indústria brasileira.

O sucesso da EMBRAPA mostra que podemos encontrar caminhos brasileiros para sermos competitivos em escala global. Estamos fazendo isto no agro e certamente podemos fazer isto na indústria.

Neste ponto é que o agronegócio mostra o caminho e a Embrapa ensina o método.

A Embrapa hoje é a grande formuladora das estratégias da agricultura brasileira. Detentora de reputação e prestígio inquestionáveis, suas propostas pairam acima das controvérsias e das paixões políticas. Sua inequívoca competência, objetividade e seriedade garantem a ela a independência para atuar na promoção do que é o melhor para a agricultura brasileira.

Graças ao respeito que impõe e ao reconhecimento de sua competência, a Embrapa conseguiu posicionar-se como uma superestrutura sobre todo o conjunto do agro brasileiro. 

Esta condição de supremacia é que lhe permite agir como o principal player e como o principal coordenador estratégico das políticas e iniciativas do mundo agro. 

É esta abordagem, que leva em conta a totalidade dos fatores envolvidos no ecossistema produtivo, que permite que encare de frente tanto os problemas como as oportunidades existentes. 

Além disso, a EMBRAPA se empenha na busca sistemática da SUSTENTABILIDADE de suas ações. O conceito aparece tanto em sua Declaração de Missão como em sua Declaração de Visão e revela a preocupação da empresa com a continuidade das iniciativas e a perenidade dos resultados.

Mas, enfim, como transferir o modelo EMBRAPA para a indústria?

Como vimos no tópico anterior, três dos vetores fundamentais do modelo da Embrapa são 1) sua independência, 2) sua supremacia na formulação das estratégias para o agronegócio e 3) a busca da sustentabilidade em suas iniciativas.

Estes três vetores são os condicionantes para criar uma transferência bem-sucedida do método da Embrapa para a EMBRACLUSTER.

Se o propósito é criar uma empresa que traga para a indústria o sucesso da Embrapa é indispensável ter em mente que é preciso fazer uma transferência efetiva dos fatores que fazem o sucesso da EMBRAPA. 

Só contando com independência para fazer o certo do jeito certo, sem concessões, só contando com autoridade para estabelecer políticas e definir prioridades, assim como buscando sustentabilidade com visão de longo prazo é que a EMBRACLUSTER poderá alcançar resultados de envergadura equivalente àqueles da Embrapa. 

Assim, não dá para fazer meia transferência.

A cautela se justifica porque já vimos este filme antes. A Embrapii e outras Iniciativas pontuais e isoladas do tipo das que propõe o Programa Nova Indústria Brasil (NIB) até podem obter alguns resultados, só que igualmente pontuais e isolados. 

Ocorre que, na atual conjuntura, o que realmente a indústria precisa é de algo verdadeiramente disruptivo, de algo radical, maior e mais ambicioso. 

O Brasil precisa priorizar a indústria, pensar diferente, pensar grande e agir grande. Sem reunir massa crítica não vamos chegar a lugar nenhum. É preciso focar em soluções transformadoras que sejam capazes mudar o ecossistema industrial brasileiro e de tal modo que possamos proclamar a mudança repetindo os versos de Camões nos Lusíadas: “Cesse tudo o que a antiga Musa Canta que um valor mais alto se alevanta”.

Exemplos de políticas de “cluster” bem-sucedidas no mudo são os da indústria de microchips de Taiwan, de carros elétricos na China, de pisos cerâmicos na Itália, e da indústria de software do Vale do Silício nos Estados Unidos

Em síntese, o que nossa indústria precisa é de condições e competência para inovar e avançar nos hipercompetitivos mercados mundiais levando a eles a marca do Brasil. 

Mas, então, como organizar uma instituição que atenda a todos estes requisitos?

Neste quarto tópico vamos ver uma forma para criar a EMBRACLUSTER;

A instituição proposta para impulsionar a indústria haverá de ter semelhanças, mas terá requisitos diferentes daqueles que tem a EMBRAPA em sua missão no agro.

Ainda que tanto o desempenho da agricultura como da indústria dependa da produtividade, o ecossistema de cada setor é diferente em muitos aspectos e, assim o tipo de apoio necessário também. 

São diferentes o ciclo de produção, a cadeia de suprimentos, a dinâmica do mercado, a geração de valor etc. 

Por isto a instituição a ser criada para apoiar a indústria precisa de um escopo de atuação específico, desenhado para alcançar toda a complexidade da sua cadeia de negócios.

É preciso lembrar que uma das principais diferenças entre o agro e a indústria é que o agro produz commodities, o que faz com que seu campo crítico de competitividade se situe na produção, enquanto a indústria produz mercadorias e, portanto, seu campo crítico de competitividade reside no mercado.

Isto significa que, embora tanto o agro como a indústria precisam ser competitivos em toda sua cadeia competitiva, para se manterem sustentáveis, o jogo de cada um dos setores se ganha ou se perde no seu campo crítico.

Ainda para entender a diferença entre o agro e a indústria vale destacar que o agro brasileiro vem sabendo capitalizar as vantagens competitivas que o favorecem no mercado internacional. Além do Brasil possuir vastas extensões de áreas agricultáveis, clima favorável e água abundante, graças à Embrapa e a outras instituições correlatas, o agro conta com tecnologia de ponta e uma geração de empresários e recursos humanos bem-preparados e atuantes. 

A reunião deste conjunto de condições excepcionais não aconteceu da noite para o dia e se deve, em parte, ao fato de que a EMBRAPA nasceu abaixo da linha de radar da política, o que permitiu a ela, mesmo sendo uma empresa pública, se profissionalizar e criar uma cultura interna ética saudável e resiliente sem sofrer interferências.

Já nossa indústria nasceu e sempre se manteve com grandes limitações. A antiga estratégia de substituição das importações sempre foi de horizontes limitados e hoje se encontra esgotada. O custo Brasil é um ônus intolerável. Os produtos evoluíram, os mercados mudaram e a indústria do Brasil se apequenou. Ainda assim temos algumas indústrias que brilham no mercado mundial, como a EMBRAER, a WEG, a TRAMONTINA, a GERDAU, a ALPARGATAS, a JBS e algumas outras. O que estas empresas têm em comum é que estão alinhadas com os novos paradigmas do mercado mundial, são empresas sólidas, bem administradas e com profundo conhecimento de seus mercados. Também contam, na retaguarda, com o apoio de sólidos “clusters” em suas regiões de origem, para os quais contribuem e dos quais se beneficiam. 

Outros exemplos de “clusters” no Brasil são os da indústria calçadista de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul e o de Franca, em São Paulo, o cluster metalúrgico de Joinville, em Santa Catarina, o cluster da indústria cerâmica na região de Criciúma, em Santa Catarina, o cluster de produção de proteínas na macrorregião do Alto Uruguai gaúcho e  Oeste catarinense e diversos outros. 

No Brasil nossos “clusters” são basicamente informais ou associativos, surgiram espontaneamente e funcionam gerenciando a cadeia estratégica de forma mais ou menos cooperada ou consensual. 

Isto é bom, mas insuficiente para a maioria das empresas nacionais competirem no atual hipercompetitivo mercado mundial, onde vem preponderando os mega-clusters nacionais, com países inteiros operando políticas nacionais centrados em “clusters” como é o caso da indústria de microchips de Taiwan, de carros elétricos na China, de pisos cerâmicos na Itália.

A conclusão, assim, é que o conjunto da indústria brasileira precisa contar com um suporte estratégico e mercadológico maior, mais bem organizado e institucionalizado. 

E como comprova a EMBRAPA, só uma empresa pública independente, capacitada a encarar os ecossistemas produtivos em sua totalidade, e com visão de longo prazo, reuniria as condições para encarar o imenso desafio de organizar os clusters competitivos que podem salvar a indústria do Brasil.

Finalmente, e se o Brasil não fizer nada?

Uma coisa é certa: o mundo não vai parar para esperar pelo Brasil. 

Basta lembrar que por muito pouco não perdemos a EMBRAER para a Boeing. Felizmente, para o Brasil, a Boeing cometeu alguns erros de consequências trágicas e precisou recuar da compra, que já estava fechada. Mas nada impede que logo logo os chineses voltem seu olho gordo para a EMBRAER e tentem levar nossa melhor empresa. 

Os nossos amigos portugueses, sempre práticos e telúricos, tem um ditado irrecorrível: “quem não tem competência não se estabelece”.

O que quase aconteceu com a Embraer vem acontecendo de maneira desalentadora na indústria brasileira. Sem horizontes e sem sólidas perspectivas nossas melhores indústrias, as mais inovadoras e competitivas, vem sendo assediadas pelos conglomerados internacionais e sendo vendidas às dúzias. 

Quando uma empresa é vendida nós perdemos o controle sobre sua tecnologia, sobre seu desenvolvimento e sobre seu futuro.

De modo que, para reverter a debacle da indústria é preciso mais que uma política de apoio perfunctório. É preciso o amparo estratégico de uma organização multifacetada e que se constitua em uma superestrutura proativa, atenta ao mundo e aos mercados mundiais e que não se deixe surpreender pelos fatos. Uma instituição qualificada a fazer a interface entre as empresas brasileiras e seus mercados no Brasil e no exterior. Mais do que isto, uma empresa capacitada a construir futuro, posto que, como dizia o grande Peter Drucker, é certo que não podemos prever o futuro, porém podemos construí-lo. 

Para atender a este escopo é que faço a sugestão de criarmos a EMBRACLUSTER. Uma empresa abrangente como a EMBRAPA e que apoie o conjunto, a totalidade das cadeias produtivas agrupadas em clusters, ainda que sem perder de vista as empresas que os compõe. Em outras palavras, que olhe para a floresta e não para árvores isoladas. 

Esta visão de conjunto é essencial para que os “clusters” sejam bem balanceados e concatenados, uma vez que, como se sabe, todo comboio viaja pela velocidade do barco mais lento.

Para concluir, um recente estudo da Universidade de Harvard revela um paradoxo: no mundo altamente globalizado que vivemos as vantagens competitivas duradouras numa economia global residem cada vez mais em coisas locais – conhecimento, relacionamentos, motivação – que os rivais distantes não conseguem igualar. E é isto, conhecimento, relacionamentos e motivação que sabemos como e onde buscar. 

Felizmente ainda dá para salvar nossa indústria antes que a derrocada industrial nos faça voltar no tempo e nos condene a viver do agro e dos minérios, como nos idos tempos do Império. 

Por fim, gostaria de dirijr à todos os brasileiros que querem ver no país uma indústria pujante e próspera a convocação do grande fazejador Brigadeiro Faria Lima: arregacemos as mangas que temos muito o que fazejar!

E se você gostou da proposta deste vídeo peço que o encaminhe para seus amigos e participe dos debates sobre os temas da indústria nas mídias sociais.

Muito obrigado.

Marketing Sapiens e a Inteligência Artificial

MARKETING SAPIENS e a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O Marketing Sapiens vem a ser o Marketing dotado de processos inteligentes e que agora passa a contar com os novos recursos trazidos pela Inteligência Artificial, uma tecnologia que busca simular a inteligência do Homo Sapiens por meio de algoritmos capazes de aprendizado e do desempeno de atividades como o processamento da linguagem humana, a visão computacional, a Robótica inteligente e outras mais.

                  O título de meu Canal no YouTube Marketing Nuts and Bolts vem da expressão norte americana Nuts and Bolts, que significa Porcas e Parafusos e é usada para se referir aos segredos e aos aspectos práticos de uma atividade ou um processo. 

                  Mas então, o que vem a ser MARKETING?

                  A definição oficial mais recente da American Marketing Association, aprovada em 2017, diz que

                  “MARKETING é a atividade e o conjunto das instituições e processos para criar, comunicar, entregar e permutar produtos que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral.”

                  Philip Kotler, um dos mais conhecidos teóricos do Marketing diz que

“Marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com lucro.”

                  The Chartered Institute of Marketing define o Marketing como:

“Identificar, antecipar e satisfazer às necessidades do cliente de forma lucrativa”.

                  Eu, se me permitem, acrescentaria uma definição segundo a qual:

“Marketing é a combinação de conhecimentos, ciência e arte que permite identificar e satisfazer as necessidades e desejos humanos por meio do mercado, suas empresas, entidades e organizações.”

                  O fato é que, independentemente de como possamos defini-lo, O Marketing, assim como a esfinge de Tebas na mitologia grega, nos lança o repto milenar: decifra-me ou te devoro!

                  Desvendar os segredos do Marketing, conhecer sua natureza e mergulhar em suas entranhas é um imperativo de sobrevivência para quem quer que se proponha a atuar no mercado contemporâneo em meio a um cenário altamente sofisticado, tecnologicamente complexo e impiedosamente competitivo.

                  Esmiuçar os recônditos do Marketing é o caminho a seguir para quem deseja compreender sua essência e dominar suas potencialidades.

O Marketing é o Sistema Nervoso da Empresa. E tal como no Sistema Nervoso do Homo Sapiens, O cérebro deve ser o centro da própria existência, o órgão que, por definição, deve pautar a vida, ter consciência do mundo ao seu redor e tudo deve saber para poder decidir e comandar com acerto e competência.

                  Uma empresa é um ente social com objetivos econômicos, que atua no mercado e deve viver em constante diálogo com ele, mantendo uma conversação produtiva e proveitosa que aos dois beneficie. 

                  Seu modus operandi constitui-se em um misto de ciência e arte e combina humanidades e técnicas Mercadológicas com refinamentos de artes marciais.

                  O recente advento da INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL empoderou o Marketing ainda mais, adicionando a esta especialidade novas competências e projetando seus horizontes para vastos espaços ainda inexplorados.

                  A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL correlacional já vem contribuindo na busca de informações, na aferição de tendências, na mensuração de vetores, em estudos comparativos,  em análises de Bigdata, no mapeamento de meta-mercados, na avaliação de campanhas publicitárias, além de facilitar a análise e a interpretação de pesquisas de mercado.

                  Um potencial ainda maior de aplicação da Inteligência Artificial no Marketing está surgindo com a nova INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PROFUNDA, a denominada IA CAUSAL, que trabalha não apenas fazendo a correlação de dados, que é o método da INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL hoje prevalente, mas o próprio algoritmo da formação dos dados, e portanto, a cadeia de eventos da relação de causa e efeito.

                  Esta nova modalidade de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL promete revolucionar o campo da formulação de Estratégias, especialmente a arquitetura de Cenários futuros, permitindo prever resultados que vão transformar não só o Marketing, mas a própria Instituição do MERCADO.

                  Afinal, o Marketing existe porque existe o MERCADO e o MERCADO existe porque existe o Homo emptor – o homem que compra.

                  Neste texto do Marketing Sapiens coloco ao lado do título MARKETING a expressão Sapiens, termo que vem do latim e que significa sábio, astuto, inteligente.

                  O uso mais conhecido da expressão sapiens, obviamente, é aquele associado à designação de nossa espécie, que no sistema lineano, é denominada Homo sapiens, que vem a ser a nomenclatura de nossa espécie humana e designa o homem moderno e quer dizer: “homem sábio, homem que sabe”.

                  O título Marketing Sapiens reúne estes dois conceitos para definir o MARKETING INTELIGENTE, o Marketing estruturado para desempenhar o papel de cérebro da empresa e configurado para utilizar a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL visando obter uma performance superior e alcançar vantagens competitivas sustentáveis.

                  A civilização inventou o MERCADO porque os indivíduos de nossa espécie Homo sapiens possuem necessidades, aspirações e desejos que ultrapassam vastamente sua capacidade de proverem para si mesmos.

                  Aristóteles, um dos maiores filósofos gregos, 350 anos antes da era cristã, observou que o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros, sendo, por isso, um ser carente e imperfeito, buscando a comunidade para alcançar a completude.

                  Aristóteles acrescentava que o homem é um ser social que, por natureza, precisa pertencer a uma coletividade. Somos, portanto, comunitários, gregários, sociais e solidários.

                  O que é fato incontroverso é que a sobrevivência de nossa espécie sempre dependeu da cooperação entre seus membros.

                  Nas savanas da África nossos ancestrais dos grupos de caçadores aprenderam a agir em conjunto e desenvolveram a linguagem humana para combinarem estratégias de caça porque caçar elefantes não era tarefa para caçadores solitários.

                  E foi assim que tudo começou.

                  Em torno de 11 mil anos atrás, após o fim da última Era do Gelo, grandes mudanças ocorreram na região do chamado Crescente Fértil, uma área em forma de lua crescente localizada no Oriente Médio e que incorporava o Egito Antigo, o Levante e a Mesopotâmia.

                  O Crescente Fértil é irrigado por quatro grandes rios, o Jordão, o Eufrates, o Tigre e o Nilo e abrange uma superfície de cerca de 500 000 km2, equivalente à França, na Europa, ou ao Estado de Minas Gerais, no Brasil, e hoje é dividida pelos atuais estados do Iraque, Síria, Líbano, Israel, Palestina, Jordânia e imediações.

                  A região do Crescente Fértil ficou conhecida como o Berço da Civilização do Homo sapiens, pois foi ali, graças as condições favoráveis para a agricultura, que surgiram os primeiros assentamentos humanos permanentes.

                  A atividade agrícola, diferentemente das atividades de caça, pesca ou coleta, exige dedicação integral e continuada.

                  Cuidar da safra é tarefa que não permite esmorecimento.

                  O cultivo do solo exige os cuidados do agricultor ao longo de todo o ciclo da produção, da semeadura até a colheita e, assim, estes assentamentos agrícolas iniciados no Crescente Fértil levaram o Homo sapiens a mudar seu estilo de vida, seus hábitos e sua organização social.

                  Na atividade agrícola o ano é dividido em etapas.

                  Tem o momento de preparar o solo, o momento de plantar a semente, o momento de limpar as ervas daninhas e o momento da colheita.

                  E esta foi a origem da evolução do Homo sapiens no rumo do Homo economicus, o homem racional que toma decisões no campo econômico com base na razão e com foco no seu bem-estar.

                  Ademais, a agricultura favorecia elevar a produção de alimentos e gerar excedentes, o que ensejava o crescimento da população e abria espaços para custear experimentos e inovação.

                  Em paralelo também sofisticava os hábitos de consumo e propiciava tempo livre para o lazer, expressão de origem latina que vem de “licere”, ou seja, algo lícito ou permitido para descanso, distração ou entretenimento. E tudo isto era novidade para o gênero humano e tornava a experiência de vida mais enriquecedora e estimulante.

                  O fato, entretanto, é que as pessoas dedicadas ao trabalho do campo viviam atarefadas, e só ocasionalmente tinham tempo para irem fazer suas próprias trocas.

                  Aí entram as qualidades únicas do Homo sapiens: sua versatilidade, sociabilidade, solidariedade e capacidade de aprender e inovar.

                  Graças à bem-sucedida experiência dos grupos de caçadores no trabalho em equipe, fator decisivo para a sua sobrevivência, o clã aproveita o aprendizado da colaboração e o aplica nas novas lides agrícolas.

                  E em meio as atividades do campo e da vida que segue, os membros das novas comunidades agrícolas se interessam por trocar coisas que tem por coisas que desejam.

                  Para facilitar as trocas surgem pontos de encontro onde os interessados em permutar coisas vão para se encontrar.

                  Mas dado que a maioria dos novos agricultores trabalhavam de sol a sol e só esporadicamente podiam ir aos pontos de troca, a solução prática foi confiar a um dos membros do clã a tarefa de ir fazer as permutas que interessavam aos demais.

                  Esse membro designado agora se converte em um negociador.

                  De tanto trocar e permutar vai acumulando experiências e melhorando suas habilidades negociais. Logo passa a avaliar com perícia quantas medidas de cevada ou de trigo vale um carneiro, quantos carneiros podem ser oferecidos por um jumento e quantos jumentos seria justo pagar por um camelo.

                  Acontece que o bom negociador é a quintessência do Homo economicus.

                  Se ele percebe que seus produtos não são valorizados naquele dado ponto de troca, ele monta em seu camelo, ou seu jumento, e vai em busca de outra PRAÇA.

                  Possivelmente, ao chegar lá, ele irá se dar conta que naquele novo ponto de trocas ele é desconhecido.

                  Para conseguir fazer negócios busca entendimentos com os outros comerciantes locais. Talvez consiga negociar um espaço ao lado da fonte onde todos vão buscar água e possa ali expor seus produtos. Faz arranjos bem vistosos e oferece amostras para permitir que os frequentadores locais experimentem suas mercadorias.

                  Assim, vivendo experiências, testando alternativas e observando com olhar atento o que funciona e o que não funciona na prática do dia a dia, os mercadores pioneiros foram galgando a curva do aprendizado de seu ofício e reunindo os conhecimentos da ciência e arte de conquistar clientes e fazer negócios.

                  São estes conhecimentos, e mais um grande segredo, que estes mercadores pioneiros nos legaram e que hoje formam os fundamentos do Composto mercadológico como conhecemos.

                  Vamos então ver os 4 eixos do Composto mercadológico, ou Marketing Mix, sob a ótica do Marketing Sapiens. O Grande Segredo, contudo, ficará como um teaser a ser revelado no final.

                  O Marketing Mix, ou Composto Mercadológico, divide a ação do MARKETING em 4 eixos de atuação distintos.

                  Estes eixos de atuação são conhecidos como os 4 Ps do MARKETING – PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO.

                  Esta divisão foi proposta em 1960 pelo professor Jerome McCarthy e foi amplamente adotada não só por facilitar a compreensão dos fundamentos do MARKETING como por ser de grande utilidade como ferramenta de planejamento e análise das atividades mercadológicas.

                  Vejamos, então, a natureza destes quatro eixos do Marketing Mix:

                  O PRODUTO é o primeiro e o mais importante elemento do Composto mercadológico. Sua primazia se dá pela óbvia razão de que sem PRODUTO não existe MERCADO.

                  E se o PRODUTO é a razão de ser do MERCADO, conseguir compradores para o PRODUTO no MERCADO é a razão de ser do MARKETING.

                  Sinteticamente, pode-se dizer que, para o MARKETING, a expressão PRODUTO define todos os bens e serviços comercializados no MERCADO.

                  O termo “PRODUTO” é formado pela combinação de duas palavras latinas: “pro”, que significa “à frente”, como é o caso em prover, promover ou progredir, e a palavra “dúcere” que significa carregar, levar, conduzir.

                  Assim a expressão “PRODUTO” traz em si a noção de algo que tomou forma, agregou substância, adquiriu identidade e se tornou uma coisa nova, um novo serviço ou uma nova solução, devidamente formatada, e que passa a ter valor no Mercado, que passa a ser valiosa e desejável para o Homo emptor, o homem que compra.

                  Desta forma, para facilitar o entendimento do conceito no âmbito do Composto mercadológico, convencionou-se que PRODUTO, na acepção do MARKETING, abarca toda e qualquer coisa que tenha valor e seja colocada no Mercado para ser vendida ou comprada.

                  A própria ideia do MARKETING MIX pressupõe que o PRODUTO oferecido no MERCADO irá competir pela preferência dos possíveis consumidores ou usuários.

                  Esta competição tende a se dar em volta dos três níveis que formam o PRODUTO:

                  O Primeiro nível é o “NÚCLEO”, o “Core” do PRODUTO.

                  No núcleo temos sua essência, sua substância, sua materialidade.

                  É o que define o PRODUTO em si, seu propósito, sua funcionalidade, sua “raison d’être”, ou seja, sua razão de ser. Por exemplo: uma bicicleta.

                  Sua função básica é permitir que as pessoas se desloquem de um lugar para outro sobre duas rodas. Por definição deverá ter duas rodas, selim, pedais, correia, freios etc.

                  O segundo nível é o ”PERCEPTIVO”.

                  Neste nível figuram os atributos, as características diferenciais e os elementos competitivos do PRODUTO. No exemplo da bicicleta seriam relevantes fatores como o design, as cores, o material de fabricação, a robustez, o acabamento, os acessórios e assim por diante.

                  O terceiro nível do PRODUTO é o “SUBJETIVO” e refere-se aos aspectos emocionais ligados ao PRODUTO, podendo envolver sentimentos, crenças, desejos, aspirações, valores pessoais e perspectivas individuais.

                  Uma evidência da importância emocional da bicicleta para seus donos é que muitos a chamam afetuosamente de magrela.

                  Entre os fatores deste grupo SUBJETIVO estão a reputação, a imagem da marca e o status. Também figuram nele as expectativas projetadas sobre o PRODUTO como seu desempenho, confiabilidade, funcionalidade, durabilidade etc.

                  É oportuno destacar que várias pesquisas mostram que os dois sentimentos mais relevantes para o sucesso de um produto são a lealdade e a confiança.

                  Uma commodity sem marca é só mercadoria, mas um produto com marca carrega compromissos de imagem e porta valores simbólicos e deve conhecer seu papel para manter sua boa reputação não e trair a lealdade de seus consumidores. Uma vez perdida a confiança de seus consumidores dificilmente conseguirá reavê-los.

                  O PREÇO é segundo eixo do Composto Mercadológico.

                  Uma definição simples seria que o PREÇO é o valor monetário de um PRODUTO colocado para vender no MERCADO.

                  Contudo, se formos olhar para o comportamento dos preços no MERCADO veremos que existem muitos fatores que influenciam sua flutuação.

                  Para a economia clássica de Adam Smith, o preço natural corresponde ao somatório dos custos dos insumos, mão de obra e demais fatores de produção necessários para fabricar um produto.

                  Já o preço praticado pelo MERCADO, conforme a Lei da Oferta e da Procura de Adam Smith, é regulado pela proporção entre a quantidade que é colocada no MERCADO (a oferta) e a demanda daqueles que estão dispostos a pagar o preço natural da mercadoria levada ao MERCADO.

                  Muita oferta e o preço cai. Muita procura e o preço sobe.

                  Para entender a questão do preço natural é preciso ter em conta que na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma, mas a um custo.

                  Sob um enfoque Cosmológico, o PREÇO dá a medida da entropia econômica.

                  Grosso modo, a Segunda Lei da Termodinâmica explica que a transformação da natureza para fazer um produto ou prestar um serviço requer uma dada quantidade de trabalho e um dado gasto de energia.

                  Nada é grátis no Cosmo. Tudo tem custo e, portanto, tudo tem preço.

                  Os anglo-saxões simplificam o entendimento deste axioma dizendo que “não existe almoço grátis”.

                  Outro aspecto relevante para entender o fator PREÇO é o Princípio da Escassez.

                  Escassez em economia, significa que nunca há quantidade suficiente de um dado PRODUTO para atender a todas as pessoas que o desejariam possuir caso ele fosse gratuito.

                  O lado positivo do papel do MERCADO em relação ao Princípio da Escassez é que o mercado aponta o que se mostra escasso e dimensiona o tamanho desta escassez pela oscilação do preço.

                  O preço alto, então, funciona como um indicador e estimula os produtores a produzirem mais e a aumentarem a oferta.

                  Outro ponto a destacar é que o PREÇO, em MARKETING, deve ser entendido como o total do valor do desembolso necessário para a aquisição do bem ou serviço.

                  Frequentemente o valor monetário nominal não expressa o real custo do item, já que existem outros custos associados, tais como taxas e impostos, armazenagem, transporte e outros.

                  Assim, para concluir este tópico, o preço é uma referência que permite ao comprador saber o valor do desembolso necessário para adquirir a posse do produto ou receber a prestação do serviço, assim como permite ao vendedor estimar o valor que receberá pela venda do bem ou pela prestação do serviço.

                  A PRAÇA é o terceiro componente do MARKETING Mix.

                  PRAÇA, em MARKETING, vem a ser o local no ambiente do MERCADO em que se dá o encontro entre o vendedor e o comprador. É o local em que se situa o Ponto de Venda de um produto ou serviço.

                  O termo PRAÇA foi adotado para designar de forma genérica os pontos de venda, tanto físicos como virtuais, dado que durante milênios era na praça da aldeia que nossos ancestrais se encontravam para fazer trocas ou permutar coisas que tinham por coisas que desejavam.

                  Hoje o conceito de PRAÇA se alargou de tal modo que abarca o mundo todo e a PRAÇA tornou-se global.

                  O MERCADO ficou tão pervasivo, tão onipresente, que transformou o Planeta numa colossal Business-sfera.

                  Tanto que é difícil encontrar um só recanto de nosso planeta onde não se façam negócios ou não se compre ou se venda alguma coisa.

                  A diversidade dos Pontos de Venda é imensa, variada e fascinante.

                  Os Pontos físicos vão desde a mala sofrida do mascate, a cesta perfumada da vendedora de flores, o carro buliçoso de sorvetes, o sonoro vendedor de pamonhas, os acolhedores quiosques de praia, as brilhantes “vending machines”, os singelos mercadinhos do interior, aos movimentados mercados dos grandes centros, os coloridos bazares do Oriente, a Galeries Lafayette Champs-Élysées em Paris, os sortidos supermercados, os opulentos shopping  centers e, enfim, uma infindável miríade de locais onde os consumidores podem se deixar encantar por produtos maravilhosos e serem tocados pela magia da compra que move a economia e faz prosperar a sociedade.

                  Mas como a humanidade não para e o mundo evoluiu espetacularmente nos tempos mais recentes, o Homo sapiens colocou uma nova camada de tecnologia sobre o orbe terrestre, fazendo surgir a era digital e o ciberespaço.

                  Assim nasceu a PRAÇA na sua dimensão digital.

                  Neste mundo conectado, cada celular, cada tablet, cada computador e até mesmo cada sistema automatizado de compras que opera por meio da Internet das coisas, como a geladeira que encomenda no supermercado o leite e os ovos que precisam ser repostos, virou uma extensão da PRAÇA.

                  Nesta PRAÇA online existem milhões de Pontos de Venda abertos e pulsando 24 horas por dia, sete dias por semana

                  São portais, sites e Lojas Online, Marketplaces, Plataformas de e-commerce, Aplicativos dedicados e uma infinidade de outros canais de compra.

                  Apesar do número estelar de pontos de venda que a Instituição do MERCADO coloca hoje ao dispor do Homo Sapiens, o que a ciência nos diz é que o homem moderno, ainda que detentor de cultura, saber e possibilidades jamais antes alcançadas, no seu âmago, continua, biologicamente falando, o mesmo Homo sapiens de 5, 10, 100 mil anos atrás.

                  Seus conhecimentos se ampliaram de modo inimaginável, sua qualidade de vida lhe oferece conforto e bem-estar jamais sonhados, sua expectativa de vida já promete futuras gerações centenárias, e seus horizontes se projetam para o cosmo, mas no seu âmago o homem ainda é movido pelos mesmos instintos, sonhos, alegrias e tristezas de seus ancestrais.

                  E o Homo Economicus, em sua versão de negociador de nosso tempo continua interessado em comprar, vender e negociar no MERCADO e, igualmente, anseia valer-se dos benefícios e das benesses que este lhe proporciona.

                  O quarto componente do Composto de MARKETING é a PROMOÇÃO.

                  O propósito da PROMOÇÃO é divulgar, dar visibilidade e tornar o PRODUTO conhecido, enaltecendo suas qualidades e atributos para fazê-lo desejado pelos clientes de seu MERCADO alvo.

                  A publicidade é uma das formas mais conhecidas de anunciar e promover um produto. Mas não é a única. Ao componente da PROMOÇÃO incumbe colocar o produto sob luz favorável e existe uma imensa variedade de meios e maneiras de chamar a atenção, gerar interesse, estimular o desejo e conduzir à conclusão da venda.

                  Existem aquelas técnicas de promover voltadas ao grande mercado, a exemplo da publicidade e da propaganda nos meios de comunicação de massa como jornais, revistas, rádio e televisão, outdoor ou a exemplo dos patrocínios.

                  Outra forma de promover é aquela realizada pelo pessoal da empresa em contato direto com o público ou com clientes. Nesta modalidade de promoção o contato é feito com os clientes em estandes de promoção, quiosques ou estandes de vendas em eventos, feiras e exposições.

                  O Merchandising é uma ação de Marketing realizada no Ponto de Venda com a finalidade de promover a venda de um produto ou serviço.

                  Pode se limitar a cuidar da reposição e arrumação das gôndolas em supermercados, da exibição de cartazes e displays ou pode ser a demonstração ou degustação de produtos. O Merchandising tem a missão de colocar o produto diante do cliente e dar o empurrão final no ciclo da venda, posto que, como diz a sabedoria popular, o que não é visto não é lembrado e aquilo que os olhos não veem, o coração não sente.

                  A Promoção pelos canais digitais também é de grande importância. Notadamente os ligados à Internet. A começar pelos sites corporativos e Lojas virtuais seguidos pelos sites de busca, como o Google e o Bing, as Redes Sociais, sites e aplicativos de conexão entre os usuários como Facebook, Youtube, Instagram, WhatsApp e outros.

                  Ferramentas como o Telemarketing e o chamado Inbound Marketing, ou marketing de atração, usam intensivamente os canais on-line para atrair, persuadir, converter e encantar clientes.

                  Existem também as atividades de apoio, que não são menos importantes, como a Pesquisa de Mercado, as relações públicas, a assessoria de imprensa, o Serviço de Atendimento ao Consumidor e outros.

                  No grupo das atividades complementares a Pesquisa de Mercado tem a incumbência de obter informações sobre a realidade do mercado e contribuir para o Planejamento Estratégico, para o posicionamento do produto, para a definição do Público-Alvo e para orientar o conjunto das demais atividades Mercadológicas.

                  A Assessoria de Imprensa faz a intermediação entre a empresa e os veículos de Imprensa e de comunicação.

                 A Gestão das Mídias Sociais coordena as atividades de Marketing e de relacionamento na internet e associadas às redes sociais.

                  As Relações Públicas organizam o relacionamento com os formadores de opinião do Mercado e fazem a ponte com os –  stakeholders –  ou seja, com os públicos de interesse da empresa e que englobam desde o público interno, formado por colaboradores e funcionários, passa pelos os clientes e consumidores e vai alcançar o grande universo de investidores, acionistas, parceiros, legisladores, agências reguladoras das três esferas de governo, Organizações Não Governamentais e similares.

                  Enfim, para resumir, a PROMOÇÃO tem como missão principal conquistar os corações e mentes do público-alvo a levá-lo a preferir o PRODUTO que promove. Contudo a PROMOÇÃO não pode descuidar de outra frente vital para o sucesso continuado do produto no Mercado: o Pós Venda.

                  No Pós Venda duas atividades devem merecer atenção e cuidados:

                  Primeiro: O Serviço de Atendimento ao Consumidor e o Suporte ao Usuário. Hoje este serviço conta com forte presença dos Chatbots que facilitam dar apoio a clientes e usuários e podem atuar como canais de complementares pesquisa de satisfação dos consumidores. Outra tarefa que podem desempenhar é a de servirem como canais complementares de informações aos clientes potenciais.

                  Segundo: o atendimento à Garantia e a Assistência Técnica.

                  A Importância do Pós Venda não pode ser minimizada. O Cliente compra um produto para atender uma necessidade ou um desejo.

                  E para que ele fique satisfeito com o produto, este deve cumprir o que promete, funcionar bem e sem defeitos. Hoje, com as mídias sociais, eventuais problemas com o produto correm o mundo e significam baixa avaliação e problemas com o Mercado.

                  Uma última observação sobre este tópico relativo à PROMOÇÃO: do ponto de vista ético a PROMOÇÃO de bons produtos é um propósito eticamente legítimo, do mesmo modo como é ético alertar o consumidor sobre os eventuais riscos oferecidos pelo seu uso ou consumo.

                  O escritor Bernard Shaw dizia que quem confia em seu produto não deve envergonhar-se de tocar bumbo na porta da loja.

                  Assim PRODUTO, PREÇO, PRAÇA e PROMOÇÃO formam os quatro eixos em que se assenta o Marketing e em que se apoia o relacionamento da empresa com os consumidores que compram, usam e consomem seus produtos e serviços colocados na grande business-esfera do Mercado.

                  E agora, para concluir, vou revelar qual o GRANDE SEGREDO que nos foi legado pelos maiores mercadores de todos os tempos e capaz de alavancar o sucesso do marketing tanto das pequenas empresas como dos maiores conglomerados, e que pode garantir o seu sucesso e o de sua empresa.

                  Esse grande segredo guardado a sete chaves foi, certa feita, revelado aos filhos por um mercador que por muito tempo viajara com suas caravanas pelo deserto:

Filhos, a coisa mais importante para o sucesso de um mercador é simples como o ar, que está sempre à nossa volta e pode impulsionar os navios que cruzam os mares, mas também pode causar grandes tormentas que provocam destruição e morte: filhos saibam que a força mais poderosa que um mercador pode usar é a PALAVRA!

Usem bem a palavra e vosso sucesso será certo.

                  É pela palavra que vendemos, é pela palavra que argumentamos, é pela palavra que agradecemos ao criador e é pela palavra de nossos fregueses que o boca a boca vai na nossa frente para fazer nossa reputação e falar bem de nossa honestidade e promover nossa mercadoria. A palavra pode ser a benção ou a maldição do mercador. E o boca-a-boca do mercado é o nosso aroma que o vento leva e que chega antes de nós. Mas cuidado, as palavras más voam como os falcões, enquanto as palavras benignas são como sementes de tâmaras plantadas ao longo do caminho. As tamareiras demoram para produzir frutos, mas nenhuma fruta é mais doce ou mais apreciada.

                  Assim, caras amigas e caros amigos, sabemos que o maior segredo do marketing é mesmo o nosso velho conhecido boca-a-boca, agora ampliado pela internet, pelo celular, pelos aplicativos de mensagens e pelas mídias sociais

                  Sucesso e que os bons ventos do mercado enfunem suas velas!

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O MARKETING Inteligente agora com os recursos da Inteligência Artificial.